Nicole Kidman | De As Horas a O Homem do Norte
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Considerada uma das mulheres mais influentes do mundo, Nicole Kidman é uma das protagonistas de “O Homem do Norte”, o mais recente filme de Robert Eggers.
Nicole Kidman nasceu no Havaí, num período em que os seus pais australianos se encontravam nos Estados Unidos, o que lhe rendeu uma dupla nacionalidade. Apesar de ter vivido os primeiros tempos na América do Norte, Kidman cresceu na cidade de Sidney, onde deu os primeiros passos no mundo do espetáculo. Aos três anos a pequena Nicole já praticava balé e pouco tempo depois passou a frequentar os clubes de teatro da escola. Já na adolescência, o mundo da representação afirmou-se como um refúgio que viria a conduzir Nicole Kidman aos grandes estúdios de Hollywood.
A carreira de Nicole Kidman começou muito cedo, aos 16 anos, com participações em produções cinematográficas e televisivas australianas. “Bush Christmas” (1983), o remake do filme homónimo de 1947, marca o início da sua longa carreira, que conta já com quase quatro décadas. Quatro anos após a sua estreia no grande ecrã, Kidman ganhou o seu primeiro Australian Academy of Cinema and Television Arts Award, com a minisérie “Vietname”. Este viria a ser o primeiro de uma lista infindável de prémios e reconhecimentos. A partir desse momento, o mundo deixou de ter fronteiras para Nicole Kidman, que embarcou para o país que a viu nascer, pronta para se dar a conher em longas-metragens de enorme sucesso.
Em ocasião da estreia de “O Homem do Norte”, um dos filmes mais ferozes de 2022, a MHD decidiu recuperar, através de uma breve galeria, um portfólio de filmes da atriz de 54 anos que procura abranger vários estilos cinematográficos. Convidamos-te a conhecer alguns dos trabalhos mais marcantes de Nicole Kidman dos últimos anos, para que possas estar a par da sua carreira.
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2002 – AS HORAS
Em “As Horas” (2002), Nicole Kidman teve um dos seus desempenhos mais brilhantes ao dar vida à célebre autora britânica, Virginia Woolf. Através do uso de próteses que ajudaram o seu rosto a assemelhar-se ao de Woolf, Kidman ficou completamente irreconhecível. A sua prestação valeu-lhe o Óscar de Melhor Atriz, ao qual tinha sido nomeada um ano antes pela sua participação em “Moulin Rouge!“. Esta foi a primeira vez que a Academia atribuíu o prémio máximo da indústria cinematográfica a uma atriz com nacionalidade australiana.
O filme acompanhava a história de três mulheres em anos distintos: Virginia Woolf (Nicole Kidman) no momento em que começou a escrever o romance “Mrs. Dalloway”, em 1923; Laura Brown (Julianne Moore), em 1951, no dia em que se inspira na obra supracitada para escapar da sua rotina; e Clarissa Vaughn (Meryl Streep), uma mulher que prepara uma festa de homenagem ao ex-namorado que tem HIV, usando como tema a personagem principal de “Mrs. Dolloway”.
2003 – COLD MOUNTAIN
Na altura em que venceu o Óscar pelo seu papel em “As Horas”, Nicole Kidman discursou sobre o envolvimento dos Estados Unidos na Guerra do Iraque, um tema que a afetou profundamente. Nesse mesmo ano, a atriz aceitou participar num drama sobre a Guerra Civil, “Cold Mountain” (2003), e, uma vez mais, a crítica não ficou indiferente ao desempenho de Kidman. O papel valeu-lhe a sexta nomeação para o Globo de Ouro de Melhor Atriz.
