Guillermo del Toro © Twentieth Century Fox Film Corporation

Guillermo del Toro | 25 filmes favoritos do cineasta de “A Forma da Água”

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Guillermo del Toro, cineasta de “A Forma da Água”, revelou os seus 25 filmes favoritos e a MHD reuniu-os e convida-te a assisti-los a todos. 

Guilhermo del Toro, realizador vencedor do Óscar de Melhor Realizador por “A Forma da Água” revelou aos seus fãs e ao mundo os seus filmes favoritos, uma prática comum entre os cineastas mais influentes da sétima arte.

Indiscutivelmente um dos três cineastas mexicanos mais influentes de todos os tempos na cultura norte-americana – a que se juntam os seus fiéis amigos Alfonso Cuarón e Alejandro G. Iñarritú -, Guillermo del Toro um tido um percurso repleto de glória. Aclamado pela crítica por “A Forma da Água”, mas também por “O Labirinto do Fauno” ou “Nas Costas do Diabo”, Guillermo del Toro não só sabe dissuadir as barreiras dos géneros cinematográficos como aproveita para brincar com os seus elementos estéticos e aproximando-los da sociedade contemporânea.

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Guillermo del Toro revelou os seus filmes favoritos

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A Forma da Água © Twentieth Century Fox Film Corporation

E nas suas brincadeiras de apaixonado pela sétima arte, del Toro tem provado ser um cineasta que confronta o ser humano com o animal, e em que o monstro assume, quase sempre, a dimensão humana e o humano torna-se a besta. Vi-lo em “A Forma da Água”, mas também recentemente na série original da Netflix intitulada “Trollhunters: Tales of Arcadia” (2015-2018), onde este duelo homem versus besta – o mesmo seria dizer o eterno entre o bem e o mal e toda as ambivalências dos conceitos – é mais do que evidente.

Na verdade, os filmes de Guillermo del Toro dão também voz a um passado que nunca foi, ou seja, que é representado pelo realizador sempre num nível distinto do classicismo que poderia, porventura, transparecer ao espectador. Daí que, dando asas à sua visão monstruosa, onírica e imaginária das coisas, Guillermo del Toro procura prestar homenagem aos realizadores e aos filmes que vieram antes.

Del Toro tem procurado nas entrevistas que confere para apresentar os filmes do passado e do presente que ele mais admira. Sejam os filmes de terror do cinema mudo que o cineasta mexicano assistia em criança, ou nas obras contemporâneas vistas desde que ganhou os seus dois Óscares, Guillermo del Toro decidiu partilhar com os seus fãs uma lista dos seus 25 filmes favoritos.

Atualmente Guillermo del Toro prepara-se para realizar grandes projetos como seu projeto de paixão em stop-motion “Pinocchio” e uma nova visão de “Nightmare Alley”. Certamente estes seus novos trabalhos serão inspirados por alguns dos seus filmes favoritos. Conhece os 25 filmes favoritos para Guillermo del Toro a seguir.




Fellini 8 ½” (1963)

Guillermo del Toro
Fellini 8 1/2 © Archives du 7e Art/Cineriz

Incluído na lista publicada pela Sight & Sound como um dos melhores filmes de todos os tempos, Guillermo del Toro fez um grande elogio à obra-prima de Federico Fellini na conhecida revista de cinema britânica.

Neste filme de Fellini, seguimos de perto Guido Anselmi (o encantador Marcello Mastroianni) um realizador que está a tentar ultrapassar uma crise de inspiração. Durante uma estadia numas termas, todos os seus fantasmas lhe aparecem, como que em sonhos, misturados com as pessoas reais que frequentam o local ou que o vêm visitar: familiares, atores, produtores e até críticos. Segundo Guillermo del Toro:

Um verdadeiro clássico tem sempre que ser íntimo e universal. Falar de cinema através do próprio cinema requer uma voz inabalável, na sua paixão e pureza. “8½” fala tanto sobre a vida quanto sobre arte – e faz questão de ligar os dois. Este é um retrato do narrador e do seu ofício – um poema lascivo e voraz para o cinema.




