©Warner Bros/ 20th Century Fox

Helena Bonham Carter, os 15 papéis essenciais

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Helena Bonham Carter, uma das mais populares e versáteis atrizes britânicas a operar em Hollywood, completou 54 anos a 26 de maio. Para comemorar o seu aniversário recuperamos agora os grandes papéis que distinguem a sua notável, longa e acima de tudo prolífica carreira. 

A expressiva e ousada intérprete nasceu a 26 de maio de 1966 em Golders Green – uma área do bairro de Barnet, Londres, Inglaterra. Filha de uma psicoterapeuta e de um banqueiro, Helena Bonham Carter vem de uma família de sangue azul descendente de Barões e Baronesas, como não é raro na atual Inglaterra que recorda ainda a forte estratificação social do passado. Entre os seus antepassados contam-se poucos membros do mundo do espectáculo, apesar do seu tio-avó  – Anthony Asquith  – ter sido um realizador com alguma fama responsável pela realização da obra “A Importância de se Chamar Ernesto”, de 1952. O seu primo Crispin Bonham Carter também  é ator, sendo associado ao papel de Mr.Bingley na popular adaptação da BBC ao formato de mini-série de “Orgulho e Preconceito” (1995). 

A paixão pela representação começou na adolescência com a participação numa competição de poesia. Já o seu primeiro agente e primeiro trabalho publicitário surgiram quando tinha apenas 16 anos. Foi com um filme para a televisão – “A Pattern of Roses”, de 1983, que se estreou na ficção. Esta sua participação valeu-lhe o casting seu primeiro grande filme – “Quarto com Vista Sobre a Cidade” (1985), de James Ivory. Assim se iniciou uma carreira que conta já com mais de 35 anos de longevidade e com uma rica filmografia que soma quase 100 créditos em papéis distintos e frequentemente difíceis de esquecer.

Recuperamos agora, de forma cronológica, 15 dos papéis mais marcantes que definem a carreira da grande Helena Bonham Carter . Aproveitamos também para sugerir onde podem ser vistos.

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QUARTO COM VISTA SOBRE A CIDADE (1985) 

european film challenge quarto com vista sobre a cidade
© Merchant Ivory Productions

Aos 19 anos filmou aquela que viria a ser a sua primeira participação numa obra cinematográfica filmada para o grande ecrã. Começou em grande, nos dramas históricos de referência realizados por James Ivory, com quem voltaria inclusive a colaborar. Ainda longe dos papéis irreverentes, bizarros e marcados pela lógica das anti-heroínas, a Helena Bonham Carter de início de carreira destacou-se cedo mas preencheu, nos primeiros tempos, o papel de “rosa inglesa” que é frequentemente atribuído às atrizes em produções britânicas.

“Quarto com Vista Sobre a Cidade” é um drama romântico situado na Florença do início do século XX. Acompanhamos, numa pousada, um grupo de hóspedes ingleses, entre eles George Emerson (Julian Sands) e o seu pai (Denholm Elliott), que oferecem os seus quartos com vista à jovem Lucy Honeychurch (Helena Bonham Carter) e à aristocrata Charlotte Bartlett ( Maggie Smith).  Lucy e George aproximam-se romanticamente mas Lucy acaba por voltar para Inglaterra. Aquando do seu reencontro Lucy está noiva de Cecil (Daniel Day-Lewis), um jovem rico e pretensioso.

Muito ancorado na prestação madura e robusta de uma adolescente Helena Bonham Carter e também na prestação secundária de Maggie Smith, “Quarto com Vista Sobre a Cidade” conta com a presença de diversos grandes intérpretes, tais como Judi Dench ou Simon Callow. A obra venceu o BAFTA de Melhor Filme e foi nomeada a 8 Óscares, tendo vencido na categoria de Melhor Argumento, Direcção de Arte e Guarda-Roupa. 

Onde ver: O filme encontra-se disponível na plataforma Filmin.




