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Alexander Skarsgård | De Sangue Fresco a Homem do Norte

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Alexander Skarsgård produz e protagoniza “O Homem do Norte”, o mais recente filme realizado por Robert Eggers, chegou às salas de cinema nacionais na passada quinta-feira, 21 de abril. É um épico fantástico imperdível, na primeira grande produção deste realizador.

Quanto a Skarsgård, não é estreante nestas andanças. Conheces os principais papéis da sua carreira? 

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Pela ocasião da estreia de “O Homem do Norte”, um dos filmes mais aguardados de 2022, recuperamos, através de uma breve galeria, alguns dos grandes pontos altos da carreira deste ator de 45 anos oriundo de Estocolmo, Suécia.

Alexander Skarsgård nasceu no seio de uma família do showbiz, sendo o seu pai, Stellan Skarsgård (“O Bom Rebelde”), um ator de renome com uma longa carreira internacional. Enquanto era ainda uma criança, o pai de Alex, como os que lhe são próximos lhe chamam, não tinha ainda atingido a fama fora da Suécia e, por isso, Alexander cresceu num ambiente de classe média, com uma grande família. O mais velho entre 8 irmãos, Alexander não foi o único a seguir uma carreira na representação, mas é possivelmente o mais conhecido membro da família e o único que venceu, até hoje, um Primetime Emmy e um Golden Globe (pelo seu papel impressionante como o violento Perry em “Big Little Lies”, que lhe valeu também um SAG e um Critic Choice Award ). Entre os seus irmãos atores mais afamados destacam-se Gustav (membro regular do elenco da série “Vikings”) e Bill (o tenebroso Pennywise dos novos filmes de terror “It”). 

Alex Skarsgård primeiro filme
O intérprete sueco (à esquerda), no seu primeiro papel, em 1984, em “Åke and His World”, filme co-protagonizado pelo seu pai |©Sandrew

Quanto à carreira de Alex, começou muito cedo, logo aos 7/ 8 anos , com papéis recorrentes no cinema e na televisão da Suécia. Por volta dos 16 anos de idade, Alexander era já um astro no seu país de origem e, desgastado e em busca de uma adolescência mais normal, decidiu virar as costas à vida de ator e continuar com os estudos. Aos 19 anos cumpriu o serviço militar obrigatório e, depois disso, começou a estudar Teatro numa Universidade nova-iorquina. Todavia, um amor mal-fadado fê-lo abandonar os Estados Unidos e regressar à Suécia, onde voltou a ser ator. A mera circunstância fez com que conseguisse, em 2001, aos 25 anos, o seu primeiro papel num filme americano.

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2001 – MEEKUS EM ZOOLANDER 

Alexander Skarsgård em zoolander
Skarsgård no seu primeiro papel em solo americano |©Paramount

“Zoolander” (2001) é um dos papéis mais icónicos da carreira de Ben Stiller, que protagoniza e realiza esta comédia apatetada acerca de um modelo envelhecido que é convencido a assassinar o Primeiro-Ministro da Malásia. Foi quase por acidente que Alexander Skarsgård conseguiu aqui o seu primeiro papel num filme americano, como o modelo Meekus. Na altura, Alex encontrava-se a visitar o pai que gravava nos Estados Unidos e não tinha sequer representação neste continente. Mas mesmo como um relativo desconhecido, o sueco conseguiu vencer este casting e desempenhar o seu primeiro projeto em solo americano. 

Num pequeno papel de apoio, deu vida a um dos colegas de casa de Zoolander, numa rara aparição no género da comédia e numa longa-metragem que reúne alguns dos principais nomes dentro do género como Owen Wilson, Will Ferrell, Vince Vaughn ou Kristen Wiig, entre outros. 




