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Top MHD | Melhores Séries Estreadas em 2020

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2020 colocou muitas séries em pausa, mas mesmo assim não deixou de ser um ano com tantas ou mais estreias que os anteriores. Como já é tradição, a equipa da MHD elegeu aquelas que considerou as melhores séries estreadas do ano.

Não há muito mais por dizer sobre 2020 para além do que já temos vindo a publicar. Contudo, não poderíamos deixar o ano terminar sem apresentarmos aquelas que nos pareceram ser as melhores séries estreadas durante o mesmo. Algo que fazemos todos os anos, por isso este não será exceção.

Infelizmente, como em qualquer outra votação, existem séries que gostaríamos ver incluídas. Mas, uma vez que o presente Top é coletivo, mencionamos as mesmas enquanto menções honrosas. Delas fazem parte a criação televisa de Luca Guadagnino (“Chama-me Pelo Teu Nome“) “We Are Who We Are”, “The Plot Against America” de Ed Burns e David Simon (“The Wire) ou ainda “Lovecraft Country” de Misha Green em parceria com J.J. Abrams e Jordan Peele, todas disponíveis na HBO Portugal.

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10. THE COMEY RULE

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© CBS Television Studios/SHOWTIME

Num ano em que Donald Trump poderia ter voltado a assegurar um novo mandato, “The Comey Rule” vem relembrar-nos (como se precisássemos) exatamente porque tal não deveria acontecer. Escrita e realizada por Billy Ray (“O Caso de Richard Jewell“; “O Segredo dos Seus Olhos”), a série limitada detalha os mais e os menos famosos momentos do mandato de James Comey no FBI. Desde o fiasco do caso dos emails de Hillary Clinton até ao seu jantar privado com Trump.

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A minissérie é composta por quatro episódios, que facilmente nos aliciam a um binge-watching de quatro horas (nos E.U.A foi emitida com apenas dois episódios de 90min.). O ritmo com que Ray narra todos os acontecimentos, bem como as fantásticas prestações de Jeff Daniels, Holly Hunter e Michael Kelly tornam praticamente impossível de ‘guardarmos’ um episódio para o dia seguinte. É uma série que, apesar de já sabermos em antemão o que irá acontecer, nos emerge e senta-nos ao lado de Comey à medida que as ações se vão desenrolando. Isto sem ainda mencionar a entrada de Brendan Gleeson enquanto Donald Trump, que mimica todos os tiques – e aquele tom alaranjado – do agora anterior presidente dos Estados Unidos da América.

“The Comey Rule” acaba por ser um tête-à-tête entre Comey e Trump, Daniels e Gleeson respetivamente. Não procura idolatrar (em demasia) Comey, mas também mostrar todos os lados e todas em curvas em que o ex-diretor do FBI (foi despedido por Trump em 2017) foi apanhado – camadas que Daniels executa na perfeição. E, ainda que não tenha acrescentado nada de novo às investigações sobre a Rússia, serviu para mostrar o que o então presidente já havia destruído um processo eleitoral – via chantagens, interferências e instigando uma discórdia geral  – e que estava prestes a fazê-lo novamente.

– Inês Serra




9. THE GREAT

Elle Fanning in The Great (2020)
© HBO Portugal

Se tivesse estreado um mês antes, “The Great” teria sido a série ideal para o primeiro confinamento geral. No entanto, caso ainda não a viste, agora é uma boa altura. A série é da autoria de Tony McNamara, responsável por “A Favorita“, e acaba por ser uma jovem prima (algo afastada) desta. Aliás, a uma primeira vista é fácil ficar com a ideia de que quer alcançar o pódio conquistado por Yorgos Lanthimos e a sua “Favorita”, mas preferimos acreditar que, desta vez, McNamara fez mira para um argumento mais leve, destinado ao grande público.

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Nonsense é a palavra chave de “The Great”. À mistura com uma boa dose de absurdo e de asneiras. Nunca nos passaria pela cabeça ver Nicholas Hoult a vomitar palavrões em todas as suas falas ou a descrever tantas vezes o seu pénis…e o dos outros. Hoult dá vida ao imperador russo Pedro e a série decorre na sua corte, na altura em que Catarina (Elle Fanning) lhe é entregue. A narrativa foca-se nos setes meses que antecederam o golpe de estado que viria a colocar a imperatriz – mais tarde conhecida como Catarina, a Grande – no trono da Rússia em 1762. Contudo, há que frisar que os acontecimentos são “pontualmente verdadeiros”, tal como é indicado no início de cada episódio.