O filme segue a história de Ada (Nicole Kidman), uma jovem que se vê obrigada a mudar-se com o pai para uma província, por questões de saúde. É lá que conhece Imman Balis (Jude Law), um jovem por quem se apaixona perdidamente. No entanto, este último acaba por ser recrutado para a Guerra (Civil) e deixa Ada a cuidar da quinta da sua família. Ao longo do drama, vê-se o desespero de Balis que tenta desertar para regressar aos braços da amada, enquanto esta aguarda pela chegada do seu namorado.
2005 – CASEI COM UMA FEITICEIRA
Em 2005, Nicole Kidman deu vida à icónica bruxa de “Casei com uma Feiticeira“. O seu desempenho ao lado de Will Ferrel valeu-lhes o Razzie de Pior Par das Telas e críticas bastante negativas nos Estados Unidos. Porém, os pozinhos mágicos de Kidman fizeram com que o filme fosse altamente aclamado no resto do mundo. A partir desse momento, a atriz conseguiu consolidar o seu reconhecimento a nível internacional, sendo ainda hoje reconhecida pelo seu papel de feiticeira na comédia inspirada numa série homónima.
A comédia acompanha Isabel (Nicole Kidman), uma feiticeira que decide renegar os seus poderes, enquanto tenta mudar de vida. Paralelamente, Jack Wyatt (Will Ferrel), um ator que deseja recuperar a sua carreira, dedica-se a produzir um remake da série televisiva “Bewitched”. Jack decide então contratar Isabel para a sua produção, o que ela vê como uma oportunidade para deixar de lado os seus poderes. Mas quando esta descobre o egoísmo do ator, Isabel lança-lhe um feitiço que Jack jamais irá esquecer.
2009 – NINE
Quando deu vida a Claudia Jenssen no musical “Nine” (2009), Nicole Kidman era já uma das atrizes mais bem pagas de Hollywood. Juntamente com um elenco de luxo, que incluía os nomes de Marion Cotillard, Judi Dench e Sophia Loren, Kidman mostrou o seu talento para o canto ao interpretar ‘Unusual Way’. Apesar de a primeira escolha para o papel ter recaido sobre Catherine Zeta-Jones, a atriz australiana conseguiu garantir a sua participação, protagonizando assim o seu primeiro musical desde “Moulin Rouge!”. Apesar de a sua interpretação não lhe ter rendido nenhuma distinção individual, o elenco esteve nomeado para os Critics’ Choice Movie Awards.
O musical foca-se na crise de meia idade atravessada pelo realizador de cinema Guido Contini (Daniel Day-Lewis), num momento em que é ‘sufocado’ pelas presenças femininas da sua vida: a sua esposa Luisa Contini (Marion Cotillard), a amante Carla (Penélope Cruz), a sua musa Claudia Jenssen (Nicole Kidman), a sua amiga confidente e figurinista Lilliane (Judi Dench), a jornalista de moda Stephanie (Kate Hudson), uma prostituta da sua juventude (Fergie) e a sua mãe (Sophia Loren).
2010 – O OUTRO LADO DO CORAÇÃO
O filme que se seguiu a “Nine” mudou por completo o registo de Nicole Kidman. “O Outro Lado do Coração” (2010) tornou-se num filme duro de assistir, dada a trágica história por ele narrado. A intensidade com que o elenco se entregou ao enredo da longa-metragem fez com que esta fosse aplaudida de pé aquando da sua apresentação no Festival Internacional de Cinema de Toronto. Considerado um dos melhores filmes de 2010, “O Outro Lado do Coração” rendeu mais uma nomeação a Kidman para o Óscar e Globo de Melhor Atriz. Ademais, este é o primeiro filme produzido pela “Blossom Films”, a produtora fundada por Nicole em 2010.
O comovente filme acompanha a história de Becca (Nicole Kidman) e Howie Corbett (Aaron Eckhart) no momento em que estes perdem o seu filho de quatro anos de idade, atropelado por um carro. Durante o processo de luto, Becca luta por remover de casa os objetos de Danny, mas Howie não se sente preparado para eliminar as lembranças do filho. Resta aos dois aprender a lidar com a ausência, enquanto lutam para recuperar um casamento destruído pela dor.
