House of the Dragon 2 – Episódio 1 | Primeiras impressões da empolgante nova temporada
A empolgante nova temporada de “House of the Dragon” estreou hoje, 17 de junho, na Max e neste artigo poderás encontrar as nossas primeiras impressões ao episódio “A Son for a Son”. Existem spoilers no final do artigo mas a secção estará devidamente marcada com título e uma imagem, para que possas parar caso ainda não tenhas visto.
“The Black Queen” foi o último episódio da primeira temporada de “House of the Dragon”, a série inspirada no universo da saga “A Song of Ice and Fire“, de George R. R. Martin, e o primeiro spin-off de “A Guerra dos Tronos“. Lançado na Max a 23 de outubro de 2022, a história terminou com a trágica morte do Príncipe Lucerys “Luke” Velaryon (e do seu dragão Arrax), o segundo filho da agora Rainha Rhaenyra Targaryen (Emma D’Arcy). Um final de cortar a respiração e que nos deixou em pulgas para saber qual seria o futuro desta batalha que, até ao momento, se cozinhava em lume brando.
“A Son for a Son” ou “Um Filho por um Filho”, é um título ominoso, sinistro. Sabemos do que se trata e a quem se refere. Como diriam algumas das nossas personagens favoritas, as dívidas são para pagar. A morte de Luke é a linha que junta as temporadas e o que delineia os acontecimentos do primeiro episódio.
Curiosamente, Rhaenyra não está muito presente no episódio – apesar da sua presença esporádica compensar o afastamento. Impiedosa e em luto, as poucas palavras que profere são pesadas, diretas, calmas até. A verdade é que “A Son for a Son” pertence a Daemon (Matt Smith) e a Alicent (Olivia Cooke).
Daemon continua a criar esquemas, traduzidos em movimentos nas sombras e que, em “A Son for a Son”, terão repercussões graves na narrativa. Já Alicent permanece perdida, tentando defender uma batalha sem dragões, com menos perdas e menos riscos.
Helaena Targaryen (Phia Saban), agora Rainha, torna-se numa personagem bastante interessante. Neste episódio de “House of the Dragon” é quem destaco. Aparentemente perdida nos seus pensamentos, as suas habilidade de oráculo começam a ser inegáveis. Mais uma vez, ela tem em “A Son for a Son”, um pressentimento que se torna real, deixando-nos curiosos para perceber de que modo as suas profecias poderão impactar futuros eventos.
De um modo geral, “House of the Dragon” apresenta uma nova temporada como esperávamos: com bastante política e intrigas, mas também um momento de tensão que encerra o episódio e o conduz às maiores batalhas que a série já viu – algo prometido por Ryan Condal, o co-criador e showrunner, numa entrevista à Den of Geek.
Tal como um episódio piloto serve para revelar a premissa da temporada, “A Son for a Son” tem precisamente esse papel introdutório. Relembra os acontecimentos passados, bem como as suas personagens principais, e avança a história o suficiente para mergulharmos novamente na ação – nos próximos episódios.
Spoilers – House of the Dragon e os Momentos Marcantes
Nesta parte da crítica poderás encontrar alguns dos momentos mais marcantes para nós. Não será um recap completo. Apenas algumas reflexões sobre o que mais se destacou em “A Son for a Son”. Ao longo da nova temporada de “House of the Dragon”, iremos partilhar análises episódicas semelhantes que podes seguir, e convidamos-te desde já a participar na conversa!
House Stark, The Wall, e o que está por vir
A fúria e raiva de Rhaenyra. Era o que se esperava no início da segunda temporada, no entanto, não é isso que temos. O episódio começa num local bastante familiar para os fãs de “A Guerra dos Tronos“: The Wall. O Príncipe Jacaerys Velaryon (Harry Collett), visita o muro para angariar mais soldados junto de uma das famílias mais conhecidas da saga: A Casa Stark. A guerra continua, bem como a tentativa de conquistar novos aliados para o seu lado.