Fanning e Hoult demonstraram uma inesperada química, mas muita da atenção recai também na jovem atriz Phoebe Fox (“Os Aeronautas”), que demonstrou ser capaz de roubar algumas cenas à dupla protagonista. Acima de tudo “The Great” é uma série divertida e ideal para os tempos que hoje vivemos. Fiquem em casa e aproveitem para a (re)ver, pois é uma das melhores séries estreadas em 2020.

– Inês Serra




8. THE UNDOING

Nicole Kidman e Hugh Grant
© Niko Tavernise | HBO Portugal

Imagina o seguinte: um casamento feliz, uma casa de sonho em plena Manhattan, um filho educado e inteligente e uma carreira de sucesso. Esta é a vida de Grace Fraser (Nicole Kidman), terapeuta de renome, que nunca imaginaria que a sua vida estava prestes a mudar para sempre. Do outro lado está Elena Alves, uma jovem misteriosa e irreverente, que não passou despercebida aos olhares discriminatórios das mães da alta sociedade. Quase que provocatoriamente, Elena surge nos momentos mais inusitados para desequilibrar o aparentemente equilibrado universo de Grace, que sem saber muito bem como, acaba por ver a sua vida familiar envolvida neste assassinato. A pergunta impõe-se: quem a terá morto?

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É neste clima de constante suspense que se vai desenrolando a trama de “The Undoing”, uma série que não conseguimos parar de ver até descobrir se Jonathan (Hugh Grant), marido de Grace, é mesmo o culpado pelo horrendo homicídio. Que motivos o levariam a cometer tal ato? Aparentemente num casamento feliz e também ele com uma carreira sólida como médico num Hospital Pediátrico de Oncologia, nada faria prever que pudessem existir ligações muito perigosas entre Jonathan e Elena.

O que os uniu e como é que o seu nome se vê envolvido neste crime é o que vamos descobrindo ao longo dos seis episódios que levam o espectador a um constante questionamento acerca da inocência do amável e preocupado médico, apesar das evidências mostrarem exatamente o contrário. E é isto que nos prende a esta história do início ao fim: A constante forma como o cenário muda num clima de drama, que se desencadeia em revelações inesperadas e onde o que é considerado como certo se torna numa completa farsa. Os segredos que a vida perfeita de Grace e Jonathan escondiam e a forma magistral como se desenrola este enredo, faz com que esta seja uma das melhores séries estreadas em 2020.

– Filipa Carvalho




7. ZOEY’S EXTRAORDINARY PLAYLIST

melhores séries estreadas zoey's extraordinary playlist
© HBO Portugal

No início de 2020, colocamos “Zoey’s Extraordinary Playlist” na nossa bucket list das séries mais aguardadas do ano. E a expetativa cumpriu. Nos dias que correm, um pouco à semelhança do que referimos em “The Great“, precisamos de mais séries como esta. Leves, animadas, capazes de nos abstrair da realidade que nos rodeia.

A narrativa parte de um ponto semelhante ao de Mel Gibson em “O que as Mulheres Querem”, só que em vez de ouvir os pensamentos de forma linear, a protagonista, Zoey Clarke (Jane Levy), ouve-os em forma de músicas e sem aviso. De um dia para o outro, a sua vida tornou-se um musical com direito a flash mobs. No entanto, Zoey, uma programadora de São Francisco, que sempre preferiu podcasts a músicas pop, não encara esta nova habilidade da melhor forma. Só quando decide partilhar o segredo com o seu vizinho Mo (Alex Newell) e percebe que este lhe permite comunicar com o pai doente, é que Zoey decide abraçar o seu dom musical.