2014 – ANTES DE ADORMECER
“Antes de Adormecer” (2014) foi a prova de que Nicole Kidman consegue transformar qualquer filme numa obra de arte. A longa-metragem foi amplamente criticada pela sua narrativa repleta de clichés. Porém, a interpretação de Kidman teve críticas bastante positivas, ao ponto de David Edwards, do Daily Mirror, ter afirmado que este haveria sido o melhor desempenho da atriz em anos. A forma como se entregou à personagem de Christine foi vista como arrepiante e frágil.
Comparado à longa-metragem “Memento”, o filme fala de Christine Lucas (Nicole Kidman), uma mulher que perdeu a memória e que começa a sentir dúvidas sobre a honestidade do seu companheiro (Colin Firth). Através do auxílio do seu terapeuta, Christine aumenta as suas questões de confiabilidade.
2016 – LION: A LONGA ESTRADA PARA CASA
Talvez por ser mãe de filhos adotivos fora dos ecrãs, Nicole Kidman entregou-se ao papel de Sue de uma forma emotiva. O seu desempenho em “Lion: A Longa Estrada para Casa” (2016) valeu à atriz a primeira indicação ao Óscar de Melhor Atriz Secundária, tendo ainda somado a sua 11ª nomeação a um Globo de Ouro. A sensibilidade de Kidman transparece em cada momento que surge na tela, mostrando a sua ágil capacidade para se entregar a um projeto, seja de que género for.
“Lion: A Longa Estrada para Casa” conta a histórica verídica de Saroo Brierley (interpretado por Dev Patel), que aos cinco anos de idade se perdeu do irmão numa estação de comboios da Índia, tendo enfrentado grandes dificuldades para sobreviver sozinho. A certo ponto o menino foi adotado por uma família australiana, mas aos 25 anos decide tentar reencontrar a sua família biológica.
2017-2019 – BIG LITTLE LIES
Fora do grande ecrã, Nicole Kidman brilhou em grandes produções televisivas, mas nenhuma se compara ao sucesso de “Big Little Lies“. A série foi considerada uma das melhores de 2017, pela Revista ‘Time’ e valeu amplas distinções à atriz australiana. Segundo os críticos, este foi o papel que definiu a carreira de Kidman, dada a sua entrega à personagem que interpretou. Para além de mais um Globo de Ouro, a atriz venceu o seu primeiro Emmy, tendo ainda conquistado muitos outros prémios.
Ao longo de duas temporadas e apenas 14 episódios, Nicole Kidman deu vida a Celeste, uma das cinco mulheres que se vêem envolvidas numa investigação por assassinato. O elenco contou com nomes como Reese Witherspoon, Shailene Woodley, Laura Dern e Zoë Kravitz.
2018 – BOY ERASED
Baseado nas memórias de Garrard Conley, “Boy Erased” (2018) tornou-se em mais um drama, com críticas positivas, protagonizado por Nicole Kidman. A sua prestação valeu-lhe mais uma nomeação para o Critic’s Movie Choice Awards. Este foi um dos filmes com mais temas taboo alguma vez interpretado por Kidman, chegando mesmo a ser cancelado em alguns países fora da europa.
A longa-metragem acompanha o momento em que Jared (Lucas Hedges), um jovem de 19 anos, decide assumir a sua homossexualidade perante os pais altamente religiosos. Filho de um pastor batista (Russell Crowe), é obrigado a participar num programa de terapia de conversão de sexualidade, numa tentativa de o ‘curar’.
2019 – BOMBSHELL: O ESCÂNDALO
Um ano após a controvérsia gerada em alguns países com os temas abordados por “Boy Erased”, Nicole Kidman participou numa representação de um escândalo verídico. “Bombshell: O Escândalo” (2019) não permitiu que a atriz surgisse nas telas tantas vezes como as suas co-protagonistas mas, uma vez mais, a crítica voltou a destacar o desempenho de Kidman. Como havia feito anteriormente, a atriz australiana colocou todas as emoções num papel que aborda um assunto que a transtorna. Note-se que, em 2009, Nicole havia Kidman testemunado na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos para apoiar a Lei Internacional de Violência Contra a Mulher.