Adorei a apresentação do muro em “House of the Dragon”. Nós já sabemos o que vem aí. Sabemos o que vai acontecer. Eles não sabem. É difícil transmitir medo ou receio tanto a personagens quanto à audiência mas Alan Taylor (realização) e Ryan Condal (argumento), conseguem-no de uma forma fantástica.
Durante a conversa entre Jacaerys e o Lord Cregan Stark, o herdeiro de Winterfell revela que até os dragões, predadores implacáveis, não passam da muralha. Até eles temem o que está do outro lado. Um lembrete sombrio do que está por vir.
As primeiras palavras de Rhaenyra
Só depois nos aproximamos de Rhaenyra, perdida pelos céus em busca do filho. Mais do que qualquer outra coisa, a Rainha retorna à série como uma mãe desesperada, à procura de um sinal, de uma esperança, ou somente da verdade que a liberte e a ajude a continuar o seu caminho. Após encontrar o que procurava, Arrax e um pedaço da roupa de Luke, ela regressa ao seu reino para retomar o que deixara pendente.
A sala está repleta de pessoas. Pedidos são feitos. Sugestões de como continuar esta guerra. Quando as vozes se calam, a música diminui, expectante. Todos aguardam em silêncio, até nós audiência. É hora de Rhaenyra falar. As suas primeiras e únicas palavras desta nova temporada: “Eu quero Aemond Targaryen”.
O comando para o assassinato do jovem príncipe (Ewan Mitchell), é tranquilo, calmo, factual. Mais do que vingança – justiça. A ordem natural das coisas. Mostra uma mágoa mais profunda do que uma ordem proferida em gritos.
A dualidade de Alicent
No contraponto temos Alicent, agora Rainha-Mãe. Ela continua a lutar contra o sentido de dever e os sentimentos de amizade que nutre por Rhaenyra. De todas as cenas, a que mais se destacou para mim nesta nova temporada de “House of the Dragon”, foi a sua visita ao salão. Acredito que a última vez que a vimos aqui, a rezar, foi com a amiga. Um momento calmo depois de uma discussão que mostrou a força da relação das duas.
No entanto, Alicent está sozinha. O seu poder enquanto Rainha mingua a cada dia que passa. Não tem amigos no castelo, havendo apenas uma pseudo relação amorosa cuja seriedade é questionável. E a sua melhor amiga, a sua confidente, não está lá.
Neste momento de fragilidade, ela reza pela alma de Alyrie Florent (a sua mãe), Viserys Targaryen (o marido), e Lucerys Velaryon (o jovem filho de Rhaenyra, morto pelo próprio filho de Alicent). Se a presença espiritual de Rhaenyra já era sentida nesta cena (que acontece em paralelo com o funeral de Luke), ela torna-se mais real.
As previsões de Helaena
Outro momento que não podemos deixar de relembrar é a previsão da Rainha Helaena Targaryen sobre os ratos, que a preocupam. Isto deixou-me a pensar se ela se estaria a referir não aos animais, mas ao homem que os apanha. Que vagueia por corredores escondidos, com acesso a todo o castelo.
“A Son for a Son” ou “Um Filho por um Filho”. O episódio termina com o tornar realidade da previsão de Helaena. Atacada e feita refém, precisamente pelos “ratos”, é obrigada a tomar uma decisão impossível: escolher entre os seus próprios filhos. Curiosamente, e ao contrário do que outras personagens fariam, ela escolhe o seu filho como sacrifício, tal como ordenada. Ela não protege o Herdeiro, mas sim a filha. Mais um sinal da humanidade que move Helaena, em detrimento de um dever cego perante o trono.
É impossível não mencionar também a última cena. Incrível como o momento intimo (e já suspeitável) de Alicent é completamente banalizado pela chegada de Helaena, em estado de choque e segurando a filha depois de testemunhar a morte do filho, e de deambular pelo castelo à procura de uma ajuda que nunca aparece. Não há guardas, não há criados, não há ninguém – apenas Helaena e a sua filha, num castelo frio, escuro e vazio.
Já viste o primeiro episódio da segunda temporada de “House of the Dragon”?