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“Zoey’s Extraordinary Playlist” prima por ser uma série sem medo de arriscar, num panorama onde a larga maioria das comédias opta pela via do sitcom. É uma série de risos, mas também de algumas lágrimas. O elenco é talentoso, quer ao nível vocal, quer de coreografia, ou não tivesse o mesmo ganho o Emmy para Melhor Coreografia, sob a direção de Mandy Moore. Skylar Astin (“Crazy Ex-Girlfriend”) e John Clarence Stewart (“What/If”) acompanham Levy nesta aventura enquanto os ‘pretendentes’ de Zoey. Peter Gallagher e Mary Steenburgen assentam na perfeição como os pais de Zoey, sendo que Gallagher tem um grande desafio ao interpretar um doente na reta final vítima de uma doença neurológica degenerativa. Já Lauren Graham (“Gilmore Girls”; “Calma, Larry”) assume o papel de chefe da protagonista, onde o seu auge é atingido pela icónica canção dos Rolling Stones “Satisfaction” – uma das cenas memoráveis desta série. Por todas estas razões, “Zoey’s Extraordinary Playlist” integra o nosso top de melhores séries estreadas em 2020. E fica atento, pois a segunda temporada já se encontra disponível na HBO Portugal.

– Inês Serra




6. THE FLIGHT ATTENDANT

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© HBO Portugal

Entrou a voar no panorama do streaming em 2020 mas acreditamos que não vai levantar voo assim tão cedo! Afinal de contas, até já foi renovada para uma segunda temporada. “The Flight Attendant”, um thriller com um maravilhoso twist de humor negro, é inspirada na obra bestseller de Chris Bohjalian e tem Kaley Cuoco como protagonista. Com presença assídua de Michiel Huisman, Rosie Perez ou Zosia Mamet, a série desenvolve-se numa teia de teorias da conspiração e paranoias que nos prometem prender ao erã.

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A premissa parece relativamente simples: uma comissária de bordo conhece um homem bonito no avião, diverte-se por uma noite mas quando acorda na manhã seguinte numa cama de hotel, tudo muda! O homem morreu, ela não se lembra de nada do que aconteceu, e todo um caso que parece saído de um filme começa a perseguir Cassie, a comissária de bordo. E se a resposta que têm já pronta é que nela reside uma assassina, podemos dizer que é mentira mas… também não será fácil adivinharem quem é o responsável!

“The Flight Attendant” torna-se uma das séries do ano precisamente por não ser vulgar e imediata. As suas teias de mentiras e dúvidas fazem-nos querer acreditar tanto em Cassie como a querer que ela continue com os seus devaneios só para vermos uma relação amorosa florescer de uma mente retorcida onde afinal o morto está vivo e se dá conhecer. Faz sentido? Sim, se virem a série vão ver que faz. Todas as personagens são bem introduzidas ao longo dos oito episódios, o que é definitivamente um bónus já que a série é pequena, mas a história densa e de um ritmo deveras alucinante e rápido por vezes.

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Não se destaca no mundo das séries pela originalidade per si, contudo sem dúvida que a sua montagem e a narrativa são dois fatores de relevo para a incluirmos nas melhores séries estreadas em 2020. Afinal de contas, em apenas oito episódios, “The Flight Attendant” leva-nos por um hediondo crime, uma rede de lavagem de dinheiro, uma viagem ao passado de uma jovem adulta com uma infância problemática até a uma pequena (ainda que muito breve) introdução ao mundo da máfia chinesa. Tudo isto aliado aos caricatos momentos de humor e assumido descontrolo mental que Kaley Cuoco deixa transparecer de forma tão exímia, faz com que nos tenhamos deliciado com esta minissérie da HBO Portugal!

– Marta Kong Nunes




5. UNORTHODOX

emmys 2020
© Netflix

Baseada no bestseller do New York Times inspirado nas memórias da própria autora Deborah Feldman, “Unorthodox” conta a história de Esty Shapiro, uma jovem judia hassídica, que vive na reservada comunidade de Williamsburg. Quando, aos 19 anos Etsy é casada e vê-se presa numa relação de obrigatoriedades e sem amor, decide fugir e procurar a mãe em Berlim.

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“Unorthodox” brilha muito pela prestação da atriz de 25 anos israelita Shira Haas. Toda a sua transformação em Esty foi cuidadosamente estudada. Por exemplo, o complexo idioma Yiddish que Shira parece fluente ou mesmo nativa, foi aprendido em meses para a sua participação neste original da Netflix. A sua prestação foi magnificamente transcendente e humana, expondo tanto dilemas culturais, como temas femininos dos quais se deveriam falar mais, como é o caso do vaginismo, condição de que Esty padece. Aliás, Shira comentou em várias entrevistas que ter uma equipa maioritariamente feminina também contribuiu para a sua prestação.