2008 – GENERATION KILL 

HBO Portugal
Alexander Skarsgård, em “Generation Kill” | © HBO Max

Se “Zoolander” foi o primeiro papel conquistado por Alexander Skarsgård nos EUA, o ator continuaria, ao longo da primeira década do século XXI, a protagonizar filmes na Suécia, ainda longe da fama internacional. Nomeadamente, em 2006 foi um dos protagonistas do filme “Kill Your Darlings” – uma produção entre a Suécia e os Estados Unidos. Nesse mesmo ano teve uma pequena participação no filme inglês de guerra “The Last Drop” e, em 2007, foi o “namorado” de Lady Gaga no icónico videoclipe da música “Paparazzi”

Em 2008 surgiu uma nova oportunidade valorosa, a prestigiada série da HBO “Generation Kill”, criada por Ed Burns e David Simons, a mesma equipa que criou uma das séries mais conceituadas de sempre – “The Wire”. Desta vez, a sua ficção hiper-realista aplicava-se à representação da experiência de um batalhão de Marines na Bagdade de 2003. Como um dos co-protagonistas, Alex passou sete meses a gravar no deserto da Namíbia. Como Sgt. Brad “Iceman” Colbert impressionou audiências e críticos e começou a criar uma “carreira a sério” nos EUA.




2008 – 2014 –  TRUE BLOOD

true blood com Alexander Skarsgård
Anna Paquin, Stephen Moyer, Alexander Skarsgård e Joe Manganiello em “True Blood” © HBO

“True Blood”, ou em bom português “Sangue Fresco”, série de vampiros e outras criaturas sobrenaturais, inicialmente emitida na HBO (e disponível na HBO Max portuguesa), tornou-se um dos grandes fenómenos do final da primeira década do século XXI. E embora Alexander tivesse um papel pequeno como o vampiro-viking Eric Northman, depressa o seu magnetismo lhe valeu um papel cada vez maior ao longo das temporadas. “True Blood” contou com 7 temporadas e Alex esteve presente num total de 75 episódios.

A tríade de protagonistas – Anna Paquin, Stephen Moyer e Alexander Skarsgård formou um dos mais famosos (e sensuais) triângulos românticos da televisão, enchendo capas de revista a torto e a direito.  Mais famosa é a sua capa para a “Rolling Stone”. Os três atores apareceram completamente nus e repletos de sangue, numa capa provocadora e que se tornou elemento do zeitgeist cultural da época. 

E se interpretar Eric não garantiu a Skarsgård reconhecimento crítico, não deixou de ser o papel que o tornou uma cara familiar para grande parte da América e do mundo (uma vez que febre de “True Blood”, no pico da obsessão vampírica, não foi coisa pouca). 




2011 – MELANCOLIA

Alexander Skarsgård em melancolia
Kirsten Dunst, Charlotte Gainsbourg e Alexander Skarsgård |© 2011 – Magnolia Pictures

Enquanto “True Blood” se encontrava no ar, Alexander começou a encontrar tempo – e oportunidade –  para participações pontuais no cinema. Em 2011 pudemos vê-lo num dos filmes mais aclamados de Lars Von Trier (“Ninfomaníaca”), “Melancholia”. Recentemente, durante a tour promocional de “O Homem do Norte“, o intérprete admitiu até que aceitou este projeto antes de sequer ler o argumento. Tal era o entusiasmo perante a ideia de trabalhar com o cineasta.

Neste sci-fi apocalítico esmagador, deu vida a Michael, o esposo de uma estonteante Kirsten Dunst. Em entrevista à Revista Dazed, o ator recordou a experiência “especial” de gravar não só com Kiesten, mas também com Charlotte Gainsbourg, Charlotte Rampling, John Hurt e Kiefer Sutherland.




2011 e 2012 – CONSOLIDAÇÃO CINEMATOGRÁFICA NO  DRAMA E AÇÃO

Alexander Skarsgård e Onata Aprile em “O Que a Maisie Sabe” | JoJo Whilden – © 2013 – Millennium Entertainment

Entre 2011 e 2012, Alexander Skarsgård aparecia na HBO, em “True Blood” e concluiu cerca de 5-6 filmes. Protagonizou obras de ação como “Cães de Palha” ou “Battleship: Batalha Naval“. Todavia, foi também co-protagonista de obras dramáticas, como por exemplo o drama de batalha de custódia “O Que a Maisie Sabe” – uma espécie de “Kramer Vs Kramer” contemporâneo onde desempenha um papel central ao lado de Julianne Moore –  ou o aclamado drama tecnológico “Desligados“. 




