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De Bullit a Escape from Alcatraz, os 6 magníficos filmes recomendados por Quentin Tarantino

Conhecido também por ser um enorme cinéfilo, Quentin Tarantino recomendou estes filmes no seu grande livro “Cinema Speculation”. 

O objetivo de Quentin Tarantino, depois dos planos de “The Movie Critic”, o seu aparente último filme de sempre, é deixar o cinema e dedicar-se à escrita, algo que pode tornar-se realidade ainda mais cedo do que o esperado, como avançou a Deadline, devido às mudanças repentinas no guião. No entanto o icónico realizador responsável por filmes como  “Pulp Fiction” (1994), “Sacanas sem Lei” (2009), “Cães Danados” (1992), “Era uma vez em… Hollywood” (2019), “Kill Bill Vol.1” (2003), “Django Libertado” (2012), entre muitos outros, já escreveu um livro no passado – “Cinema Speculation”.

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Publicado durante a pandemia, no final de 2022, Quentin Tarantino combina a crítica cinematográfica, teoria cinematográfica, através de reportagem e da sua história pessoal. Pelas 400 páginas do livros, seguimos alguns filmes que marcaram a parte da infância e adolescência do cineasta.

O livro (ainda) não está traduzido para português e embarca numa incrível viagem pelo imaginário daquele que é um dos melhores realizadores da história. Em “Cinema Speculation“, Quentin Tarantino recomenda aos leitores vários filmes, muitos da década de 70, nos quais destacamos estas 6 obras primas.

Escape from Alcatraz (1979)

Quentin Tarantino começa por explicar, “Fuga de Alcatraz, um filme de que não gostei quando foi lançado revelou-se uma surpresa quando o voltei a ver há alguns anos. Em termos cinematográficos, é o filme mais expressivo de Don Siegel. Siegel aprende ao longo da vida lições de engenho, praticidade, experiência e habilidade e aplica-as ao seu uso da montagem. Siegel é quase tão silencioso como [Frank Morris, personagem de Eastwood], preferindo ilustrar através da montagem do que explicar através de diálogos expositivos.”

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Protagonizado por Clint Eastwood, na sua quinta e última colaboração com Don Siegel, seguimos uma incrível fuga de uma das prisões mais infames do mundo. Os aspetos que o realizador aponta na montagem deste filme ajudam a explicar o sucesso do mesmo. O filme obteve uns incríveis 97% de classificação no Rotten Tomatoes.


The Funhouse (1981)

O realizador ficou conhecido por ver vários filmes de categoria B, onde o exagero reinava. Algo que transportou para os seus filmes mas de forma aprimorada. Quentin Tarantino escreve que ficou “impressionado com a direção de Hooper, a encenação das cenas, a sua cobertura dinâmica e o tom cínico, obsceno e francamente desagradável”. “The Funhouse” é um clássico filme de terror com todos os ingredientes do género mas foi a técnica e execução do mesmo que chamou a atenção do realizador.

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Hardcore (1979)

Do argumentista de “Taxi Driver”, Paul Schrader realiza “Hardcore”, poucos anos depois. Também fã da obra prima de Martin Scorsese, Quentin Tarantino também gosta (sem surpresas) deste filme, dado que, como comenta no seu livro, “mostra o mundo a perspetiva do protagonista”. No Rotten Tomatoes o filme conseguiu uns sólidos 77% de classificação. Richard Brody, do New Yorker, escreve, “a forma de realização de Schrader é muito contida, poupada e não vistosa, nem sequer conspícua na sua austeridade, mas marcada por uma tensão elegante e frágil que sugere um vulcão pronto a explodir mesmo por baixo da superfície.”

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Paradise Alley (1978)

Quem diria que um filme da autoria de Sylvester Stallone estaria no livro de Quentin Tarantino? Há muito mais em Stallone do que “Rocky” e o realizador explica porque – “este filme é a visão e a estética de Stallone, não filtrada, não diluída, e entregue com toda a força na sua cara. Seria espantoso ver Stallone realizar outro filme com a paixão que tinha quando fez Paradise Alley. Seria incrível ver Stallone amar algo novamente como ele amou Paradise Alley”. É um facto a paixão e entrega de Sylvester Stallone quando acredita num projeto, foi a sua força e resiliência que tornaram “Rocky” no filme que é. Não basta talento, é preciso paixão.

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Daisy Miller (1974)

Este filme é um excelente exemplos de como Quentin Tarantino consumia todo o tipo de cinema, dos mais variados géneros. Da autoria de Peter Bogdanovich, seguimos uma jovem norte-americana expatriada e a viver na Europa com a mãe e o irmão mais novo. Daisy é muito liberal e está muito à frente do seu próprio tempo. O seu comportamento escandaliza a alta sociedade vitoriana do século XIX. Quentin Tarantino explica porque recomenda este filme – “o filme ganha força à medida que avança e chega a um final de cortar a respiração. É muito engraçado, mas deixa o espetador profundamente triste enquanto vê os créditos finais a desaparecerem. O final deixa-nos chocados e tristes com a sua conclusão, com o destino de uma personagem de que nunca tivemos a certeza de gostar.”

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Bullitt (1968)

Outro filme que surge no seu livro sem qualquer surpresa. Protagonizado pelo lendário Steve McQueen, “Bullit” atravessa o tempo sem envelhecer um único segundo, uma autêntica aula de cinema. Conhecido pela incrível perseguição de carros, o filme de Peter Yates ficou a 2% da nota máxima no Rotten Tomatoes. John Mahoney, do Hollywood Reporter, escreve, “é simplesmente um dos filmes de ação mais emocionantes e inteligentes dos últimos anos, provavelmente o melhor filme policial que podemos esperar encontrar.”

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Quentin Tarantino também escreve algo na mesma linha – “raramente, em toda a história das estrelas de cinema de Hollywood que são estrelas de cinema, uma estrela de cinema fez menos e conseguiu mais do que McQueen com este papel neste filme. Por mais fantástico que McQueen possa ser, este é o papel pelo qual ele precisa de ser recordado. Porque é neste papel que ele demonstra o que podia fazer que Newman e Beatty não podiam. Que é simplesmente ser”. O filme é também uma aula de cinema devido à sua incrível edição e aos diálogos naturais.

Já viste algum destes filmes?

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