“A Bela e o Monstro” (1946)

A Bela e o Monstro | © Criterion

Toda a gente conhece “A Bela e o Monstro” da Walt Disney Pictures, tanto a versão original de animação, como a de live-action com Emma Watson, mas poucos conhecem a versão mais adulta, psicologicamente inteligente de Jean Cocteau produzida em 1946. Vista hoje, a longa-metragem pode ser considerada como pioneira na forma como trabalha o seu enredo, muito ao encontro das narrativas contemporâneas.

Será fácil associar este filme a Guillermo del Toro, uma vez que o próprio cineasta referiu a obra de Cocteau como uma das maiores influências para “A Forma da Água”, que também fala do amor entre uma mulher e um “monstro”. Segundo disse Guillermo del Toro à Criterion:

A adaptação de Jean Cocteau em 1946 do icónico conto de fadas de Jeanne-Marie Leprince de Beaumont é um dos mais mágicos filmes alguma vez feitos. É um filme que realmente contempla a dimensão freudiana que um conto de fadas tem, e fá-lo de forma sublime e sofisticada.




“Sangue por Sangue” (1984)

Guillermo del Toro
Sangue por Sangue © River Road Productions

Guillermo del Toro é também admirador do trabalho de cineastas contemporâneos: Joel e Ethan Coen. Os irmãos Coen, como são conhecidos, tiveram a sua estreia na realização com este thriller de crime neo-noir sobre um homem que contrata um investigador particular para matar a sua esposa infiel e o seu novo amante. Del Toro disse à Criterion:

O filme protagonizado por Frances McDormand na sua estreia como atriz, é tão perfeito quanto os primeiros recursos. “Blood Simple” contém a maioria, se não todas as preocupações que os irmãos Coen vão articular ao longo da carreira. É um primeiro filme perfeito.

Depois de “Sangue por Sangue”, os irmãos Coen realizariam longas-metragens de sucesso como “Barton Fink”, “O Grande Lebowski” e “Fargo”, entre outras.




“La Chienne” (1931)

Guillermo del Toro
La Chienne © Paris Studios Cinéma

Voltamos atrás no tempo para conhecer “La Chienne”, um dos grandes filmes da história do cinema para Guillermo del Toro. Segundo o realizador de “Crimson Peak” (2015):

“La Chienne”, é o segundo filme sonoro realizado pelo mestre do cinema francês Jean Renoir, e conta a história de um chulo e da sua prostituta, que se unem para explorar um pintor por dinheiro com consequências inesperadas. Jean Renoir é, acima de tudo, um humanista, que não julga ninguém. Há uma boa vontade abrangente em relação à humanidade nos seus filmes.”

A procura pelo humanismo faz, inclusive, parte das obras de Guillermo del Toro, vejam-se como exemplo “O Labirinto do Fauno” e mesmo os dois filmes que realizou sobre “Hellboy”, a conhecida personagem da BD.




“Canoa” (1976)

Guillermo del Toro
Canoa © Criterion

O cinema da sua nação ganha algum destaque na lista dos filmes favoritos para Guillermo del Toro. O filme foi um marco na história do México e acompanha um grupo de estudantes que chega a uma pequena aldeia do interior, surpreendentemente governada por um padre extremamente fanático, sendo acusados de serem comunistas e hereges, e condenados à máxima daquele povo.

“Canoa” tece, portanto o eterno confronto entre o novo e o velho, entre o passado e o presente, que falam as obras de Guillermo del Toro (Giles, a sua personagem mais nostálgica de “A Forma da Água” é um bom exemplo). Nas palavras do próprio cineasta à Criterion:




“Frankenstein, o homem que criou o monstro” (1931)

guillermo del toro
Frankenstein © Universal

“A Forma da Água” não é só uma referência direta a “O Monstro da Lagoa Negra” (Jack Arnold, 1954) como um re-enquadramento da temática e, por sua vez, género cinematográfico, inaugurado nos filmes de James Whale: o cinema de terror com monstros. Não é, portanto, surpresa alguma ver “Frankenstein, o homem que criou o monstro” na lista dos filmes favoritos de Guillermo del Toro.

Na sua conversa com o British Film Institute (BFI), o cineasta mexicano disse:

“Frankenstein” é um filme – e um conto – que toca a própria essência do que eu sou, e tudo aquilo em que eu acredito. O excelente olho e estética de Whale são acompanhados por uma performance de Boris Karloff que consegue transmitir medo, fragilidade e poder em simultâneo.




“Freaks” (1932)

Guillermo del Toro
Freaks | © MGM

Entre os melhores filmes de “monstros” (ou melhor, daquilo que eram consideradas aberrações para a época), Guillermo del Toro refere-se a “Freaks” como um filme que, até ao momento, é bastante difícil de assistir:

Cheio de momentos icónicos de puro cinema, horror, noir, e de melodrama perverso, ‘Freaks’ é ainda hoje inclassificável, mesmo depois de tantas décadas. É um filme doente, distorcido, perverso, mas também profundamente humano.

De facto, depois de “Frankenstein” da Universal Studios, a MGM procurava um filme que superasse o sucesso do filme de James Whale nas bilheteiras. Daí, a produtora sugeriu a Tod Browning a adaptação da obra “Freaks”, de Tod Robbins, cujo enredo era uma referência aos Freak Shows, os famosos e curiosos circo de horrores que se propagaram nos Estados Unidos nos séculos XIX e XX.

Ao contrário dos filmes de Guillermo del Toro, onde os monstros são criados com recurso a longas horas passadas na sala de maquilhagem, “Freaks” contratou pessoas reais com deformações reais. O filme continua a ser polémica até nos dias de hoje.




“A Ghost Story” (2017)

Guillermo del Toro
A Ghost Story © Sailor Bear

“A Ghost Story”, realizado pelo sempre impressionante David Lowery (realizador de “A Lenda do Dragão”) confronta de maneira brilhante a morte e a vida, procurando na primeira um sentido para a segunda. A história do filme segue um fantasma que regressa à sua casa para consolar sua esposa viúva. No local, ele descobre que o seu estado espectral, o obriga a observar passivamente a vida que ele conhecia, e a mulher que ele ama, afastarem-se da sua memória pouco a pouco.

Guillermo del Toro referiu “A Ghost Story” protagonizado por Casey Affleck e Rooney Mara como uma obra prima e o seu filme favorito de 2017, o mesmo ano em que estreou “A Forma da Água”.




“Tudo Bons Rapazes” (1990)

Guillermo del Toro
Tudo Bons Rapazes © Warner Bros. Entertainment

Enquanto aguarda impacientemente pela estreia do novo filme de Martin Scorsese “The Irishman”, com Robert DeNiro e Joe Pesci nos principais papéis, Guillermo del Toro vai revivendo as emoções de “Tudo Bons Rapazes”, protagonizado pelo mesma dupla de atores e que reunia ainda Ray Liotta.

Para del Toro, “Goodfellas” é um verdadeiro marco cinematográfico e daqueles filmes que ninguém esquece quando assiste:

O filme de Martin Scorsese de 1996, “Tudo Bons Rapazes”, é um dos filmes mais influentes de sempre, e digamos que sozinho desempenha um papel importante na criação de todo o cinema do século XXI. Um filme que pode ser revivido várias vezes e permanece surpreendente. É perfeito em todos os aspetos, atrás e à frente da câmaras.



“Aves de Rapina” (1924)

Greed © Metro-Goldwyn-Mayer Corporation

“Greed”, filme mudo de Erich von Stroheim é uma das referências para os estudantes de cinema na atualidade, sobretudo por ser um exemplo do radicalismo do seu cineasta, que quis fazer frente aos produtores de Hollywood. Erich von Stroheim é certamente uma das vozes mais antigas, e mais contemporâneas também, do que se poderia afirmar como “cinema autoral”. Para del Toro:

Uma representação requintada da perversidade humana, ‘Aves de Rapina’ é uma fábula monumental que continuará a influenciar o cinema nas próximas décadas, Tão moderno e brutal hoje, quanto no dia em que foi lançado, o filme é um reflexo perfeito da ansiedade que permeia a passagem para o século XX e a absoluta desumanização que estava por vir.