2015 – O DIÁRIO DE UMA RAPARIGA ADOLESCENTE

filmes na tv
Kristen Wiig, Bel Powley e Alexander Skarsgård

“True Blood” terminou em 2014 e Alex continuou a dedicar-se a projetos bastante distintos no cinema. Em 2015 co-protagonizou, ao lado das talentosas Bel Powley (“O Rei de Staten Island“) e Kristen Wiig (“SNL”), “O Diário de Uma Rapariga Adolescente”, uma comédia dramática de época, num coming of age original, refrescante, senão um pouco pecaminoso. Aqui, Powley é uma revelação como uma adolescente – Minnie – que se apaixona pelo namorado da sua mãe (O Monroe de Skarsgård) na boémia São Francisco da década de 1970.

O ator realçou, numa entrevista retrospetiva recente da sua carreira, em declarações à Variety, que um dos pontos altos da preparação deste filme foi precisamente a detalhada caracterização de época e a sua preparação.

Uma das melhores longas-metragens (e intepretações) da carreira do ator sueco, “The Diary of a Teenage Girl” é o primeiro filme assinado por Marielle Heller (e que estreia!). Em 2020, o seu belíssimo terceiro trabalho no reino da longa-metragem, “Um Amigo Extraordinário,” valeu a Tom Hanks a sua primeira nomeação ao Óscar em 19 anos.




2016 – A LENDA DE TARZAN

a lenda de tarzan fox
Margot Robbie e Alexander Skarsgård como Jane e John (Tarzan) em “A Lenda de Tarzan” | ©2016 Warner Bros. Entertainment Inc., Village Roadshow Films (BVI) Limited and RatPac-Dune Entertainment LLC

Em 2016, o ator conseguiu o seu primeiro papel de protagonista num grande blockbuster a interpretar uma personagem atemporal e já muito apresentada no cinema – Tarzan. “A Lenda de Tarzan”, de David Yates (realizador de vários filmes do universo Harry Potter), pode não ter sido um sucesso crítico mas permitiu a Skarsgård  solidificar o seu papel de “leading man” em Hollywood e participar em produções cada vez maiores.

Configurou também o primeiro grande esforço físico da sua carreira, pois a transformação operada para as gravações demorou vários meses a conseguir. O treinador do ator, com quem voltaria a trabalhar em “O Homem do Norte”, detalhou no Youtube o esforço de treinos e dieta que levou à construção do novo corpo de Alex.




2017 – 2019 – BIG LITTLE LIES 

nicole kidman big little lies Alexander Skarsgård
Alexander Skarsgård e Nicole Kidman são o ponto alto da aclamada primeira temporada de “Big Little Lies” | ©2017 – HBO

Até à data, Perry, em “Big Little Lies”, é o papel mais célebre (e de longe mais premiado) da carreira de Skarsgård. Narra-se a história de um marido violento, numa história de violência doméstica que, como o próprio ator reforçou em entrevistas, escapa bastante dos estereótipos que associamos a esposos agressivos. Perry é encantador, bem-sucedido, conseguimos compreender perfeitamente como conquistou a Celeste de Nicole Kidman.

Perry e Celeste partilham alguns dos momentos mais íntimos e difíceis de ver da história da televisão norte-americana. Um casal com uma vida sexual intimamente ligada à violência física, os Wright são o espelho perfeito das aparências enganadoras. As cenas entre os dois são tão intensas que Alex e Nicole acabaram por se tornar cúmplices para a vida. A sua dinâmica é imperdível e o melhor aspecto da série. Sem surpresas, tanto Nicole Kidman como Alexander Skarsgård “limparam” as premiações televisivas em 2017, vencendo desde os Globos de Ouro aos Critics, passando ainda pelo Emmy, que ambos levaram para casa nas suas respetivas categorias.

Há poucos dias, Nicole Kidman recordou a sua vitória nos Emmy Awards, partilhando uma foto com Alexander no seu Instagram – assinalando a sua aguardada reunião em “The Northman”.