RAINHA POR NOVE DIAS (1986)

Helena Bonham Carter papéis
Cary Elwes e Helena Bonham Carter em “Rainha por Nove Dias” (1986) |©Paramount Pictures

“Rainha por Nove Dias” ou, no original, “Lady Jane”, é um dos diversos dramas românticos históricos que Helena Bonham Carter viveu no seu início de carreira. Entre narrativas de época no reino da ficção até ao retrato de trágicas figuras históricas, aqui fica um exemplo do segundo caso. Interpreta aqui Lady Jane, uma jovem de 16 anos que foi rainha de Inglaterra apenas durante nove dias. Lady Jane Grey era prima do afamado Henrique VIII e desaprovava os comportamentos dos restantes membros da nobreza, bem como as suas crenças religiosas. Devido a uma estranha reviravolta e não obstante a sua tenra idade foi coroada rainha de Inglaterra e assim começou um dos mais curtos reinados de que há memória.

Uma jovem Helena brilhou na pele de uma inteligente monarca adolescente que acabou por servir de mártir de uma causa religiosa que semeava a discórdia na sociedade e corte inglesa.

Onde ver: o DVD do filme pode ser adquirido na FNAC.




REGRESSO A HOWARDS END (1992) 

Helena Bonham Carter Howards End
©Merchant Ivory Productions

Regresso à colaboração com James Ivory, depois de “Quarto com Vista Sobre a Cidade, com este “Regresso a Howards End”. Num filme relevante para as carreiras de ambas, Emma Thompson e Helena Bonham Carter dão vida às eruditas e filantropas irmãs Schlegel, numa narrativa sobre disparidades na estratificada sociedade britânica no início do século XX.

Pela sua interpretação como Helen Schlegel Helena Bonham Carter foi indicada ao BAFTA de Melhor Atriz num Papel Secundário em 1993. Foi esta a sua primeira nomeação das atuais 5 que já coleciona, entre premiações dedicadas a cinema e outras a televisão. Esta obra baseada no romance de  E.M. Forster venceu três Óscares e embora Helena não tenha sido indicada às premiações norte-americanas, este é um papel determinante para a evolução futura da sua carreira, quiçá em pé de igualdade com a sua prestação-revelação em “Quarto Com Vista Sobre a Cidade”.

Onde ver: Integra a colecção James Ivory disponível na FNAC.




FRANKENSTEIN DE MARY SHELLEY (1994) 

Helena Bonham Carter Frankenstein
Kenneth Branagh e Helena Bonham Carter em “Frankenstein” (1994) |©TriStar Pictures

Um papel diferente na ainda curta carreira de Helena Bonham Carter. Não obstante a versão de “Frankenstein” de  Kenneth Branagh não ser a mais conceituada marca um tipo de personagem distinta, mais arrojada na filmografia de Helena. Aqui, deu vida a uma personagem que viu já inúmeras interpretações – Elizabeth Lavenza – a noiva de Victor Frankenstein. O arrojado cientista é  interpretado pelo próprio Branagh, tendo o elenco central contado ainda com Robert De Niro como o Monstro.

A sua Elizabeth é tempestuosa, arrojada e a química com Branagh é quase asfixiante. A intensidade dramática da intérprete voltou aqui a não passar despercebida e o seu espectro começou a ver-se ampliado. Não sendo um dos seus papéis mais aclamados, sendo este um conto gótico irreverente, não deixou de lhe valer uma nomeação a um Saturno – os prémios da Academia de Ficção Científica, Terror e Fantasia dos Estados Unidos da América. Este “Frankenstein de Mary Shelley” é ambicioso, teatral e visualmente hipnótico embora não tenha sido, de todo, consensual. A performance de Helena em muito ancora as interpretações centrais.

Onde ver: O filme encontra-se disponível para compra no Youtube e para aluguer na Rakuten TV e na Apple TV.




AS ASAS DO AMOR (1997) 

in the wings of the dove
©Miramax

O drama romântico “The Wings of the Dove” continua, hoje, a marcar profundamente a carreira de Helena Bonham Carter. A atriz pode ser acima de tudo conhecida pelas suas excêntricas interpretações em filmes de Tim Burton, mas foi este filme realizado por Iain Softley que a conduziu à sua primeira nomeação ao Óscar, a sua única na categoria de Melhor Atriz Principal. “As Asas do Amor” é mais um filme no qual Bonham Carter se vê no centro de um romance tórrido e complicado e onde as questões de classe uma vez mais desempenham um papel preponderante. 