De uma forma geral, podemos descrever a série como uma viagem de autodescoberta com um toque de thriller, devido às perseguições intensas de que Etsy é vítima. Se tal como nós consideraste “Unorthodox” uma das melhores séries estreadas em 2020, então não percas o documentário “One of Us” também disponível na plataforma. Ou ainda o drama familiar Israelita “Shtisel“, protagonizado por Shira.

– Inês Serra




4. MRS. AMERICA

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© HBO Portugal

“Mrs. America” cativou a nossa equipa, quer pelas suas brilhantes prestações, quer pela forma como a história de Phyllis Schlafly foi apresentada pelo criador envolvido em outras magníficas séries como “Mad Men” ou “Halt and Catch Fire”, Dahvi Waller. Waller consegue com a minissérie a proeza de descrever várias formas de ser uma mulher, e de como é essa própria individualidade que impede uma maior união. Não desfazendo o maravilhoso trabalho de Cate Blanchett enquanto Phyllis Schlafly, foi Uzo Aduba e a sua Shirley Chisholm que nos captou a atenção e que levou para casa o Emmy de Melhor Atriz Secundária numa Minissérie na última edição dos prémios, o qual não poderia ter sido melhor entregue.

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A minissérie decorre entre 1971-80, narrando a história do movimento para legalizar a Emenda da Igualdade de Direitos e a reação inesperada a esse movimento, liderado por uma mulher conservadora, Phyllis Schlafly. Contada pelos olhos das mulheres da época, tanto de Schlafly, como das feministas Gloria Steinem, Betty Friedan, Shirley Chisholm, Bella Abzug e Jill Ruckelshaus, a série explora como um dos campos de batalha mais difíceis da história das guerras culturais da década de 70, ajudou a dar origem à Maioria Moral e mudou para sempre o cenário político.

No fundo, “Mrs. America” acabou por nos relembrar, outra vez, de como as coisas evoluíram, mas que ainda assim temos um longo caminho a percorrer. De igual forma, também é preciso interiorizar que não existe apenas uma forma de ser mulher, uma conduta correta. É definitivamente uma série para digerir lentamente.

– Inês Serra




3. THE HAUNTING: BLY MANOR

Netflix em outubro bly manor
Eike Schroter NETFLIX © 2020

Ao contrário de “Hill House”, o segundo capítulo de “The Haunting” é mais uma história de amor, do que de terror. E é um belissímo conto nessa categoria. Mike Flanagan havia alertado, antes da estreia da série, que a mesma não teria qualquer ligação com a primeira parte da antologia de terror da Netflix, mas não geriu bem as expectativas. Esperávamos um grau de sustos igual ou superior ao de “Hill House”. Contudo, tal como Carla Gugino – a inicial narradora da história – gentilmente afirma “disseste que era uma história assustadora. Mas não é. É uma de amor.”

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Passada na década de 80, a história de “Bly Manor” combina algumas obras de Henry James, nomeadamente o clássico “Calafrio”, publicado pela primeira vez em 1898. A série começa com a chegada de Victoria Pedretti (“Hill House”; “You”), que interpreta uma ama americana escolhida para tomar conta de duas crianças órfãs, após a morte trágica da anterior au pair. As crianças residem na Bly Manor com o chef Owen (Rahul Kohli), o jardineiro Jamie (Amelia Eve) e a governanta Mrs. Grose (T’Nia Miller), onde nem tudo é o que parece.

Como referimos, acreditamos que a larga maioria dos espetadores estivessem à espera de sustos, ou de um thriller, até porque afinal de contas a série foi lançada durante o último Halloween. Os fantasmas que encontramos em “Bly Manor” residem em memórias e na forma como definem os mortos e os vivos, sendo a sua presença praticamente paradoxal. À semelhança de “Hill House”, Flanagan também junta todas as pontas soltas, mas sem o mesmo tom assustador. A série acaba por ser um ambicioso mix de géneros, com um desfecho intrigante. Enquanto história de amor entra nosso top das melhores séries estreadas em 2020.

