Emilia Jones, "CODA" © AppleTV+

Óscares 2022 | Os recordes da 94ª cerimónia

Ainda que marcados por alguns momentos insólitos, os Óscares 2022 também foram palco para alguns novos recordes e nós reunimos todos aqui!

Do trivia mais geral até a novos recordes alcançados, a 94ª cerimónia dos Óscares proporcionou mais alguns recordes para a história da Academia. Uns mais entusiasmantes que outros é certo, outros relativamente surpreendentes e ainda uns novos que se ajustam à era do cinema actual, vem connosco descobrir tudo sobre os Óscares 2022.

Lê Também:   Óscares 2022 | Lista Completa de Vencedores

E, se por um lado foram vários os recordes conquistados, também conseguimos encontrar ainda áreas onde há marcos ainda por atingir. Até aos dias de hoje ainda não há vencedores da realização na casa dos 20 anos mas também nunca ninguém com mais de 80 anos conseguiu a vitória, assim como nunca uma mulher conquistou o Óscar de Fotografia. Nunca uma actriz asiática conquistou o Óscar de Melhor Actriz Principal, ou as categorias de Realização, Fotografia, Edição, Filme Internacional e Efeitos Visuais foram conquistados por afro-americanos. Por entre estas e outras, vem então descobrir o que estes Óscares de 2022 escreveram na história.

OS RECORDES OBTIDOS POR “CODA

  • O filme é o primeiro da ‘era moderna’ do cinema a ganhar o Óscar de Melhor Filme com apenas 3 nomeações aos prémios da Academia, ultrapassando assim “Departed” e “Green Book”, que haviam conquistado o prémio com 5 nomeações aos Óscares;
No Ritmo do Coração
“CODA” conquistou a Academia e destronou um favorito, “O Poder do Cão” ©AppleTV+
  • Distribuído por uma plataforma de streaming, a Apple TV+, “CODA” é o filme que menos facturou em bilheteira desde o seu lançamento, com 1 milhão de dólares a nível global;
  • “CODA” foi o primeiro filme a ganhar o Óscar de Melhor Filme sem ter recebido uma nomeação para Edição ou Realização. Antes deste apenas 10 filmes conseguiram ganhar o galardão sem uma nomeação de edição – “It Happened One Night” (1934), “The Life of Emile Zola” (1937), “Hamlet” (1948), “Marty” (1955), “Tom Jones” (1963), “A Man for All Seasons” (1966), “The Godfather Part II” (1974), “Annie Hall” (1977), “Ordinary People” (1980) e “Birdman” (2014). Sem nomeação para Realização conseguiram tal feito “Wings” (1928), “Grand Hotel” (1932), “Driving Miss Daisy” (1989) e “Argo” (2012);
  • Não foi o primeiro filme sobre pessoas surdas a chegar aos nomeados da Academia (o mais recente por exemplo foi “The Sound of Metal”, de 2020), mas “CODA” foi o primeiro a ganhar efectivamente o Óscar de Melhor Filme.
Lê Também:   Óscares 2022 | O post-mortem que tanto esperavas

OS ÓSCARES DA INTERPRETAÇÃO

  • Jessica Chastain conquistou o Óscar de Melhor Actriz Principal por “Os Olhos de Tammy Faye“, tornando-se a primeira a ganhar por interpretar uma pregadora evangélica;
  • Ariana DeBose é a primeira mulher da comunidade LGBTQ+ a ganhar um Óscar. Apesar de outras actrizes se terem assumido lésbicas ou bissexuais (Jodie Foster, Linda Hunt e Angelina Jolie), nenhuma deles o havia feito na altura da conquista do prémio;
Ariana DeBose óSCARES 2022
Ariana DeBose como Anita em “West Side Story” © NOS Audiovisuais / 20th Century Studios
  • O Óscar de Melhor Actriz Secundária foi dado a Ariana DeBose pelo papel de Anita, em “West Side Story“. Esta conquista marca o primeiro papel feminino na história de Hollywood a valer um Óscar a dois intérpretes diferentes (Rita Moreno conquistou o Óscar pelo mesmo papel em 1962).
  • Troy Kotsur é o primeiro actor surdo a ganhar a estatueta dourada e o primeiro vencedor a usar linguagem gestual americana para o discurso de aceitação. Na história dos Óscares houve várias interpretações sobre pessoas surdas sendo que apenas Marlee Matlin foi a única actriz surda a ganhar o Óscar, em 1986.
Lê Também:   West Side Story | Ariana DeBose em entrevista exclusiva

