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Estes são os 30 melhores filmes-concerto

A chegada de “Taylor Swift: The Eras Tour” ao grande ecrã aumentou a procura por outros filmes-concerto. Neste artigo apresentamos-te trinta sugestões de longas-metragens imperdíveis!

Estreou há poucas semanas, mas “Taylor Swift: The Eras Tour” tem sido um verdadeiro fenómeno de bilheteiras e, neste momento, é um dos filmes-concertos mais rentáveis da história do cinema. Muitos são aqueles que não têm possibilidades para se deslocarem às salas de espetáculo e a projeção no grande ecrã de imagens do evento tornam-se verdadeiramente atrativas para todos os fãs das bandas e artistas em questão.

Porém, a ideia de levar às salas de cinema uma longa-metragem que documenta um ou vários concertos de um artista não é algo recente na indústria. Em boa verdade, um dos primeiros filmes-concertos a ser produzido foi “Adventure in Music“, onde alguns músicos tocaram composições de importantes músicos, como Frédéric Chopin and Ludwig van Beethoven. Desde então, tornou-se bastante frequente produzir longas-metragens que mostram performances ao vivo de um músico ou de uma banda.

Sendo este um estilo cinematográfico que tem atraído milhares de pessoas aos cinemas nacionais para assistirem ao mais recente filme-concerto de Taylor Swift, a Magazine.HD preparou uma galeria com trinta longas-metragens com espetáculos ao vivo que não podes mesmo perder.

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SUMMER OF SOUL (…OU QUANDO A REVOLUÇÃO NÃO PÔDE SER TELEVISIONADA)

summer of soul indielisboa critica
“Summer of Soul” | © IndieLisboa

O Bairro de Harlem, em Nova Iorque, é um dos maiores polos culturais afro-americanos existentes nos Estados Unidos, sendo conhecido por ser o berço de grandes movimentos de cultura. Desenvolvido incialmente como um bairro holandês, desde sempre este foi um espaço de acolhimento para imigrantes que se sentiam deslocados dos cidadãos norte-americanos. A partir dos anos trinta, houve um enorme crescimento da população afro-americana nestas ruas, passando a ser o centro da vida negra que lutava contra a opressão do país. A partir de 1967, e nos dois anos que se seguiram, aconteceu o Festival Cultural de Harlem, uma espécie de Woodstock para a comunidade negra. Tratava-se de um evento gratuito com concertos, demonstração de box, desfiles de moda, entre outros.

Em 1969, o Festival Cultural de Harlem organizou um cartaz único que contou com os maiores nomes da cultura afro-americana, como Nina Simone, Stevie Wonder e BB King. O realizador Hal Tuchin gravou mais de quarenta horas do evento, mas as suas filmagens acabaram esquecidas numa cave durante décadas. Em 2019, mais de cinquenta anos após o acontecimento, as gravações dos concertos de Harlem foram compiladas e deram origem ao documentário “Summer of Soul (… Ou quando a Revolução não pôde ser televisionada)” que venceu um Óscar no ano seguinte.


WOODSTOCK – 3 DIAS DE PAZ, MÚSICA… E AMOR

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© 1969 Michael Lang/Henry Diltz

Em 1969, ao mesmo tempo que a comunidade negra celebrava a música através do Festival Cultural de Harlem, Nova Iorque recebia aquele que ficou marcado como um dos maiores eventos musicais de sempre, o Woodstock Music and Art Fair. Anunciado como ‘3 Dias de Paz e Música’, este tornou-se num dos maiores símbolos da contracultura, numa época em que o movimento hippie se esforçava por apelar ao fim do uso de armas nucleares, trazendo a público questões ambientais, mas também a emancipação sexual. No local estiveram mais de 400 mil participantes que não se deixaram travar pelas fortes chuvas que causaram o caos na cidade. Além disso, o recinto não estava preparado para receber esta afluência de público, o que levou à escassez de alimentos e más condições sanitárias. Ainda assim, ninguém desmobilizou num o fim-de-semana em que subiram a palco trinta e dois artistas populares na época, contando com nomes como Janis Joplin, The Who e Jimi Hendrix. No total, foram declarados três óbitos e, numa altura em que o consumo de canabis estava em alta, registaram-se mais de sete centenas de overdoses. No entanto, o Woodstock ficou marcado pela passividade do evento, o que contribuiu para a sua importância a nível histórico.

Entre os participantes no Woodstock Music and Art Fair estavam os jovens Martin Scorsese e Thelma Schoonmaker que, em conjunto com outros cinco realizadores, deram vida ao documentário “Woodstock – 3 Dias de Paz, Música… e Amor”. Ao longo de mais de três horas, a longa-metragem apresenta excertos dos concertos ocorridos no festival, o que a levou a ser selecionada para preservação no Registo Nacional de Filmes dos Estados Unidos pela Biblioteca do Congresso. Além disso, a produção recebeu o Óscar de Melhor Documentário, tendo sido também nomeado para outras categorias.


ARIANA GRANDE: EXCUSE ME, I LOVE YOU

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© Netflix

Nascida na Flórida, Ariana Grande começou a representar desde cedo, participando em diversos espetáculos escolares. Mais tarde, estreou-se na Broadway, onde ganhou o Prémio Nacional de Teatro da Juventude. Bastaram dois anos para que o seu talento chegasse ao pequeno ecrã ao dar vida a Cat Valentine em “Victorious“, uma sitcom da Nickelodeon. Na série, Ariana Grande teve a oportunidade de mostrar os seus dotes musicais, fazendo parte da banda sonora da mesma. Aos poucos, a jovem atriz foi-se lançando no meio musical e, em 2014, lançou o seu primeiro single The Way, que contou com a participação de Mac Miller, seu futuro namorado. Desde então, Ariana tornou-se numa das artistas mais ouvidas da história do streaming, e um dos maiores nomes da música da atualidade. Quinze vezes nomeada aos Grammys, a artista conta já com seis álbuns e tornou-se a primeira a ter o primeiro single de cada um dos seus discos entre as dez primeiras posições da Billboard.

Em 2019, Ariana Grande embarcou na sua terceira turné mundial, ‘Sweetner World Tour‘, para apresentar o seu quarto álbum de estúdio, que inclui temas como God is a Woman e R.E.M.. Entre março e dezembro desse ano, a cantora deu mais de cem concertos nos Estados Unidos e na Europa, contando com a presença de mais de 1,3 milhões de pessoas. Um ano depois, após o término da tour, Grande lançou o filme-concerto “Ariana Grande: Excuse Me, I Love You“, uma longa-metragem que acompanha os bastidores e as atuações da ‘Sweetner World Tour’, nomeadamente na 02 Arena, em Londres. O filme obteve uma nomeação aos Prémios MTV de Filmes e TV e foi produzido pela Netflix, pelo que se encontra disponível na plataforma de streaming.


ELVIS SHOW 

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© 1970 – Warner Bros. All rights reserved.

Considerado o ‘Rei do Rock & Roll’, Elvis Presley nasceu no seio de uma família humilde, tendo passado grandes dificuldades durante a sua infância. Apesar de nunca ter estudado música, Presley habituou-se a frequentar concursos de talentos ao longo da sua adolescência e, ainda antes de atingir os vinte anos de idade começou a gravar discos amadores até que, em 1954, Elvis foi convidado a fazer a sua primeira gravação profissional. Em suma, haviam encontrado um homem branco com alma e ritmo de um afro-americano, o que conquistou uma América dividida pela questão racial. Com o seu abanar de ancas e o estilo muito próprio que marcou as décadas de cinquenta e sessenta, Elvis Presley é um dos maiores ícones da música norte-americana. Além disso, o cantor é considerado o pai do rockabilly, uma fusão do Blues com a música Country. Na sua curta vida, Elvis Presley venceu três Grammys, sendo um dos artistas solos com maior recorde de vendas, tendo ainda atuado como ator em diferentes filmes.

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Após uma curta pausa na carreira para se dedicar à arte da representação, Elvis Presley retornou aos palcos no Elvis Summer Festival, no International Hotel de Las Vegas. O que aparentava ser apenas um concerto comemorativo, transformou-se numa série de espetáculos, mais de seiscentos, apresentados ao longo de seis anos, até à morte do cantor. O primeiro deles todos, aconteceu em 1970 e ficou registado em vídeo, dando origem a “Elvis Show”. Nessa noite, o ‘Rei do Rock & Roll’ interpretou temas como Sweet Caroline e Can’t Help Falling in Love.


HOMECOMING: A FILM BY BEYONCÉ

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© Netflix

Filhas de um empresário musical e de uma figurinista, Beyoncé e Solange Knowles cresceram num ambiente rodeado de artes performativas. Apesar de ter tido aulas de dança, foi no canto que Beyoncé se destacou após vencer o seu primeiro concurso de talentos. Depois de se dedicar inteiramente à música, a jovem cantora juntou-se a um grupo musical feminino que mais tarde alterou o nome para Destiny’s Child. O sucesso da girls band foi tão grande que o grupo chegou mesmo a vencer vários Grammys. Apesar de se ter mantido na banda até 2004, Beyoncé começou a produzir temas a solo ainda antes da chegada do novo milénio. Desde então, a cantora norte-americana tornou-se num símbolo da música pop do século XXI, sendo considerada uma das maiores artistas da atualidade. Ao longo da sua carreira, Beyoncé já arrecadou mais de três dezenas de Grammys, detento vários recordes no que toca ao número de vendas.

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Conhecida pela criação de espetáculos irreverentes, Beyoncé subiu a palco em 2018 para se apresentar no Coachella Valley Music and Arts Festival, um evento que acontece anualmente na Califórnia. Com o feito, a cantora tornou-se a primeira mulher afro-americana a atuar como cabeça de cartaz deste festival. Como tal, Beyoncé decidiu homenagear a cultura negra e apresentou um espetáculo único que incorpora as tradições dos seus antepassados. Além disso, a cantora transformou as gravações do evento num filme-concerto produzido pela Netflix, tendo este se tornado num dos maiores documentários musicais de sempre, acabando por vencer um Grammy e muitos outros prémios da indústria.


GIMME SHELTER

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© 1970 – Maysles Films

Decorria a década de sessenta quando aconteceu um fenómeno que ficou conhecido como ‘Invasão Britânica’, caracterizando-se pelo momento em que a cultura do Reino Unido propagou-se de forma bastante rápida nos Estados Unidos. Nessa altura, um grupo de amigos com o Rock & Roll como uma paixão em comum se juntou para originar a mítica banda The Rolling Stones. Três anos após a sua formação, o jovem grupo lançaria um dos seus maiores hits de sempre, (I Can’t Get No) Satisfaction e, desde então, nunca mais parou de somar sucessos ao seu currículo. Em atividade há mais de sete décadas, os The Rolling Stones são uma das bandas mais populares e duradoras de sempre. Atualmente, o grupo musical é considerado um dos maiores de todos os tempos, detendo recordes de vendas e quatro Grammys.

No final dos anos sessenta, os The Rolling Stones embarcaram numa mítica turné memorável que ficaria também marcada pela desgraça. O documentário “Gimme Shelter” mostra os últimos concertos da banda, nomeadamente os espetáculos que aconteceram no Madison Square Garden, em Nova Iorque. O grande destaque do filme vai para um concerto gratuito que o grupo musical deu na Califórnia, no final daquele ano, ao qual compareceram mais de 300 mil pessoas. Num clima dominado pelas drogas, a violência e os desacatos foram surgindo ao longo da noite até que um dos fãs tentou invadir o palco, acabando morto pelos seguranças violentos. Este ato foi ficou documentado em vídeos realizados por operadores de câmera creditados, entre eles o jovem George Lucas. Nessa noite, mais três pessoas acabariam por perder a vida.


AMAZING GRACE

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© Alambique Destilaria de Ideias

Considerada ‘a maior cantora de todos os tempos’, Aretha Franklin cresceu a cantar no coro da igreja fundada pelo seu pai, em Detroit. Com apenas catorze anos de idade, a jovem cantora lançou o seu primeiro álbum e, poucos anos depois assinou o seu primeiro contrato, dando assim os seus primeiros passos profissionais no mundo da música. Em 1967, Aretha gravou uma versão de Respect e foi catapultada para o sucesso internacional, tornando-se um símbolo da luta pelos direitos civis. Não demorou muito até Franklin ganhar o apelido de ‘Rainha do Soul’ e, em 1987, tornou-se a primeira mulher a ser introduzida no Hall of Fame do Rock & Roll. A sua voz foi, inclusive, considerada ‘um recurso natural’ pelo Michigan e, até ao momento, detém um dos recordes de conquista de Grammys, tendo vencido em 21 ocasiões diferentes.

Em 1972, Aretha Franklin lançou o álbum “Amazing Grace“, um disco gravado ao vivo na New Temple Missionary Baptist Church. Durante as gravações, o público era convidado a juntar-se à cantora na igreja para ouvir as suas novas canções enquanto Aretha cantava no púlpito. Entre a audiência estavam presentes nomes como Mick Jagger e Charlie Watts e muitas outras caras conhecidas. O processo de gravação foi filmado e deu origem ao filme-concerto “Amazing Grace“, uma longa-metragem que deveria ter sido lançada no próprio ano. Infelizmente, as dificuldades técnicas impediram a finalização do documentário, sendo o mesmo lançado apenas em 2018, tendo sido nomeado para diversos prémios da indústria.


CONCERTO PARA BANGLADESH

concerto para bangladesh
© 20th Century Fox

Durante a Guerra Fria, o Paquistão estava dividido em duas províncias, uma Ocidental e outra Oriental, em resultado da divisão da Índia feita após a independência britânica. Nessa altura, o lado Oriental, hoje conhecido como o Bangladesh, apelava ao reconhecimento da sua independência, um pedido recusado pelo atual Paquistão. Em 1971, o Paquistão Oriental iniciou um conflito armado contra a área Oriental, dando origem a um genocídio do povo bengali, onde morreram quase três milhões de pessoas. Por essa altura, a população revoltou-se e investiu contra os invasores, obrigando o Paquistão a render-se. Nascia assim um novo país no sul da Ásia, o Bangladesh, um dos mais populosos a nível mundial.

Sensibilizado com os acontecimentos no sul da Ásia, o ex-Beatle George Harrison teve a ideia de organizar um concerto solidário para arrecadar dinheiro para doar aos refugiados da Guerra de Libertação do Bangladesh. Este foi um evento pioneiro e contou com grandes nomes da indústria musical, como Ringo Starr e Bob Dylan, tendo arrecadado mais de 250 mil euros. O espetáculo de sucesso foi gravado e lançado posteriormente nos cinemas para ajudar a angariar ainda mais fundos para beneficiar as vítimas do conflito.


JUSTIN TIMBERLAKE + THE TENNESSEE KIDS

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© Netflix

Filho de um diretor do coro da igreja, Justin Timberlake nasceu no seio de uma família apreciadora de música, sendo que o seu avô desde sempre o influenciou a ouvir música country. Quando ainda era pequeno, o futuro cantor participou em diversos programas musicais e, mais tarde, integrou o elenco do famoso “Clube do Mickey Mouse“. Já em 1995, Timberlake foi convidado a fazer parte da banda NSYNC, intérprete de temas como Bye Bye Bye I Want You Back, tendo-se tornado um dos vocalistas do grupo. O sucesso da banda foi imediato, mas em menos de uma década a popularidade das boys band entrou em declínio e Justin Timberlake decidiu avançar com uma carreira a solo. Desde então, o cantor já soma uma dezena de Grammys, e muitos outros prémios relevantes, tendo ainda uma notória carreira no grande ecrã.

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A partir de 2010, e já com uma próspera carreira a solo, Justin Timberlake decide fazer um hiato musical e focar-se na sua carreira como ator. A pausa durou cerca de três anos e, em 2013, o cantor voltou aos palcos com o seu terceiro álbum, “The 20/20 Experience“. A partir de novembro desse ano, Timberlake fez uma turné mundial ao longo de quinze meses para promover o seu novo trabalho, conseguindo tornar-se o artista solo com melhor bilheteira nesse ano. O último concerto da tour ocorreu em Las Vegas e deu origem ao filme-concerto “Justin Timberlake + The Tennessee Kids“, uma produção da Netflix. Esta foi a última longa-metragem produzida por Jonathan Demme que viria a falecer meses após o lançamento da obra.


PINK FLOYD: LIVE AT POMPEII

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© Columbia Pictures

Durante o início dos anos sessenta, numa universidade londrina, um grupo de estudantes de arquitetura formou uma banda amadora que era convidada a atuar em festas particulares de outros alunos. Entre as várias entradas e saídas de novos membros, o grupo acabou por conseguir a sua primeira gravação de estúdio e, aos poucos, foram ganhando notoriedade. Em breve, a banda assumiria o nome ‘Pink Floyd‘, uma homenagem aos músicos de Blues, Pink Anderson e Floyd Council, passando a atuar em locais frequentados pelos amantes de cultura underground, até que, em 1967, o grupo assinou o seu primeiro contrato com uma gravadora. Em pouco tempo, os Pink Floyd tornaram-se num verdadeiro sucesso internacional, sendo um dos grupos de maior sucesso no que toca ao Rock Progressivo.

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O realizador Adrian Maben tinha o sonho de fazer um filme que combinasse arte com a música dos Pink Floyd, o que o levou a realizar a longa-metragem “Pink Floyd: Live at Pompeii“. Tendo a cidade de Pompeia como cenário, o filme reúne a banda britânica num anfiteatro romano para um concerto único pautado pela ausência de público. Este foi o primeiro filme-concerto cujo foco gira em torno do artista e não tanto da reação dos fãs dada a ausência destes. As filmagens do espetáculo demoraram quatro dias e o resultado foi uma longa-metragem lançada no grande ecrã em 1972, inspirando outros cantores a criarem os seus próprios vídeos sem a presença de público.


DURAN DURAN: UNSTAGED

Inspirados pela personagem ‘Dr. Durand Durand’ do filme francês “Barbarella”, Nick Rhodes e John Taylor decidiram criar uma banda musical, à qual se juntaram outros elementos mais tarde. O grupo teve início em 1978 num bar onde os músicos trabalhavam como empregados. Após serem convidados a fazerem a abertura dos concertos de Hazel O’Connor, os Duran Duran tornaram-se numa banda aclamada pela crítica e decidiram apostar numa imagem cuidada que primava pela estética, a moda e as artes visuais. Nascia assim a febre de uma das mais importantes bandas dos anos oitenta, considerada a líder de uma segunda ‘Invasão Britânica’, semelhante à dos Beatles nos anos sessenta. Até aos dias de hoje, este continua a ser o mais bem sucedido grupo do estilo New Romantic, uma variante musical que influenciou a forma como olhamos hoje para a indústria da música.

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Conhecidos pela forma inovadora como apresentavam os seus novos singles aos fãs, os Duran Duran participaram num projeto do YouTube apelidado de “Unstaged“. O projeto caracterizava-se pela transmissão ao vivo de concertos de alguns cantores de renome, possibilitando ao público digital votar na canção bis ou alterar a câmara e o ângulo com que assistiam ao espetáculo. Os Duran Duran foram uma das bandas convidadas a participar no programa, sendo que um dos seus concertos da turné ‘The All You Need is Now‘ foi transmitido para milhares de pessoas. O resultado foi tão bom que as filmagens acabaram por dar origem ao filme-concerto “Duran Duran: Unstaged“, lançado em 2014.


LIZA WITH A Z

liza minnelli
© National Broadcasting Company

Liza Minnelli é uma das artistas mais completas de sempre. Filha da conhecida atriz Judy Garland, que deu vida a Dorothy no original “O Feiticeiro de Oz“, Liza herdou o talento da mãe e tornou-se uma das poucas pessoas a possuir um EGOT (Emmy, Grammy, Óscar e Tony) não competitivo. Com apenas três anos, Minnelli já atuava no grande ecrã e, mais tarde, estudou artes performativas. Ao mesmo tempo, durante a sua adolescência, Liza começou a cantar em boates locais, mostrando um talento único que a levou aos maiores palcos de cidades como Las Vegas e Los Angeles. O seu repertório musical inclui sucessos como Cabaret Maybe This Time, temas que lhe conferiram prémios de enorme prestígio. 

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Em 1972, após o enorme sucesso da adaptação de “Cabaret” para o grande ecrã, Liza Minnelli concordou em participar no primeiro concerto filmado na televisão. “Liza with a Z” mostra um espetáculo da artista norte-americana, enquanto esta canta e dança alguns temas seus de grande sucesso, fazendo-se acompanhar por bailarinos e outros músicos. Ao chegar ao pequeno ecrã, o filme foi prontamente nomeado a quatro Emmys, mas, a partir do ano seguinte, nunca mais voltou a ser transmitido. Somente em 1999 foi descoberto este filme-concerto, tendo posteriormente sido lançado nos cinemas.


KATY PERRY: PART OF ME

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© Paramount Pictures

Com ascendência portuguesa, Katheryn Hudson é filha de dois pastores evangélicos que a proibiam de ouvir outros estilos musicais para além do gospel. Durante a sua infância, Katheryn começou a cantar no coro da igreja, tendo posteriormente estudado canto. Com apenas quinze anos de idade, a jovem artista gravou o seu primeiro álbum de gospel, o que se revelou um fiasco de vendas. Empenhada em apostar na sua carreira musical, Katheryn adotou o nome artístico de ‘Katy Perry‘ e virou-se para um estilo mais pop até que ganhou notoriedade ao lançar o tema I Kissed a Girl, em 2008. Desde então, a cantora já produziu seis discos, tornando-se numa das artistas com maiores recordes de venda. Como tal, obteve já quatro Guiness World Records, mas as distinções não se ficam por aí. Até ao momento, Katy Perry é a única artista feminina a obter um Prémio Billboard Spotlight e recebeu treze indicações ao Grammy, não tendo ainda vencido em nenhuma ocasião. 

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Em 2012, Katy Perry presenteou o seu público com o lançamento de “Katy Perry: Part of Me“, um documentário-concerto que acompanha a ‘California Dreams Tour‘ (2011-2012). A maioria das imagens de espetáculo que surgem na longa-metragem pertencem ao seu concerto no Staples Center, em Los Angeles. Esta foi a segunda turné da cantora e contou com 124 espetáculos, tendo o primeiro acontecido em Lisboa. Além de mostrar imagens do concerto, o filme explora também um lado mais intimo da cantora, percorrendo o seu início de vida. Além disso, a longa-metragem mostra também o fim do relacionamento da artista com Rusell Brand e a forma como Katy Perry lidou com a separação.


ROCK É ROCK MESMO

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© Warner Bros.

Já no final dos anos sessenta, numa altura em que a ‘Invasão Britânica‘ começava a dar sinais de calmaria, uma nova banda nascia no coração do Reino Unido, os Led Zeppelin. Com um som pesado de guitarra, é muitas vezes atribuído ao grupo musical o nascimento do Heavy Metal. No entanto, a banda sempre considerou que os seus discos deveriam ser ouvidos como um todo, tentando ao máximo evitar o lançamento de singles. Apesar de algumas críticas apontadas no início da carreira, os Led Zeppelin tornaram-se num dos grupos de Rock mais bem sucedidos da história e um dos mais influentes dos anos setenta. Prova disso é o facto de as suas canções são ainda hoje amplamente ouvidas, apesar de a banda se ter separado em 1980 após a morte de John Bonham, o baterista do grupo.

No auge da sua carreira, os Led Zeppelin ambicionavam documentar uma das suas apresentações ao vivo para a televisão, mas o seu empresário considerou que a qualidade do grande ecrã seria equiparável. Assim, durante a turné norte-americana que ocorreu em 1973, a banda filmou três dos seus espetáculos no Madison Square Garden, em Nova Iorque. O principal objetivo era permitir aos fãs assistirem a um concerto na primeira fila e experienciarem o evento na totalidade. Surgiu assim o filme-concerto “Rock é Rock Mesmo” que, para além de apresentar o espetáculo em si, mistura também outras imagens da turné, como a chegada da banda ao aeroporto. Apesar do sucesso da longa-metragem, esta não foi lançada no Reino Unido, a terra natal do grupo, dado ao exílio fiscal do mesmo.


 

SHUT UP AND PLAY THE HITS: O FIM DOS LCD SOUNDSYSTEM

lcd soundsystem
© Alambique Filmes

Em 2002, James Murphy fundou o LCD Soundsystem, uma banda cujo nome surgiu durante uma atuação numa festa de natal – LCD refere-se a Liquid Christmas Display. Desde então, o grupo produziu alguns singles de sucesso, sendo que o seu primeiro álbum de estúdio, gravado em 2005, foi amplamente aclamado pela crítica. Nesse mesmo ano, James Murphy viu o seu nome nomeado para dois Grammys, um presságio para as conquistas que se seguiriam. Já em 2007, o tema All My Friends tornou-se uma das músicas mais populares desse ano, juntando-se a outros temas de grande sucesso dos LCD Soundsystem, como Losing My EdgeDaft Punk is Playing at My House.

Em 2011, no auge da sua carreira, e quando menos se esperava, os LCD Soundsystem emitiram um comunicado a anunciar o último concerto da banda, a realizar-se no Madison Square Garden, em Nova Iorque. O realizador Dylan Sul apercebeu-se da dimensão e do impacto deste último espetáculo e decidiu acompanhar James Murphy desde os momentos antes do concerto até à manhã seguinte. O resultado foi o filme-concerto “Shut Up and Play the Hits: O Fim dos LCD Soundsytem“, que mostra partes do espetáculo que durou quase quatro horas e contou com atuações especiais, como os Arcade Fire. Note-se que, quatro anos mais tarde a banda voltou-se a reunir e continua junta até aos dias de hoje.


A ÚLTIMA VALSA

the band
© 2002 – United Artists Films – All Rights Reserved

A conhecida banda canadiana The Band começou por ser um grupo musical de homenagem a Ronnie Hawkins, adotando o nome ‘Hawks‘. Por essa altura, no final dos anos cinquenta, os Hawks tornaram-se bastante famosos em Toronto e os elementos da banda foram aperfeiçoando o seu talento com rígidos ensaios. Já nos anos sessenta, o grupo deixou as homenagens e dedicou-se às suas próprias composições, tendo sido convidado a participar na turné mundial de Bob Dylan. Mais tarde, Dylan viria mesmo a ser um dos integrantes de The Band, um período que durou vários anos e que ajudou a expandir os horizontes dos músicos. Uma década depois da sua formação original, os The Band atuaram no Festival de Woodstock em nome próprio. Desde então, o seu sucesso expandiu-se pelo mundo inteiro.

Já em meados dos anos setenta, o sucesso de The Band havia diminuído e o grupo passou a atuar em salas de espetáculo menores. Além disso, Richard Manuel sofreu um grave acidente, o que catapultou a banda para o fim da sua existência. Mas um grupo de tamanho sucesso não se poderia despedir dos palcos sem um último grande concerto. Como tal, um espetáculo final viria a ser agendado para o dia de Ação de Graças do ano de 1976, sendo que o evento contou, inclusive, com um jantar digno da efeméride para o público presente. Para documentar a despedida da banda, Martin Scorsese produziu o filme-concerto “A Última Valsa“, considerada uma das maiores longas-metragens deste género.


THE CHEMICAL BROTHERS: DON’T THINK

Ed Simons e Tom Rowlands, que ao contrário do que muitos pensam não são irmãos, conheceram-se na Universidade de Manchester e, a sua ‘química musical’ levou-os a criarem a dupla The Chemical Brothers. Os dois começaram a atuar como DJ’s nos bares da faculdade, focando-se nos estilos Techno e House, sendo que, mais tarde, começaram a produzir as suas próprias faixas de Hip-Hop. Em 1993, os até então chamados Dust Brothers gravaram os seus primeiros remixes que, em breve, estariam a tocar nas rádios nacionais. Não demorou muito até que fosse lançado o seu primeiro EP e, em 1995, a dupla já viajava pelos Estados Unidos numa turné nacional. Desde então, os The Chemical Brothers ficaram conhecidos por serem os pioneiros no Big Beat, uma variante da música eletrónica, sendo que o seu sucesso conferiu-lhes, até agora, seis Grammys.

Em 2011, enquanto os The Chemical Brothers embarcavam por uma turné mundial, decidiram produzir o seu primeiro filme-concerto, gravando um espetáculo que teve lugar no Fuji Rock Festival, no Japão, onde estiveram presentes cinquenta mil pessoas. O resultado foi a longa-metragem “The Chemical Brothers: Don’t Think“, um filme-concerto que teve um grande sucesso nos cinemas.


ZIGGY STARDUST AND THE SPIDERS FROM MARS

Nascido no seio de uma família humilde, David Bowie sempre mostrou ter um talento para o canto, tendo participado, desde muito novo, no grupo coral da escola. Com apenas nove anos, Bowie era já conhecido pelos seus dotes enquanto dançarino, uma influência proveniente dos discos de Elvis Presley que ouvia em casa. Desde então, nunca mais largou o mundo da música e começou a estudar diferentes instrumentos antes de formar a sua primeira banda, em 1962, com apenas quinze anos de idade. Focado em tornar-se uma verdadeira estrela de Rock, o artista decidiu lançar-se a solo e, em 1969, no ano em que o homem chegava à lua, também David Bowie começava a chegar aos corações de milhões de ouvintes com o tema Space Oddity. A partir de então, Bowie ficou conhecido como o ‘Camaleão do Rock‘ pela sua imagem sempre renovada a cada concerto e a sua figura irreverente. David acabou por se tornar num dos artistas mais influentes de todos os tempos e num dos melhores da sua geração, um sucesso que durou até à sua morte em 2016.

Entre 1972 e 1973, David Bowie apresentou a Ziggy Stardust Tour, uma turné que passou pelos Estados Unidos, Reino Unido e Japão, e que ajudou a lançar Bowie para o estrelato. Na época, o cantor atuava sob o pseudónimo de ‘Ziggy Stardust‘, juntando-se muitas vezes à banda The Spiders from Mars. Um dos concertos da turné aconteceu no Hammersmith Odeon, em Londres, e contou com a presença dos The Spiders from Mars, tendo sido anunciado como o último em que a banda atuaria com David, uma vez que este abandonaria o seu pseudónimo. O concerto ficou gravado para a posterioridade, dando origem ao filme-concerto “Ziggy Stardust and the Spiders from Mars“, uma longa-metragem que já teve outros lançamentos posteriormente.


JUSTIN BIEBER: NEVER SAY NEVER

justin bieber
© 2011 – Paramount Pictures

Com apenas três anos, Justin Bieber já sabia tocar bateria e, aos seis anos, aprendeu a tocar guitarra, mostrando uma forte aptidão para a indústria musical desde muito cedo. Aos doze anos de idade, o jovem Bieber decidiu apresentar-se num concurso de talentos, tendo conquistado o segundo lugar, sendo que a mãe decidiu colocar os vídeos da atuação no YouTube para poder mostrar à família. Inesperadamente, os vídeos começaram a ser partilhados entre amigos e circularam por toda a internet, sendo que os vídeos seguintes com covers atingiram milhares de visualizações. Impressionado com a voz do cantor, um executivo reuniu-se com Usher e juntos decidiram apostar na carreira do jovem cantor, proporcionando-lhe a possibilidade de gravar o seu primeiro álbum, que rapidamente atingiu a platina e o ouro. Em menos de uma década, Justin Bieber tornou-se num dos artistas de música mais vendidos do mundo, sendo também uma das celebridades mais poderosas da indústria.

Quando Justin Bieber anunciou o seu concerto no Madison Square Garden, em Nova Iorque, bastaram 22 minutos para os bilhetes esgotarem por completo. Tratando-se da primeira turné do cantor canadiano, os fãs entraram em delírio e fizeram de tudo para poderem fazer parte do espetáculo. “Justin Bieber: Never Say Never” é o filme-concerto que mostra a histeria do público de Bieber, bem como algumas rotinas que o cantor foi adotando, como a doação de bilhetes a fãs aleatórias e o momento de oração antes de cada subida ao palco. Além disso, a longa-metragem mostra o regresso de Justin à sua cidade-natal durante as atuações no canadá.


BABY SNAKES

Considerado um dos maiores compositores de todos os tempos, Frank Zappa sempre escreveu sobre as suas vivências e lembranças de infância. Muitas vezes, Frank incluías nas suas canções referências à guerra e a doenças bacterianas, pois quando era mais novo, Zappa vivia perto de um arsenal de gás, o que lhe causava vários problemas respiratórios. Ainda na adolescência, Frank juntou-se a uma banda musical e começou a desenvolver o seu talento, ao mesmo tempo que aprofundava também o seu conhecimento em publicidade ao trabalhar como redator, o que o ensinou a cuidar do visual dos seus trabalhos futuros. Descrito como o ‘Padrinho do Rock Cómico‘, Frank Zappa continua a inspirar várias gerações de músicos pela forma como ele compunha e desenvolvia as suas criações.

Versátil no mundo artístico, Frank Zappa aventurou-se também no mundo da realização ao produzir o filme-concerto “Baby Snakes“. Trata-se de um conjunto de imagens captadas durante um espetáculo de Halloween no Palladium Theatre de Nova Iorque, em 1977. Além disso, a longa-metragem inclui também vídeos da equipa nos bastidores. O filme acabou por ser distribuído de forma independente e obteve um enorme sucesso ao chegar ao grande ecrã, tendo posteriormente sido distribuído em versão DVD.

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GLEE: O FILME CONCERTO

Glee
Photo by Adam Rose – © 2011 Twentieth Century Fox Film Corporation. All rights reserved.

Glee” tinha tudo para ser apenas mais uma série juvenil norte-americana, mas acabou por se tornar num verdadeiro fenómeno mundial. Resumidamente, a história centra-se num grupo de alunos que canta no coro da escola que usa a música para abordar temas como a questão racial, o bullying e outras questões sociais. A série esteve em exibição na FOX entre 2009 e 2015, acompanhando o crescimento dos estudantes ao longo de seis temporadas. O sucesso do programa televisivo desenvolvido por Ryan Murphy acabou por ser inúmeras vezes nomeado aos Emmys e Globos de Ouro, vencendo dezenas de prémios. Além disso, as músicas interpretadas na série deram também origem a cinco álbuns de estúdio que alcançaram números de vendas bastante positivos.

A popularidade de “Glee” foi tão grande que o público exigiu a subida dos atores da série ao palco para darem vida às suas personagens ao vivo. Como tal, entre 2010 e 2011, os atores da série criada por Ryan Murphy percorreu a América do Norte, a Irlanda e o Reino Unido para quatro dezenas de concertos preenchidos com canções das duas primeiras temporadas. Uma vez que a febre “Glee” chegou a todo o mundo, e na impossibilidade de estender a turné, os criadores da série optaram por lançar os concertos em filme, produzindo o “Glee: O Filme Concerto“. As imagens da longa-metragem foram gravadas no espetáculo de Nova Jersey e inclui algumas cenas de bastidores.


STOP MAKING SENSE

talking heads
© Alambique Destilaria de Ideias

David Byrne e Chris Frantz conheceram-se na escola e decidiram formar uma banda. Após contratarem todos os elementos necessários, atribuíram-lhe o nome ‘Talking Heads‘, sendo posteriormente convidados a fazerem a abertura do concerto dos Ramones. No final dos anos setenta, o grupo lançou o seu primeiro álbum e, em poucos anos, tornaram-se numa das bandas mais aclamadas da década seguinte. Pioneiros na música New Wave, que mistura o Pop com o Punk, os Talking Head lançaram alguns discos que foram descritos como os melhores álbuns de todos os tempos pela Rolling Stone.

No auge do sucesso, os Talking Head produziram um filme-concerto, “Stop Making Sense“, que reunia imagens de quatro concertos em Hollywood, no Pantages Theatre, durante a turné para promover o quinto álbum da banda, “Speaking in Tongues“. A longa-metragem é considerada por muitos um dos maiores filmes-concerto de todos os tempos, estando classificada como um filme de culto a ser preservado pela Biblioteca do Congresso.


THIS IS IT

michael jackson
© Sony Pictures

Considerado o ‘Rei da Pop‘, Michael Jackson é um dos maiores artistas de todos os tempos, mas também um dos mais controversos. Membro de uma família humilde numerosa, Michael era o sétimo de nove irmãos, todos eles ligados ao mundo da música. Quando o seu rígido pai tomou consciência da aptidão dos filhos para o espetáculo decidiu formar a conhecida banda Jackson 5, da qual faziam parte Jackie, Tito, Jermaine, Marlon e Randy, sendo Michael o principal vocalista. Na altura, Michael tinha apenas oito anos de idade, mas a sua doce voz conquistou logo o público ao interpretar temas como I Want You BackABC I’ll Be There. Em 1978, o jovem prodígio iniciou uma carreira a solo que o tornou num dos principais ícones da cultura popular. Ao longo dos trinta anos que se seguiram, Michael tornou-se num dos artistas mais premiados de todos os tempos, entrando 39 vezes para o Guinness World Records. Ao longo da sua carreira, recebeu quinze Grammys que premiaram temas como Thriller, Beat It e Billie Jean.

A partir de 2005, Michael Jackson fez uma pausa na carreira, mantendo-se afastado dos holofotes. Porém, em 2009, o cantor anunciou o seu retorno aos palcos para uma última turné que contaria com cinquenta concertos a acontecer na 02 Arena, em Los Angeles, tornando-se a maior permanência de espetáculos na história da sala. “This Is It” é a longa-metragem que mostra os ensaios e a preparação para os concertos que teriam início a 13 de julho do mesmo ano. Infelizmente, Michael Jackson foi encontrado sem vida a 25 de junho de 2009, aos 50 anos de idade, sem que a tour chegasse a acontecer. O filme foi lançado como uma homenagem póstuma ao artista, e é considerado o documentário com maior bilheteira de sempre.


PRINCE – SIGN O’ THE TIMES

Nascido numa família de músicos, Prince aprendeu a tocar piano com apenas sete anos de idade. Mais tarde, durante a adolescência, formou uma banda na qual Prince se encarregava da parte instrumental, mas acabaria por se vir a tornar o vocalista e principal estrela do grupo musical. Apaixonado pela indústria, o ainda jovem Prince foi trabalhar para um estúdio, sendo que o seu potencial despertou interesse e um empresário decidiu investir na carreira do cantor. Altamente conhecedor da dinâmica de diferentes instrumentos, Prince produziu, compôs e tratou da componente instrumental do seu primeiro álbum ao qual se viriam juntar dezenas de outros discos, com especial destaque para “Purple Rain“. Até hoje, o seu trabalho continua a inspirar milhares de cantores, sendo considerado um dos maiores ícones da música de todos os tempos.

O sucesso de Prince foi quase imediato, mas a Europa mostrava-se ainda reticente em aceitar o trabalho do jovem cantor. Como tal, Prince decidiu fazer uma tourné europeia para apresentar o seu álbum “Sign o’ the Times“, o que surtiu efeito ao conquistar os corações do público europeu. Porém, os Estados Unidos que sempre haviam recebido de braços abertos as canções de Prince mostraram-se reticentes com este disco, o que levou o cantor a produzir o filme-concerto “Prince – Sign o’ the Times“. Por essa altura, as filmagens revelaram-se impróprias para o grande ecrã, o que obrigou o músico a encenar todo o espetáculo no estúdio com figurantes. Ainda assim, a longa-metragem revelou-se uma verdadeira bomba na bilheteira norte-americana.


JONAS BROTHERS: O CONCERTO 3D

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© Walt Disney Pictures

A fama dos irmãos Jonas iniciou-se com a descoberta da aptidão para o canto de Nick que, aos seis anos, foi convidado a ingressar na Broadway. Mais tarde, o sucesso do jovem cantor levou-o a iniciar uma carreira a solo, enquanto o irmão Joe seguia as suas pisadas nos palcos. Em 2005, a Columbia Records decidiu apostar no trio e assinou um contrato com Nick, Kevin e Joe Jonas. Rapidamente, os três passaram a fazer a abertura de concertos de conhecidos artistas, ganhando ainda mais fama, sendo mais tarde convidados a produzir músicas para diversas séries da Nickelodeon e Disney Channel. Em pouco tempo, os irmãos passaram a atuar também em alguns programas televisivos e o seu trabalho enquanto cantores foi fortemente recompensado com diversos prémios, entre eles Grammys, sendo a banda com recorde de singles a entrarem diretamente no Top 20 dos Estados Unidos num só ano.

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Com todo o sucesso alcançado logo no início da carreira, os Jonas Brothers tornaram-se um verdadeiro sucesso e as suas turnés alcançaram sempre números históricos. Entre B, o trio deu concertos por toda a América do Norte para promover o álbum “A Little Bit Longer“. Ao mesmo tempo, a turné serviu para promover o trabalho dos irmãos no pequeno ecrã após a sua participação em “Camp Rock“, ao mesmo tempo que promoviam também o início da carreira de Demi Lovato. Os espetáculos agendados para Anaheim, na Califórnia, foram gravados e deram origem a “Jonas Brothers: O Concerto 3D“, um filme-concerto inovador que contou também com a participação de grandes nomes da indústria, como Taylor Swift.


U2: RATTLE AND HUM

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© Filmes Lusomundo

Com apenas catorze anos de idade, Larry Mullen Jr. publicou um anuncio no jornal da escola à procura de músicos para integrarem a sua banda. Seis pessoas responderam ao pedido, sendo que dois desistiram pouco tempo depois e um terceiro elemento abandonou o grupo ao chegar à faculdade. Os quatro elementos que permaneceram no ativo deram origem à aclamada banda de Rock U2. Com letras focadas em problemas político-sociais, a banda foi ganhando destaque a nível nacional, até que a sua participação no Live Aid, em 1985, a projetou para vários países do mundo. O quinto álbum dos U2 foi um dos mais vendidos a nível mundial e, desde então, tornaram-se recordistas de vendas. Além de serem vistos como uma das maiores bandas de sempre, os U2 sempre participaram em campanhas pelos direitos humanos, tendo obtido grandes prémios da indústria musical.

Durante a turné para apresentar o quinto álbum da banda, um realizador de cinema propôs aos U2 a produção de um documentário sobre os espetáculos do grupo musical. Inicialmente, a banda propôs que se tratasse de um filme independente e financiou todo o projeto, mas os elevados custos de produção levaram a que este fosse comprado pela Paramount Pictures. “U2: Rattle and Hum” foi gravado no Sun Devil Stadium, no Arizona, incluindo também imagens de gravações em estúdio, contando com a participação de nomes como Bob Dylan e BB King.