– Inês Serra




2. SMALL AXE

Small Axe
© HBO Portugal

Há anos que o realizador Steve McQueen estava a tentar concretizar a magnum opus que é “Small Axe”. O seu objetivo era conceber cinco filmes interligados por um tema comum, a representação da comunidade caribe na Londres da segunda metade do século XX. Pegando em histórias verídicas e outras invenções do foro fictício, McQueen assim edificou um épico de observação sociopolítica, uma celebração daqueles que vivem às margens da sociedade inglesa e um grito de fúria contra a injustiça. Tamanho é o monumento cinematográfico que foi preciso McQueen ganhar prémios pelo mundo fora. Incluindo o Óscar, até ter financiamento garantido para o projeto. Com o apoio da BBC e da Amazon Prime nasceu “Small Axe”, uma das melhores séries estreadas em 2020.

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O primeiro filme, ou primeiro episódio, aborda o caso dos cinco de “Mangrove”. A narrativa de duas horas assim se desenrola como um docudrama histórico, primeiro estabelecendo a Notting Hill do final dos anos 60 até que a violência rebenta e a fita se transforma num drama de tribunal. O pessoal é político e o político é pessoal, quer isto se manifeste num serão festivo com dança na rua ou na luta contra o racismo institucional das forças policiais. Tão forte é este capítulo inicial que o seu seguimento funciona como um suspiro de alívio, uma pausa para restabelecer forças e recordar que a experiência da comunidade preta britânica não é só suplício. “Lovers Rock” é um êxtase de cor e música, uma festa noturna que nos embebeda de luxúria, que nos hipnotiza como só a grande arte consegue.

“Red, White and Blue” é o terceiro filme e aquele que nos retorna ao mundo da biografia e da história real. Trata-se de um retrato de um polícia preto que tenta mudar a instituição policial desde o seu cerne. O melhor da hora é a conclusão ambivalente, um pesado momento entre pai e filho, gerações unidas pela dor e pela convicção, pela vontade de viver. Segue-se “Alex Wheatle”, outra biografia filmada, desta vez passada dentro da prisão ao invés da esquadra. “Education” é o mais curto dos capítulos e aquele que encerra o quinteto dramático. Fá-lo com gentileza e muita humanidade, cantando um hino de homenagem à importância da escola, de revolta contra sistemas injustos, e de confrontação com as várias permutações do amor materno. Formalmente exímio, atuado com ardor e realizado com paixão, “Small Axe” é daqueles feitos que redefine padrões e nos lembra das possibilidades mais inspiradoras da expressão audiovisual. Uma salva de palmas!

– Cláudio Alves




1. QUEEN’S GAMBIT

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Cr. PHIL BRAY/NETFLIX © 2020

“Queen’s Gambit” foi provavelmente o sucesso mais inesperado de 2020 da Netflix. A série estreou no final de outubro e, em pouco menos de um mês, a plataforma partilhou que já era a mais vista pelos seus utilizadores – 62 milhões de contas -, tendo atingido o nº1 dos tops de mais de 60 países. Mas com a Netflix nunca temos um termo de comparação propriamente dito, uma vez que são raras as vezes em que a mesma partilha dados…

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Mais curioso foi que o ‘boom’ não ficou por ai. Um pouco por todo o mundo, lojas que comercializam tabuleiros de xadrez reportaram um aumento de vendas, algumas na ordem dos 1.000%. Isto para não falar dos milhares de novos utilizadores que o site Chess.com registou. Voltando à série propriamente dita, “Queen’s Gambit” ou “Gambito de Damas”, segue a jovem órfã prodígio do xadrez Beth Harmon, que partiu do nada e acabou por se tornar na campeã da modalidade. A mesma é baseada no livro do mesmo nome lançado em 1983 por Walter Tevis, que, curiosamente, só agora começou a ter sucesso.

Mas mais do que o xadrez em si, esta é uma história de perseverança, de luta, de empoderamento e crescimento. Com altos e baixos, como é a vida, ou não fosse o sucesso crescente de Beth acompanhado por uma dose igualmente crescente de drogas e álcool. A força e atitude da jovem prodígio enquanto mulher na década de 60 é notável e maravilhoso de ver, ainda que esse ‘detalhe’ seja, por vezes, o pano de fundo. Lógico que a fantástica prestação de Anya Taylor-Joy em muito contribuiu para toda esta admiração e para o sucesso da própria série. Arriscamo-nos a dizer se não foi graças à atriz de 24 anos que a mesma ganhou o seu destaque. Independentemente disso, “Queen’s Gambit” merece o primeiro lugar do nosso top das melhores séries estreadas em 2020.

– Inês Serra

 

E para ti? Quais foram as melhores séries estreadas em 2020? 🙂

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