“The Innocents” (1961)

The Innocents
The Innocents | © Twentieth Century Fox

Continuando na linha do cinema de terror que já vimos ser comum nesta lista, Guillermo del Toro destacou, numa entrevista ao meio de comunicação Wired, “The Innocents” como um dos melhores filmes de horror alguma vez feitos.

Nomeado para dois BAFTA, incluindo Melhor Filme, em “Os Inocentes”, somos levados até Inglaterra, durante a era Vitoriana. Aí, dois irmãos Flora (Pamela Franklin) e Miles (Martin Stephens), moram com o seu tio numa antiga casa após ficarem órfãos. As crianças são deixados aos cuidados da governanta Giddens (Deborah Kerr), uma mulher muito competente, que ganha total liberdade na educação dos miúdos. Porém, as duas crianças começam a serem possuídas por espíritos que habitavam a casa. Cabe a Giddens salvá-las e exorcizar os espíritos que rondam a casa.




“Jaws” (1975)

o tubarão steven spielberg
O Tubarão © Universal

“Tubarão”, de Steven Spielberg, é para Guillermo del Toro um dos melhores filmes de terror já feitos, como disse o cineasta à Wired durante uma entrevista. Em Tubarão, o monstro protagonista é uma figura ausente durante grande parte da trama, só para despertar medo no espectador, e ao mesmo tempo para alimentar o suspense.

A decisão do Steven Spielberg de esconder o seu tubarão até a segunda metade do filme moldaria a estrutura dos filmes de monstros pelas próximas décadas, uma contribuição que nunca se perdeu, enquanto eu fazia os meus próprios filmes de terror.




“Kwaidan” (1965)

Kwaidan © Toho

Como já podemos constatar, Guillermo del Toro sempre teve uma admiração incrível por histórias com fantasmas e “Kwaidan” de Masaki Kobayashi é uma delas e um dos seus projetos favoritos. Como o cineasta disse à Criterion:

“[…] é um conto de fadas que é, ao mesmo tempo, incrivelmente assustador, e incrivelmente bonito e fala sobre o amor e a morte com igual paixão”.




“The Man Who Knew Too Much” (1956)

Guillermo del Toro
O Homem Que Sabia Demais © Paramount Pictures

Como quase todo os realizadores profissionais nascidos na década de 1960, Guillermo del Toro foi muito influenciado pelos filmes de Alfred Hitchcock. Del Toro escolhe “O Homem que Sabia Demais” como o filme mais influente do Mestre do Suspense para ele, dizendo à Criterion:

Há um caos ao acaso que esta versão tem, e que eu acho completamente encantadora. O espectador pode sentir que [Hitchcock] está a trazer todas as ferramentas do ofício que adquiriu na Inglaterra, mas para uma grande brincadeira.




“Modern Times” (1936)

Guillermo del Toro
Tempos Modernos © Charlie Chaplin Productions

Em poucas palavras poderemos resumir “Tempos Modernos” às próprias palavras de Guillermo del Toro:

Qual é o cineasta que não é inspirado por Charlie Chaplin? “Tempos Modernos”, obra-prima de comédia do cinema mudo realizada e protagonizada por Charlie Chaplin, representa o comando absoluto do meio cinematográfico.

Realizado em 1936, “Tempos Modernos” é um dos filmes das significativos de Charles Chaplin, uma obra sobre a luta entre as máquinas e o homem, na procura eterna pela felicidade. Segundo a sinopse oficial do filme:

O Vagabundo procura ganhar a vida trabalhando numa linha de montagem numa fábrica gigantesca. Mas está sempre a arranjar confusão e vai vivendo uma série de peripécias que o conduzem ao hospital e várias vezes à prisão. No entanto, essas peripécias conduzem-no também a uma jovem rapariga, cujo pai foi morto numa greve e por quem ele se apaixona. O Vagabundo e a rapariga juntam-se para enfrentar juntos as dificuldades da vida.




“Night of the Hunter” (1955)

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The Night of the Hunter © Metro-Goldwyn-Mayer Productions

Em “Night of the Hunter”, encontramo-nos com um assassino de viúvas ricas que, ao sair da prisão, persegue uma família para encontrar o dinheiro que o pai, que conhecera na cadeia, havia guardado em lugar não revelado. Para Guillermo del Toro, o filme é uma das obras de referência de sua infância e do género de terror.

O thriller de Charles Laughton, “Night of the Hunter”, é tão sombrio e tão bonito que fez-me chorar. O filme é protagonizado por Robert Mitchum como um ministro que se torna serial killer e planeia seduzir uma viúva e roubar todo o seu dinheiro depois de matar o seu marido.




“Nosferatu” (1922)

Guillermo del Toro
Nosferatu, eine Symphonie des Grauens © Archives du 7e Art/Prana-Film Berlin

Não estamos a falar da série protagonizada por Zachary Quinto com um título arrepiante como NOS4A2. “Nosferatu” é uma das obras mais importantes da história do cinema e que Guillermo del Toro recomenda aos seus fãs e admiradores do seu trabalho. Enquanto fã de filmes clássicos com vampiros, não seria de esperar outra coisa de del Toro senão ver esta obra na lista dos seus filmes preferidos. Como disse em conversa com a Sight & Sound:

Nosferatu é uma sinfonia de narrativa visual perfeita. A natureza hipnótica do filme absorve o público em transe. Juntamente com o “Vampyr” de Dreyer (1932), é um dos dois pilares de todo filme vampírico já produzido. Enquanto Dreyer se preocupa com o espiritual, o filme de Murnau tem um componente físico tangível de corrupção que torna o mal imediato e real.




“Los Olvidados” (1952)

Guillermo del Toro
Los Olvidados © Estudios Tepeyac

Del Toro disse à BFI que admira o trabalho de Luis Buñuel, incluindo o drama de 1950 “Los Olvidados”. Luis Buñuel considerava “Los Olvidados” um filme de luta social, mas, além de expor as degradantes condições de vida na Cidade do México, também aposta na trama imaginária que sempre caracterizou a obra surrealista do cineasta. Trata-se de uma das suas obras primas mais aclamadas, responsável inclusive, por relanças a carreira de Buñuel. Para Guillermo del Toro:

O seu espírito surreal e anarquista é mais profundo quando usado contra um género convencional ou uma restrição comercial. Este exemplo da era de ouro do cinema mexicano dá um soco, que nunca vacila em retratar a inocência sufocada por regras e construções do concreto.




“Ran – Os Senhores da Guerra” (1985)

Guillermo del Toro
Ran © Rialto Pictures

Outro dos cineastas favoritos de Guillermo del Toro é a lenda japonesa Akira Kurosawa, que adaptou “King Lear”, de William Shakespeare e transformou-o no épico “Ran”. Del Toro disse sobre o filme:

Kurosawa é um dos mestres essenciais e é melhor representado por [‘Ran’] , um dos seus filmes mais operísticos, pessimistas e visualmente espetaculares. Como ele conseguiu ser ao mesmo tempo exuberante e elegante será um dos grandes mistérios do nosso tempo, e da vida.




“Roma” (2018)

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Roma © Netflix

Sabemos que Guillermo del Toro é amigo do também realizador Alfonso Cuarón e, por isso, não é com tanta surpresa que vemos um dos filmes de Cuarón na lista. Surpresa sim é tratar-se do seu filme mais recente. Para Guillermo del Toro, “Roma”, vencedor de 3 Óscares da Academia incluindo Melhor Realizador, é um dos cinco filmes favoritos de todos os tempos.

Para mostrar a sua paixão por “Roma”, Guillermo del Toro teve coragem de partilhar 10 observações sobre “Roma na sua conta Twitter, e referiu que a obra protagonizada pela atriz amadora Yalitza Aparício saltou diretamente para o topo da lista dos melhores filmes alguma vez feitos.




“The Seventh Seal” (1957)

Guillermo del Toro
O Sétimo Selo © Svensk Filmindustri

Todos vêm “O Sétimo Selo”, de Ingmar Bergman como um filme negro, pesado e demasiado intelectual, que leva vários espectadores a terminar a projeção. Contudo, há algo que Guillermo del Toro viu e que, aparentemente, poucos conseguiram detetar. Como referiu o cineasta à Criterion, ao referir ao drama existencial como um dos maiores filmes já feitos:

“Muitas vezes me surpreendo com a forma como o humor e os elementos cómicos em ‘O Sétimo Selo’ parecem ser negligenciados a favor de sua reputação como um filme de arte ‘sério’ por excelência”.

Na verdade, o enredo de “O Sétimo Selo” não tem lá muito de cómico ou sequer paródico. De volta das Cruzadas, um cavaleiro vê o seu país física e espiritualmente devastado. Depois encontra uma estranha e enigmática personagem, a Morte, com a qual, no decurso de uma longa partida de xadrez, aborda diversas questões, sobre a fé e a dúvida, que permanecem sem resposta.

Se compararmos aos filmes de del Toro veremos que a própria Morte (ou a eminência dela) é, aliás,  um elemento que atormenta muitas das personagens.




“Time Bandits” (1981)

Guillermo del Toro
Time Bandits © HandMade Films

O filme de cult de fantasia realizado por Terry Gilliam, “Time Bandits”, de 1981, iniciou sua “Trilogia da Imaginação”, que continuaria com o lendário “Brasil” (1985) e terminaria com o mais polarizador “As Aventuras do Barão Munchausen” (1988). Del Toro tem um carinho especial por “Time Bandits”, protagonizado por Sean Connery, John Cleese, Shelley Duvall e Michael Palin, dizendo à Criterion:

Há um humor incrível, uma crueldade incrível e um desejo insaciável por diversão e criatividade que encarna, para mim, como um filme infantil deveria ser.

Talvez, pela influência de Time Bandits e do próprio Terry Gilliam, Guillermo del Toro aproveite-se do lado infantil da história para criar as partes mais divertidas e alucinantes da série Netflix “Trollhunters”.




“Vampyr” (1932)

Guillermo del Toro
Vampyr © Tobis Filmkunst

A lenda do cinema dinamarquês Carl Theodor Dreyer inspirou vários realizados importantes dos dias de hoje, entre eles de Lars von Trier, mas também Guillermo del Toro. “Vampyr”, na lista de “Nosferatu” é também um filme sobre o universo obscuro dos míticos vampiros.

Se “Nosferatu” destaca-se pela direcção artística, “Vampyr”, de Dreyer foi aqui escolhido como um dos melhores filmes de sempre pelo realizador de “Nas Costas do Diabo” pelo seu dinâmico trabalho de câmara do diretor de fotografia Rudolph Maté:

“A câmara torna-se também uma personagem no filme, sendo mais do que uma mera testemunha. A câmara é um participante ativo na narrativa e, portanto, é profundamente cinematográfico.”

Isto acontece porque a câmara faz de tudo para criar ou representar a verdadeira experiência do que significa “sonhar”. Rudolph Maté trabalharia ainda em projetos de Hollywood, como por exemplo, “Our Relations” (1936), “Stella Dallas” (1937) ou “Gilda” (1945).





“Viridiana” (1961)

Guillermo del Toro
Viridiana © Unión Industrial Cinematográfica (UNINCI)

Por último, Guillermo del Toro escolhe um vencedor da Palme d’Or no Festival de Cannes. Nada mais nada menos outro dos filmes do cineasta espanhol Luis Buñuel, “Viridiana”. Na sua conversa com a Criterion as suas palavras foram as seguintes:

Viridiana reconstrói o realizador de várias maneiras. Reencontra a sua identidade como cineasta espanhol e permite que ele recupere o prestígio europeu e, posteriormente, permite que ele grave filmes em qualquer parte do mundo.

É com a globalidade que transmitem os filmes de Luis Buñuel que Guillermo del Toro termina esta sua lista dos seus 25 filmes favoritos. Certamente, também ele com objetivo de chamar todos os espectadores para o seu cinema.

Agora que já conheces os 25 filmes favoritos de Guillermo del Toro, a MHD quer saber quais são os teus filmes favoritos! Partilha-os connosco.

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