O filme de Quentin Tarantino que Spike Lee se recusa a ver
Há um filme realizado por Quentin Tarantino que o cineasta Spike Lee se recusa a assistir. Descobre qual!
Quentin Tarantino é um dos maiores artistas da atualidade, tendo escrito obras como “Amor à Queima-Roupa“, “Assassinos Natos” e “Aberto Até de Madrugada“, tendo ainda realizado obras como “Cães Danados“, “Pulp Fiction” e “Sacanas Sem Lei“. Ao longo da sua carreira com mais de trinta anos, o cineasta construiu uma carreira forte e popular entre o público e os críticos, com um estilo ultra violento, diálogos ricos e personagens caricatas e memoráveis.
Igualmente, Spike Lee é um dos maiores artistas da sua geração, contando com diversas obras aclamadas pela crítica, populares entre os fãs de cinema e influentes culturalmente, como é o caso de “Malcolm X“, “BlacKkKlansman: O Infiltrado” e “Da 5 Bloods – Irmãos de Armas“.
Entre ambos existe um total de 13 nomeações para os Óscares da Academia de Cinema de Hollywood, sendo que Tarantino conquistou duas estatuetas douradas, por “Pulp Fiction” e “Django Libertado“, enquanto que Lee saiu das cerimónias vitorioso com o seu trabalho em “BlacKkKlansman: O Infiltrado“. Coincidentemente, apesar de ambos os artistas terem construído longas carreiras enquanto guionistas/realizadores, ambos os cineastas angariaram Óscares apenas pelo seu esforço no desenvolvimento dos argumentos, nunca pelo seu trabalho enquanto realizadores.
SPIKE LEE ENQUANTO CRÍTICO DA OBRA DE QUENTIN TARANTINO
Ao longo da sua carreira, Tarantino nunca foi um cineasta que se dedicou a abordar temas sociais que afetam as comunidades minoritárias, como é o caso dos afro-americanos. Deste modo, a decisão por abordar um tema sensível como a escravidão nos Estados Unidos da América em “Django Libertado” deixaram muitos membros da comunidade negra perplexos, principalmente devido ao seu estilo violento e uso de “calão racista”.
Spike Lee é um destes críticos, tendo revelado que se recusa a ver o filme “Django Libertado“, mesmo que este seja considerado um dos melhores projetos do seu ano, tendo levado à já mencionada vitória de um Óscar para Tarantino e outro para Christoph Waltz, bem como 3 outras nomeações adicionais, incluído Melhor Filme. A longa-metragem conta com um elenco liderado por Jamie Foxx, que dá vida à personagem titular, que se juntou a nomes como o supracitado Waltz, mas também Leonardo DiCaprio, Kerry Washington, Samuel L. Jackson, Walton Goggins e James Remar.
“Não posso falar sobre isso porque não o vou ver. Não o vou ver. Tudo o que vou dizer é que seria uma falta de respeito para com os meus antepassados ver esse filme. Não posso desrespeitar os meus antepassados, não posso fazer isso. Não estou a falar em nome de ninguém a não ser em meu nome” revelou Lee numa entrevista em 2012. Mais tarde o cineasta recorrer à plataforma Twitter (agora X) para elaborar na sua posição: “A escravatura americana não foi um spaghetti western de Sergio Leone. Foi um Holocausto. Os meus antepassados são escravos. Roubados de África. Eu vou honrá-los”.
VÍDEO | SPIKE LEE REVELA A SUA POSIÇÃO EM RELAÇÃO AO FILME
O que pensas da decisão de Spike Lee? És fã de “Django Libertado”?
Claro que sim. Nele vejo pessoas e circunstâncias contextualizadas na época. Notáveis interpretações. Quero lá saver da cor. A realidade foi o que foi. Assim Quarentino nos continue a viver os seus filmes. Isto de reescrever a história…sugiro que o Spyke se vista andrajosamente e se identifique com alguém sem abrigo…enfim! Só ele é que se passou e atitou-sw para a falta de bom-sem…
Francisco Torres, professor de Filosofia e amante da humanidade com todas as cores e vidas ..haja futuro…