SIGUR RÓS: HEIMA

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© EMI Records

A banda islandesa Sigur Rós foi formada em 1994 e o nome é uma homenagem a Sigurrós, irmã mais nova do vocalista nascida dias antes da criação do grupo musical, cujo significado remete para ‘Rosa da Vitória’. Os elementos da banda foram ganhando algum destaque ao longo da década de noventa, mas somente em 1999, com o lançamento do seu segundo álbum, “Ágaetis byrjun“, o grupo ganhou reconhecimento internacional. Com o sucesso alcançado pelos Sigur Rós, as suas canções passaram a figurar as bandas sonoras de populares séries televisivas e filmes, o que aumentou o seu reconhecimento. Nos oito álbuns lançados até ao momento, as canções da banda têm mantido o mesmo registo, misturando palavras islandesas com vocalizações não linguísticas às quais Sigur Rós apelidam de Vonlenska, juntando ainda o falsete do vocalista.

Em 2006, os Sigur Rós fizeram uma turné pela Islândia e acabaram por atuar duas vezes ao ar livre na capital do seu país. Além de outros concertos de menor escala, durante a tour, a banda fez ainda um espetáculo de protesto contra a Central Elétrica de Fijótsdalur e realizou um pequeno concerto para familiares e amigos dentro de um café. Todos estes espetáculos serviram de material para a realização do filme-concerto “Sigur Rós: Heima” que acabou por se tornar numa longa-metragem de culto.


NA CAMA COM MADONNA

na cama com madonna
© Atlanta Films

Conhecida como a ‘Rainha da Pop‘, Madonna nasceu em 1958 e é vista como uma das figuras mais importantes da era moderna da indústria musical. Já na sua infância Madonna apresentava uma postura rebelde e um espírito muito moderno para o seu tempo, apesar de ser uma excelente aluna. O seu interesse pela dança fê-la abandonar a faculdade para se dedicar a esta arte performativa, o que lhe permitiu estudar com os maiores bailarinos da época. No final dos anos setenta, a jovem Madonna consegue entrar para uma banda à qual pertencia o seu namorado, e um ano depois a artista aventurou-se a solo. Desde então, a cantora tem quebrado todas as barreiras da indústria e tornou-se num dos maiores símbolos da música sócio-política, escrevendo também letras com teor sexual. Além disso, a versatilidade da cantora que mais discos vendeu permitiu-lhe tornar-se também atriz, o que lhe rendeu um Globo de Ouro.

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Durante a turné mundial ‘Blond Ambition‘, que serviu para promover o quarto álbum de Madonna, “Like a Prayer“, a cantora produziu um filme-concerto. Porém, fascinado coma vida da artista fora dos palcos, o realizador convenceu Madonna a intercalar as imagens do espetáculo com momentos dos bastidores da turné. No ano em que foi lançado, “Na Cama com Madonna” transformou-se no documentário com melhor bilheteira até então.


AWESOME; I FUCKIN’ SHOT THAT!

© Oscilloscope

Michael Diamond fez parte de vários grupos musicais durante a sua adolescência, mas o seu apogeu surgiu quando formou os Beastie Boys. A banda teve um sucesso inicial que lhe permitiu fazer a abertura de vários concertos de artistas de Punk, o estilo com que mais se identificavam na altura. Anos mais tarde, os elementos do grupo decidiram apostar num estilo mais virado para o Hip-Hop, o que acabou por revelar ser um sucesso em discotecas e bares. Desde então, o Rap passou a integrar as canções de Beastie Boys e a banda conseguiu o feito de colocar, pela primeira vez, um álbum deste estilo musical na Billboard 200. Este foi um dos grupos de Hip-Hop que mais discos venderam, mas a banda acabou por se separar após a morte de Adam Yauch, em 2012.

Adam Yauch era um visionário e isso notou-se quando o cantor teve a ideia de dar um concerto no Madison Square Garden e dar câmaras de filmar aos espectadores para que estes pudessem captar imagens que foram mais tarde compiladas, dando origem ao filme-concerto “Awesome; I Fuckin’ Shot That!” Esta foi uma forma que os Beastie Boys arranjaram para diminuir os custos de produção, ao mesmo tempo que apresentavam um espetáculo através do olhar do público.


FADE TO BLACK

fade to black
©RadicalMedia

Nascido num bairro problemático, Shawn Carter envolveu-se em vários problemas ao longo da sua adolescência. Desde muito cedo, começou a escrever freestyles, inspirando-se em vários rappers da época. Nos anos oitenta, foi convidado a participar em diferentes projetos musicais, adotando o nome artístico de ‘Jay-Z‘. Apesar do sucesso que foi alcançando ao lado de outros artistas, o cantor não conseguia obter nenhum contrato com uma gravadora, o que o levou a fundar a sua própria marca, a Roc-A-Fella Records onde lançou o seu primeiro álbum de estúdio. Apesar de, na altura em que foi publicado, não ter recebido grandes elogios, mais tarde o disco viria a ser incluído na lista de melhores álbuns de sempre. Hoje, Jay-Z é considerado um dos rappers  mais bem sucedidos da história do Hip-Hop, detendo também o recorde de artista a solo com maior número de discos na Billboard 200.

Após anunciar o seu regresso ao estúdio para gravar o seu oitavo álbum, “The Black Album“, Jay-Z revelou que iria fazer uma pausa na carreira e que daria um último concerto em estilo de festa de despedida. A 25 de novembro de 2003, o rapper norte-americano subiu ao palco do Madison Square Garden, em Nova Iorque, juntando-se a outros artistas convidados para um concerto único. Todas as receitas do evento reverteram para caridade e o concerto deu origem ao filme “Fade to Black“, um documentário que mostra imagens do espetáculo, intercalando-as com outros acontecimentos marcantes da carreira do artista. Felizmente, Jay-Z acabou por retornar aos palcos alguns anos mais tarde, mantendo-se no ativo até hoje.

Já conhecias algum destes filmes-concerto? Qual a tua longa-metragem deste género musical favorita? Que cantores gostarias de ver no grande ecrã num filme-concerto?

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