Este filme com fotografia nomeada ao Óscar do português Eduardo Serra -responsável pelo departamento em grandes produções como “Diamante de Sangue” ou “Harry Potter e os Talismãs da Morte”  – vê Helena uma vez mais a filmar nas belas paisagens idílicas Italianas. Desta vez não está em Florença mas sim em Veneza. A obra baseada num romance de Henry James situa-se numa Itália circa 1900 e vê Helena Bonham Carter a encarnar uma jovem que se vê perante um dilema emocional: viver com uma tia rica ou viver uma vida apaixonada com um jornalista sem posses. Uma viagem a Veneza tem o potencial de transformar o destino destas três personagens…

Helena Bonham Carter, no pico da sua carreira, dá vida à inteligente e determinada Kate Croy – uma mulher resiliente que nasceu na época errada. Aqui podemos ver a atriz em estado de graça.

Onde ver: O DVD importado do filme pode ser adquirido na FNAC.




CLUBE DE COMBATE (1999) 

Helena Bonham Carter
Quiçá a imagem mais icónica de Helena Bonham Carter enquanto Marla |©20th Century Fox

“Fight Club” é um dos maiores fenómenos de culto no mundo do cinema, apreciado por cinéfilos e por uma vasta camada do público mais mainstream. O filme de David Fincher ancorado nas memoráveis interpretações de Brad Pitt e Edward Norton não deixa, ainda assim, de nos remeter também para a anárquica Marla Singer de Helena Bonham Carter. Este filme lançado no limiar da viragem do milénio é, em grande parte, responsável pela profunda transformação da imagem da atriz e das suas personagens. Dizemos aqui adeus às damas inglesas de armas e acomodamos as personagens apaixonadas pelo caos e destruição, as anti-heroínas, as não conformistas. Helena caminhava assim para a atriz, também ela de culto, que se viria a tornar.

Um filme sobre a recusa da doutrina e da mundanidade obediente, onde Helena Bonham Carter constrói uma outra persona artística que viria a acompanhá-la em anos vindouros. Uma metamorfose digna de não perder de vista.

Onde ver: Não faltam plataformas onde encontrar este filme favorito dos fãs. Pode ser alugado nos VODs das plataformas nacionais, está disponível para streaming na plataforma Prime Video da Amazon e é ainda possível alugar ou comprar uma cópia digital na loja do Google Play, na Rakuten TV e no Youtube.




 PLANETA DOS MACACOS (2001) 

Planeta dos Macacos
Helena Bonham Carter em ” Planeta dos Macacos” | © 2001 – 20th Century Fox – All Rights Reserved
A trama de acção aliada à ficção científica ” Planeta dos Macacos” marca o início da parceria pessoal e profissional com Tim Burton. Este excêntrico e pouco convencional casal maravilha deliciou Hollywood e o mundo durante diversos anos, tendo Helena Bonham Carter participado em sete filmes do realizador. Foi aqui o início dessa prolífica relação que será inevitavelmente recuperada em alguns dos seus projetos.
Com “Planet of the Apes” Bonham Carter deu mais um metamórfico salto na sua carreira como a primata humanoide Ari. Planeta dos Macacos é um longo franchise que se iniciou com um romance na década de 60  que nessa mesma década se viu adaptado ao cinema – através de uma saga inicial que viria a contar com cinco filmes entre 1968 e 1973. O século XXI trouxe já múltiplas novas interpretações da história, entre elas o remake de  Tim Burton antes de Andy Serkis começar uma nova e mais proveitosa versão atualizada.
Não sendo este um filme capaz de reunir consenso, Bonham Carter integra um elogiado elenco de interpretes. Mark Wahlberg lidera o cast de uma obra sobre um planeta oposto, onde ao invés de os homens se terem desenvolvidos foram os macacos a evoluir, escravizando os seres humanos. Um dia, cai um estranho do céu, um piloto vindo do Planeta Terra que acidentalmente lidera a luta contra a opressão dos humanos no Planeta dos Macacos. Helena é brilhantemente um destes símios, uma chimpanzé que decide enfrentar o tratamento vil dos humanos no seu planeta, ajudando a promover assim a revolta social.
Onde ver: disponível para aluguer na Rakuten TV, Youtube, Google Play e Apple TV.