OS ÓSCARES ARTÍSTICOS

  • Billie Eilish, nascida em 2001, é a primeira vencedora de um Óscar nascida no século XXI. A segunda pessoa mais nova a vencer é Finneas (1997), que venceu o Óscar com a sua irmã para Melhor Canção Original, e a terceira, curiosamente, é H.E.R. (1997), que ganhou a mesma categoria na cerimónia anterior e na mesma categoria;
Billie Eilish Happier Than Ever
Billie Eilish | © Disney / Mason Poole
  • Billie Eilish e Finneas são o primeiro duo irmão-irmã a ganhar um Óscar em conjunto. Até ao momento a história dos Óscares apenas contava com duplas de irmãos a ganhar o mesmo prémio, sendo outras duplas vencedoras mas em categorias diferentes;
  • À data da 94ª cerimónia Diane Warren é a compositora mais nomeada de sempre, com 13 nomeações na sua carreira, mas sem um único Óscar conquistado. Ninguém se chega perto dela já que o último compositor no mesmo caso foi Mack David (1912-1993) que foi nomeado 8 vezes mas nunca conquistou um único Óscar;
  • Hans Zimmer tem o recorde de maior tempo entre vitórias para um compositor: 27 anos! O primeiro foi “O Rei Leão” (1994), com “Dune” (2021) conquistado agora. O recorde anterior era de Henry Mancini por “Breakfast at Tiffanys” (1961) até “Victor/Victoria” (1982)
Lê Também:   Óscares 2022 | Uma passadeira vermelha de glamour

AS CURIOSIDADES DA 94ª CERIMÓNIA

Aqui não são recordes per si mas a 94ª cerimónia deu também lugar a algumas curiosidades sobre a história dos prémios, muitas ligadas a estatísticas. Por exemplo,

  • “No Time To Die” é a terceira música consecutiva de James Bond a conquistar o Óscar de Melhor Canção Original. Curiosamente, esta situação é um grande contraste à história dos prémios já que por 50 anos (1962-2011) os membros foram ignorando as canções da saga de 007, sendo que muitas vezes nem foram nomeadas;
  • Jane Campion é a segunda mulher, em cerimónia consecutiva, a ganhar o Óscar de Melhor Realização, e a terceira mulher a conquistar o prémio, depois de Kathryn Bigelow em 2009 e Chloe Zhao em 2020. É a primeira mulher a ser nomeada mais do que uma vez para esta categoria e a segunda neo-zelandeza depois de Peter Jackson;
  • “O Poder do Cão” conquistou apenas o Óscar de Melhor Realizador (Jane Campion), algo que apenas Mike Nichols havia conseguido por “The Graduate” (1967);
  • Depois de ter conquistado oito nomeações em várias categorias, este foi o ano em que Kenneth Branagh conquistou o seu primeiro Óscar – neste caso para Melhor Argumento Original por “Belfast”;
  • “Dune” conquistou seis prémios, tornando-se o grande vencedor da noite em termos de número de estatuetas. Não é no entanto o que conquistou mais sem o Óscar de Melhor Filme, já que “Cabaret” (1972) tem esse recorde com 8 estatuetas;
Duna
Ainda que sem o Óscar de Melhor Filme, “Dune” saiu vitorioso da 94ª cerimónia dos Óscares ©Cinemundo
  • Billie Eilish e Finneas são a segunda dupla de irmãos a conquistar o Óscar de Melhor Canção Original depois dos irmãos Sherman por Chim Chim Cheree, de “Mary Poppins” (1964);
  • Judi Dench perdeu pela oitava vez (estava nomeada para Melhor Actriz Secundária por “Belfast”) sendo que aos dias de hoje é a terceira nomeada mais velha alguma vez nomeada – mais velhos e nomeados foram apenas Christopher Plummer, aos 88 anos, por “All the Money in the World”, e Gloria Stuart, aos 87 anos, já perto dos 88, por “Titanic”;
  • “CODA” é o sétimo vencedor do Óscar de Melhor Filme a conseguir triunfar em todas as suas nomeações, 3. Antes deles conseguiram “Wings” (1928, 2/2), “Grand Hotel” (1932, 1/1), “It Happened One Night” (1954, 5/5), “Gigi” (1958, 9/9), “The Last Emperor” (1987, 9/9), e “The Lord of the Rings: The Return of the King” (2003, 11/11);
  • Números que parecem ditar uma tradição do século XXI, “CODA” venceu o Óscar de Melhor Filme ganhando no total menos de 4 Óscares. Nos passados 22 anos, foram 15 os filmes a manterem o pequeno número de estatuetas.

Assististe à cerimónia? Que vencedores te surpreenderam?

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *