Oppenheimer e Assassinos da Lua das Flores dominaram os New York Film Critics Awards
A award season começa com “Oppenheimer” e “Assassinos da Lua das Flores” na frente. O que significam estas vitórias para os Óscares 2024?
Depois dos Gotham Awards, os críticos de Nova Iorque tomaram a palavra no dia 30 de novembro e anunciaram os seus vencedores. Parte do chamado “big four”, esta organização de críticos inclui mais de 30 jornalistas sediados em Nova Iorque e todos os anos reúne-se para uma longa discussão tendo em vista a entrega de prémios na área do cinema.
São um grupo que se preza por um equilíbrio nas suas escolhas, apresentando algumas irreverências e vencedores mais consistentes com as narrativas da temporada de premiações. Este ano, não tivemos assim tantas surpresas quanto o esperado, mas ainda assim vale a pena olhar para os resultados principais que trazem filmes como “Assassinos da Lua das Flores”, “Oppenheimer” e “May December” muito bem posicionados.
Nas categorias de representação, Charles Melton (“May December”) volta a triunfar, após a sua vitória nos Gotham, provando que a paixão pelo seu desempenho é bastante forte. Há grandes possibilidades que Melton seja aquele candidato que a crítica escolha endorsar, de forma a cimentar o seu lugar na corrida. Vale destacar que Melton já conseguiu ultrapassar Willem Dafoe (“Pobres Criaturas”) e entrar no top5 das apostas do GoldDerby.
Entre os vencedores dos últimos cinco anos, Ke Huy Quan (“Tudo em todo o Lado ao Mesmo Tempo”) é o único que venceu o Óscar, sendo que Joe Pesci (“O Irlandês”) e Kodi Smit-McPhee (“O Poder do Cão”) foram nomeados pela Academia. Apenas Chadwick Boseman (“Da 5 Bloods“) em 2020 não conseguiu que esta distinção se traduzisse junto da Academia, tendo sido sempre um nome em discussão na categoria.
Em atriz secundária, o NYFCC avançou com Da’Vine Joy Randolph (“The Holdovers”), um dos nomes mais cotados da temporada. Randolph mantém-se na posição cimeira do GoldDerby, no entanto a maioria dos experts americanos acreditam que Danielle Brooks vai triunfar por “A Cor Púrpura”.
Das últimas campeãs, Laura Dern (“Marriage Story”) foi a única em comum do NYFCC e da Academia e apenas Maria Bakalova (“Borat Subsequent Moviefilm”) conseguiu a nomeação. Kathryn Hunter (“The Tragedy of Macbeth”) e Keke Palmer (“Nope”) nunca foram possibilidades reais.
Depois de triunfar no Gotham pelo filme “The Unknown Country”, Lily Gladstone traça o seu trajeto até ao Óscar de Melhor Atriz com uma vitória expressiva pelo seu desempenho em “Assassinos da Lua das Flores”, a atriz continua em 2ºlugar, abaixo de Emma Stone, nas previsões mas promete dar muita luta.
Das últimas cinco atrizes reconhecidas, só Cate Blanchett (“TÁR”) conseguiu a nomeação e tudo indica que esteve muito perto da vitória. Por sua vez, Lupita Nyong’o (“Us”) e Lady Gaga (“House of Gucci”) foram ignoradas pela Academia, apesar do consistente apoio dos percursores. Entre todas estas, Sidney Flanigan (“Never Rarely Sometimes Always”) foi a escolha mais fora da caixa.
No lado dos homens, tivemos a maior surpresa dos vencedores com Franz Rogowski a triunfar por “Passages”, de Ira Sachs. Nos últimos anos, graças ao trabalho em filmes como “Great Freedom” e “Undine”, Rogowski tem conquistado uma base de fãs que se manifestou neste prémio. Até aqui, Rogowski não se tem afirmado na conversa, resta perceber se será um projeto da crítica ou apenas um caso isolado.
Olhando para os vencedores dos últimos anos, Antonio Banderas (“Dor e Glória”), Benedict Cumberbatch (“O Poder do Cão”) e Colin Farrell (“Banshees of Inisherin”) foram também nomeados pela Academia, com Delroy Lindo (“Da 5 Bloods”) a ser ignorado na maioria dos televisionados.
Na categoria de realizador, Christopher Nolan prova que o seu favoritismo por “Oppenheimer” é real. O consenso é que este seria o lugar que iria reconhecer nomes mais artisticos como Jonathan Glazer (“The Zone of Interest”), mas a verdade que este deverá ser o primeiro de muitos para Nolan.
Nos últimos anos, Chloé Zhao (“Nomadland”) e Jane Campion (“O Poder do Cão”) triunfaram aqui e no Óscar, sendo que Josh Safdie & Benny Safdie (“Uncut Gems”) e S.S Rajamouli (“RRR”) nunca se conseguiram afirmar na corrida.
Em Melhor Filme, “Assassinos da Lua das Flores” triunfou, confirmando novamente o afeto deste grupo por Martin Scorsese, que já havia ganho em 2019 com “O Irlandês”. Neste momento, o novo filme de Scorsese é visto como um dos grandes favoritos à estatueta.
Nos últimos anos,”The Irishman”,“Drive my car” e “TÁR” surgiram na categoria de Melhor Filme no Óscar, sendo que “First Cow” em 2020 continua a ser o único filme a triunfar neste grupo e a não conquistar uma única nomeação nos Óscares.
Para além das vitórias, vale destacar as notáveis ausências de “Poor Things”, “Barbie” e “The Zone of Interest”, mas não é um grande motivo para preocupações. Filmes como “CODA”, “Green Book” e “The Shape of Water” foram ignorados por este grupo e acabaram por vencer o Óscar de Melhor Filme.
OS VENCEDORES COMPLETOS DO NEW YORK FILM CRITICS AWARDS
Melhor Filme: “Assassinos da Lua das Flores”
Melhor Realizador: Christopher Nolan, “Oppenheimer”
Melhor Ator: Franz Rogowski, “Passages”
Melhor Atriz: Lily Gladstone, “Assassinos da Lua das Flores”
Melhor Ator Secundário: Charles Melton, “May December”
Melhor Atriz Secundária: Da’Vine Joy Randolph, “Os Excluídos”
Melhor Argumento: “May December” – Samy Burch, Alex Mechanik
Melhor Filme de Animação: “O Rapaz e a Garça”
Melhor Diretor de Fotografia: “Oppenheimer” – Hoyte van Hoytema
Melhor Primeiro Filme: “Past Lives”
Melhor Filme Internacional: “Anatomia de uma Queda”
Melhor Documentário: “Menus-Plaisirs – Les Troisgros”
E tu, acreditas que “Oppenheimer” e “Assassinos da Lua das Flores” são os grandes candidatos aos Óscares 2024?