O GRANDE PEIXE (2003) 

Helena Bonham Carter in Big Fish (2003)
© Sony Pictures
Uma aventura fantástica narrada em registo que oscila entre sonho e realidade, assim é “Big Fish”. É esta mais uma colaboração Burton/Bonham Carter que não podemos deixar de destacar na presente galeria. Neste filme acompanhamos a monumental jornada de um jovem (Billy Crudup)  que procura conhecer melhor o seu pai (Albert Finney), que se encontra no final da sua vida. Conhecido e apreciado por todos como um exímio contador de histórias, Ed Bloom, interpretado na sua versão jovem por Ewan McGregor, tinha por característica basear-se na realidade e a partir daí inventar as mais estranhas histórias. O seu filho procura agora compreender quais as fronteiras entre a realidade e a ficção que definem a mente criativa do seu pai.
Helena Bonham Carter é aqui a personagem Jenny em jovem, senior e ainda sugestivamente “a bruxa”. Esta sua Jenny é uma complexa personagem tripartida, importante para a reflexão sobre as memórias de Ed e ainda repleta de nuances e multiplicidades, munida de uma aura de sobrenaturalidade. Um certo uncanny que em muito fortalece a aura da atriz manifesta-se aqui uma vez mais.
Onde ver: o excêntrico e “Big Fish” encontra-se disponível para streaming na Netflix.




HARRY POTTER E A ORDEM DA FÉNIX (2007) 

Helena Bonham Carter Bellatrix HP 5
©Warner Bros.
Parte significativa dos grandes atores britânicos integraram uma das maiores sagas alguma vez filmadas em terras de Sua Majestade. Fala-se da saga “Harry Potter”, onde vimos Helena Bonham Carter num papel ao qual é facilmente associada. Não esteve presente desde o início da saga mas a sua devoradora da morte Bellatrix Lestrange, prima do amado Sirius Black (Gary Oldman), não deixou de ser por isso uma das personagens mais apreciadas da saga. Muito mais uma vilã do que uma anti-heroína, Bellatrix fez-se de uma exuberante interpretação da britânica, que na pele desta assassina deixava bem para trás os seus tempos como dama de corpete, ou pelo menos afastava-se cada vez mais de possíveis colagens a esse tipo de persona. Era antes uma irresistível força da natureza gótica.
Bellatrix é a mais fiel entre os impiedosos seguidores de Voldemort, e a sua electrizante presença começou a fazer-se sentir em “Harry Potter e a Ordem da Fénix” (2007) aquando de uma fuga em massa de 10 devoradores da morte da prisão de alta segurança de Azkaban. No universo de Harry Potter a Bellatrix de Bonham Carter foi sem dúvida a mais temível bruxa a gracejar o ecrã ao longo de 8 filmes da saga. Foi também responsável por algumas das mortes e torturas mais marcantes do universo. Helena Bonham Carter foi uma escolha tão acertada para o papel que é difícil imaginar outra atriz a desempenhá-lo. A sua Bellatrix chegou neste quinto capítulo e foi determinante até à conclusão da saga.
Onde ver: Todos os filmes da saga Harry Potter estão disponíveis na plataforma Netflix, inclusive este “Ordem da Fénix”.




SWEENEY TODD: O TERRÍVEL BARBEIRO DE FLEET STREET (2007)