2018 – THE LITTLE DRUMMER GIRL

The Little Drummer Girl AMC
Skarsgård  em “The Little Drummer Girl” |©AMC

Ainda no mundo da televisão, Alexander Skarsgård foi Gadi Becker na mini-série “The Little Drummer Girl”, ao lado da estupenda Florence Pugh (“Midsommar”, “Lady MacBeth”). O ator vê-se aqui, uma vez mais, envolvido numa produção televisiva aclamada, baseada no livro do mesmo nome de John le Carré. A série original da AMC passa-se nos anos 1970 e é um conto de espionagem e intriga internacional.

Florence dá vida a Charlie, uma jovem atriz idealista que conhece Becker (Skarsgård), um agente da inteligência israelita que a conduz para um mundo complexo e perigoso. Pelo caminho, apaixona-se por Becker e também por Kurtz (interpretado por Michael Shannon).




2019 – UM ANO ECLÉTICO PARA ALEXANDER SKARSGÅRD

O Dia a Seguir com Alexander Skarsgård
Rachael (Knightley) toma o pequeno almoço com Lubert (Skarsgård) e Freda (Thiemann) em “o Dia a Seguir”

Já em 2019, Alex continuo no mundo dos dramas de época – desta vez no cinema. Co-protagonizou o filme “O Dia a Seguir”, sobre o período do pós-Segunda Guerra Mundial, ao lado de Keira Knightley. Nesse mesmo ano regressou também aos mundos da comédia – que até agora só havia realmente explorado em “Zoolander” e na sequela deste mesmo filme – ao interpretar um Primeiro-Ministro em “Seduz-me Se És Capaz”. Além disso, voltou uma vez mais a interpretar um militar  – com a arte a imitar a vida – no drama de guerra da A24 “The Kill Team”, uma obra que não atraiu particular atenção mediática.




2021 – PASSING, THE STAND E SUCCESSION 

the stand Alexander Skarsgård
“The Stand”| © HBO Portugal

O ano passado foi atarefado em termos de estreias de obras com Alexander Skarsgård entre o seu elenco. Por um lado, o sueco entrou, interpretando Lukas Matsson, na série “Succession”, uma das mais bem-sucedidas dos últimos anos. Paralelamente, deu vida também a um agente de puro caos, Randall Flagg, em “The Stand”, uma série original Paramount+, num drama apocalíptico fantasioso, baseado num romance de Stephen King com o mesmo nome.

Além disso, Alexander desempenhou ainda um pequeno mas importante papel no drama que lançou Rebecca Hall nas lides da realização. Falamos de “Passing”, filme comprado pela Netflix, protagonizado por Ruth Negga e Tessa Thompson. Aqui, Skarsgård é o pecaminosamente racista John, marido da personagem Clare (Negga), uma mulher negra de tez clara que finge ser branca para se mover mais livremente na Nova Iorque dos anos 1920. A crueldade subtil da sua personagem foi, por Alexander, concretizada com sucesso, num bom filme de arranque para Hall.

E em mais um ano repleto de projetos, o intérprete teve ainda oportunidade de co-protagonizar mais um blockbuster de ação – “Godzilla vs. Kong”.




2022 – O HOMEM DO NORTE

The Northman Alexander Skarsgård
© 2022 Universal Studios. All Rights Reserved.

E eis que finalmente chegamos ao papel que motivou a criação desta galeria. Em “O Homem do Norte”, a interpretação do período e lendas vikings por Robert Eggers (“O Farol”), altamente estilizada e controversa, como não podia deixar de ser, Alexander Skarsgård transcende-se de uma forma nunca antes vista. Ele é Amleth, o Principe que procura vingar a morte do seu pai, ele é uma criança frágil separada da família, ele é também o Urso-Lobo, uma criatura mais Besta que Homem.

Comanda o ecrã na perfeição, uma vez mais treinado e levado ao limite para criar um ser sobrenaturalmente forte. Desta vez, o seu trabalho sobre o corpo foi ainda mais exagerado do que em “Tarzan”. Todavia, desengane-se quem possa pensar que a transformação que aqui se opera é apenas física. O protagonista transmite mundos e fundos com a força do seu olhar, conseguindo oscilar entre momentos de Humanidade e Bestialidade. Esperemos que, apesar de estreado no início do ano, o filme chegue aos Óscares com uma campanha de reposição forte. O Emmy e o Globo de Ouro de Skarsgård estão solitários…

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Fãs do trabalho de Alexander Skarsgård por aí? 

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