O filme conta-nos a história de Roger Ailes (interpretado por John Lithgow), fundador do canal Fox News. A sua posição no poder fez com que tivesse boas relações com altas figuras proeminentes, especialmente ligadas ao Partido Republicano. Porém, a sua credibilidade foi posta em causa quando a ex-apresentadora do canal, Gretchen Carlson (Nicole Kidman), o acusou de a ter demitido por esta se ter recusado a ter relações sexuais com ele. Após esses depoimentos, várias mulheres se uniram a Carlson, acusando Ailes de abuso de poder e assédio sexual no local de trabalho.
2020 – BEING THE RICARDOS
Mais recentemente, a mestria de Nicole Kidman conduziu-a à sua quinta nomeação para o Óscar de Melhor Atriz, após ter dado vida à célebre atriz Lucille Ball, em “Being the Ricardos“. Apesar de a crítica não ter sido consensual na sua reação ao filme de Aaron Sorkin, uma vez mais houve unanimidade no que concerne ao desempenho de Kidman. Apesar de parecer impossível igualar a grandiosidade de Lucille, a atriz australiana conseguiu interpretar, de forma majestosa, quem foi Ball dentro e fora do pequeno ecrã. O papel valeu-lhe o Globo de Ouro para Melhor Atriz.
O drama desenrola-se durante a produção da série televisiva de sucesso “I Love Lucy”, no momento em que Lucille Ball (Nicole Kidman) e o seu companheiro Desi Arnaz (Javier Bardem) enfrentam uma crise no casamento e a chegada do primeiro filho, o que poderá vir a arruinar as suas carreiras profissionais.
2021 – NINE PERFECT STRANGERS
Após ter enviado o filho para um processo de cura, em “Boy Erased” (2018), Nicole Kidman assumiu o papel de uma fundadora de um resort para curar e transformar as pessoas, na minissérie “Nine Perfect Strangers“. Como aconteceu em “Big Little Lies”, também esta série foi produzida pela Blossom Films. Porém, a receção não foi tão honrosa como na primeira. Mas como Kidman nos tem habituado a grandes desempenhos, esta série não foi exceção. No total dos oito episódios de “Nine Perfect Strangers” Nicole teve uma performance digna dos maiores da indústria.
A série acompanha a história de nove estranhos que se reúnem num retiro de 10 dias na Tranquillum House, um resort de saúde e bem-estar que promete transformar e curar os hóspedes que ali ficam. O resort não é o que parece ser e os hóspedes irão descobrir muitos segredos uns sobre os outros e sobre a anfitriã do resort, Masha (Nicole Kidman).
2022 – O HOMEM DO NORTE
E chegamos finalmente ao filme que motivou a criação deste portefólio. Dois anos após ter sido considerada uma das maiores atrizes do século XXI, Nicole Kidman entrega-se a uma personagem da era viking, interpretando-a com uma mestria incomparável. Nesta que é uma das maiores produções de 2022, Kidman dá vida à Rainha Gudrún, a mãe do protagonista, interpretado por Alexander Skarsgård. Ficou assim marcado o reencontro entre as duas estrelas de “Big Little Lies”. É ainda cedo para perceber se o filme irá render alguma distinção à atriz australiana, mas dadas as críticas hiper positivas, é possível que os prémios acabem mesmo por chegar…
“O Homem do Norte” é um thriller épico de vingança que explora o quão longe um viking é capaz de ir para fazer justiça pelo assassinato do seu pai. Com estreia em abril de 2022, é ainda possível ver esta longa-metragem em exibição nos cinemas nacionais.
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