Sweeney Todd: O Terrível Barbeiro de Fleet Street
“Sweeney Todd: O Terrível Barbeiro de Fleet Street “| © Warner Bros. Pictures
2007 foi um ano marcante para a cristalização das mais infames e exuberantes personagens de Helena Bonham Carter. Não foi apenas o ano em que deu vida à Bellatrix escrita por J.K Rowling mas também o momento em que entregou uma prestações inesquecível de uma criação querida dos palcos da Broadway.”Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street” é um dos filmes mais sarcásticos, divertidos e coloridos da filmografia de Tim Burton e aquele em que a parceria frente ao ecrã entre Johnny Depp e Helena Bonham Carter ganhou verdadeira vida própria. Ele como Sweeney Todd, o mal tratado barbeiro homicida. Ela como a sua parceira no crime, Mrs.Lovett, a dona da loja que vende as “piores tartes de Londres”.
Esteticamente inesquecível – e vendedor do Óscar para Melhor Direcção de Arte – “Sweeney Todd” mereceu a Helena Bonham Carter uma bem merecida nomeação aos Globos de Ouro na categoria de comédia  e/ou musical. Outro ponto alto desta sua participação no musical de Tim Burton é termos um vislumbre da sua cristalina voz, especialmente notável na música “The Worst Pies in London”.  “Sweeney Todd” é um delicioso musical de terror e a imagética apelativa não deixa de rivalizar com as interpretações de Depp e Bonham Carter, aqui colocados num mundo que só aos fora-da-lei que representam diz respeito. Não é tarefa fácil adaptar este emblemático e macabro produto teatral à sétima arte. Burton fê-lo com precisão e com um valor de entretenimento capaz de contaminar até os mais céticos face ao género do musical. Não seria o mesmo produto sem esta sua dupla carismática.
Onde ver: Está disponível para aluguer na Rakuten TV. Foi ainda exibido no TVCINE Action no passado dia 23 de maio, estando portanto ainda disponível para quem subscreva ao canal e detenha uma box de gravação. É novamente exibido a 12 de junho às 20h30.




ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS (2010) 

Netflix
©Disney

A “Alice no País das Maravilhas” de Tim Burton é uma tentativa algo frustrada de adaptação do mais que seminal romance de Lewis Carroll. Preso entre dois mundos, o filme assinado por este príncipe do gótico tenta ser mais sombrio do que o esperado de “Alice in Wonderland”. Enquanto adaptação liderada pela Disney acaba por não conseguir tornar-se verdadeiramente sombrio, preso entre a bizarria e a agradável marca das narrativas infantis mais convencionais e seguras. Esta dualidade tornou este esforço em algo menor mas as prestações extravagantes de intérpretes como Helena Bonham Carter, Johnny Depp, Anne Hathaway ou Stephen Fry- entre outros nomes assinaláveis – não deixa de merecer menção.

Assim se inclui portanto a Rainha Vermelha de Bonham Carter. Não obstante a promessa falhada desta longa-metragem, a sua caricatural Rainha de Copas não deixou a memorável personagem literária mal servida, antes pelo contrário. É legítimo considerar que a sua abordagem é a que mais luz trouxe a uma narrativa de resto pouco inspirada.

Onde ver: É possível alugar o filme no Google Play, Youtube e Rakuten Tv.




O DISCURSO DO REI (2010) 

“O Discurso do Rei” | © The Weinstein Company
Com uma primeira década do século XXI dominada por excêntricos, teatrais e quase caricaturais papéis eis que a segunda nomeação ao Óscar de Helena Bonham Carter chegou com um dos seus regressos – mais que esporádicos  – ao universo dos dramas de época. Da autoria de Tom Hooper, com quem viria novamente a colaborar em breve no filme “Os Miseráveis” (2012), “O Discurso do Rei”, este filme nomeado a 12 Óscares e vencedor nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Realizador e Melhor Argumento Original recorda um momento muito específico no tempo.
Não é, de certo,  uma das prestações mais marcantes da carreira da atriz, mas a nomeação chegou num filme que foi premiado fortemente. “The King’s Speech” é um daqueles filmes classificáveis como “académicos”. É o típico romance de época focado na nobreza e atento ao detalhe que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood tanto aprecia. O tipo de filme que perpetua uma certa lógica já vista, testada e mais que comprovada como eficaz.
A falta de ousadia desta obra em nada compromete o reconhecimento do papel desta intérprete, como é evidente. Numa narrativa em que Colin Firth é um gago Rei George VI que se prepara para um discurso importante, Helena é a sua compreensiva esposa Elizabeth – futura rainha-mãe. O papel de Helena é aqui acima de tudo um de apoio mas devido ao reconhecimento que conseguiu com o mesmo, não seria fácil ignorar a sua inclusão nesta lista.
Onde ver: A cópia em DVD está disponível na FNAC.




SOMBRAS DA ESCURIDÃO (2012) 

Helena Bonham Carter in Dark Shadows (2012)
© Warner Bros. Picture
Voltamos à filmografia de Tim Burton para uma das menos consensuais obras do realizador. Aliás, aqui pela Magazine.HD escrevemos uma análise mais desfavorável aquando da estreia comercial do filme, e até o considerámos como o derradeiro “vencedor” na nossa votação coletiva sobre os 10 piores filmes da sua carreira. Esta redatora, contudo, vê um lado mais sorridente na absurda narrativa de “Dark Shadows”. O filme vence, sobretudo, devido às prestações disparatadas de Depp, Michelle Pfeiffer e Eva Green mas encontra também a sempre infalível Helena no papel caricato de Dr. Julia Hoffman.
“Sombras da Escuridão” mune-se de um humor absurdo e que não se leva demasiado a sério. É uma brisa caótica que parece saber reconhecer a sua própria falta de alicerces e que se diverte com os mesmos. É sarcástico e ligeiramente apatetado mas não deixa de apresentar certos encantos. Esta comédia de “terror”  centrada em Barbadas Collins (Depp), um vampiro que se confronta com a idade contemporânea, tem uma evidente falta de foco narrativo mas encontramos certos trunfos na sua confusa sucessão de eventos. O alívio cómico proporcionado pela presença, ainda que secundária, de Helena Bonham Carter é um desses trunfos. Aqui o digo, parecendo ser a única pessoa que soltou gargalhadas audíveis na sala de cinema enquanto espectadora desta valente trapalhada.
Onde ver: disponível para streaming na Netflix.




OS MISERÁVEIS (2012) 

Helena Bonham Carter Miseráveis
©Universal Pictures
Mais um papel de apoio numa adaptação de um popular musical, desta vez originário do West End Londrino, Helena Bonham Carter integrou o elenco repleto de estrelas que vemos na adaptação de “Os Miseráveis” realizada por Tom Hooper. Uma grande produção com décors a recriar barricadas da Revolução Francesa e com números musicais gravados no próprio set e não em pós produção, “Os Miseráveis” é um musical dramático com mais de 2 horas e meia e quase inteiramente cantado. Não é por isso surpreendente a sua falta de consensualidade, não obstante o seu carácter monumental e épico.
Sim, este não é um filme para todos e não é um filme para quem não tenha apreço pelo género musical. No que a Helena Bonham Carter diz respeito, faz aqui par romântico com Sacha Baron Cohen e são o casal de aldrabões do qual não sabíamos precisar. São o muito bem-vindo alívio cómico no centro deste melodrama romântico sobre lutas de classes e são ainda os pais negligentes da pobre Éponine – uma soberba Samantha Barks – e os negligentes guardiões temporários da jovem Cosette. Como Madame Thénardier, é um prazer ouvir novamente Helena cantar!
Onde ver: “Les Misérables” está disponível para streaming na HBO Portugal.




THE CROWN (2019 – 2020) 

The Crown S3
©Netflix
Chamemos-lhe ironia ou então sinal dos tempos mas ousamos terminar esta lista com uma prestação televisiva e não cinematográfica. Ao fim de contas, Helena manteve sempre essa porta aberta e enquanto brilhava no cinema não deixava de participar em filmes para o pequeno ecrã e até em algumas séries. Em 2019 integrou o novo elenco da série sobre a nobreza inglesa “The Crown” , da Netflix, como a não conformista Princesa Margaret. Um regresso à ficção histórica biográfica mas com um toque da irreverência que a tem vindo a caracterizar.
Pelo seu trabalho como irmã da Rainha Elizabete II, Helena Bonham Carter foi em 2020 nomeada ao Globo de Ouro pela oitava vez. As gravações da quarta temporada de “The Crown” terminaram no final de março, mesmo a tempo de evitar a quarentena do COVID-19, e espera-se portanto que a quarta temporada possa chegar ainda em 2020.
Onde ver: Disponível, como esperado, na Netflix.

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Qual é o derradeiro papel da carreira de Helena Bonham Carter? 

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