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TOP MHD | Melhores Séries Estreadas em 2019

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Podemos dizer que 2019 foi um ano preenchido ao nível de estreias. Tendência que muito dificilmente irá abrandar neste novo ano, tendo em conta a velocidade atroz a que as plataformas de streaming estão a crescer. Ainda que a oferta tenha sido vasta, a equipa da MHD já elegeu o Top 10 das Melhores Séries Estreadas no ano passado.

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10º RUSSIAN DOLL

russian doll emmys 2019
© Netflix

“Russian Doll” poderá não ser uma série fácil de digerir para todos. No entanto, quando finalmente conseguimos entrar na toca do coelho com Nadia – que nos relembra porque gostamos tanto de Natasha Lyonne (“Orange is the New Black“) – e nos deixamos levar, “Russian Doll” é tal como o próprio título sugere uma matrioska que queremos continuar a desmontar. E, quando pensamos que já descobrimos o fio à meada, eis que surge mais uma pequena bonequinha para nos voltar a baralhar.

Lyonne realmente surpreendeu-nos com esta meticulosa criação e respectiva interpretação. É por todas as suas camadas lunáticas e absurdas, que se entrelaçam com momentos de humor e pensamentos mais negros, que consideramos “Russian Doll” uma das melhores séries estreadas em 2019. Não revelamos muito do seu conteúdo, porque se ainda não a viste, quanto menos souberes melhor. Por aqui, só nos resta aguardar pela segunda temporada.

– Inês Serra




9º THE ACT

the act
© HBO Portugal

O que nos levou a incluir “The Act” neste Top, não foi propriamente a série em si, mas sim as suas interpretações. De Patricia Arquette já esperávamos algo bom, tanto que voltou a levar para casa um Golden Globen pelo segundo ano consecutivo, este último precisamente pela série em questão. Já Joey King tinha-nos despertado a atenção com “Summer’ 03” e “Fargo”, mas foi “The Act” que confirmou que a jovem atriz é um dos novos talentos a ter em conta.

E se a tua mãe te fizesse acreditar que estavas gravemente doente? Esta a premissa base de “The Act,” distribuída entre nós pela HBO Portugal. Em poucas palavras, é a série que precisas de ver se achas que já viste de tudo.

– Inês Serra




8º TUCA & BERTIE

© Netflix

Depois de “BoJack Horseman”, a Netflix voltou a apostar numa arrojada série de animação com temas e narrativas extremamente adultas. De novo os protagonistas eram animais antropomorfizados e novamente a resposta da crítica foi unânime na sua celebração embasbacada. No entanto, a história de “Tuca & Bertie” enquanto uma produção televisiva está longe de ser o conto de sucesso e fartura do seu antecessor. Acontece que, apesar de muitos fãs e das boas críticas, a série foi cancelada depois de uma só temporada. O mundo da televisão não é uma meritocracia justa, bem se vê.

“Tuca & Bertie” conta a história de duas amigas pássaras que vivem no mesmo bloco de apartamentos e enfrentam os mesmos desafios que muitas mulheres na casa dos trinta da atualidade. Tuca é uma tucana com a voz de Tiffany Haddish e uma personalidade impulsiva que só é sustentável pela ajuda de familiares ricos. Ela combate questões de vícios de substâncias e é muito diferente de Bertie, uma ave canora com a voz de Ali Wong. Ao invés da amiga tucana, ela é uma profissional empenhada e ambiciosa que almeja atingir um paradigma de estabilidade socioeconómica e emocional que é difícil de alcançar.

O que é interessante na série são as suas observações aguçadas sobre as angústias da vida adulta na contemporaneidade. O modo como a narrativa lida com os traumas escondidos das duas protagonistas é algo de particular aprumo e valor. Há uma franqueza sexual enorme, assim como uma sofisticação sensível no tratamento de tópicos polémicos, uma forma de abordar as psicoses que nos definem o percurso da vida mesmo quando nós não nos apercebemos dessa realidade. Em suma, trata-se de um valente estudo de personagem em dose dupla centrando-se em mulheres com cabeça de pássaro. Um sucesso estrondoso em termos de qualidade que mesmo assim foi cancelado – choremos a sua perda.

– Cláudio Alves




7º LOVE, DEATH AND ROBOTS

melhores séries estreadas Love Death and Robots
© Netflix

Aposta ganha da Netflix, o compêndio cool de animação NSFW “Love, Death + Robots” promete ser uma das antologias de sucesso dos próximos anos e recorrente série candidata a conter alguns dos episódios do ano.

Orgasmo visual e criativo, experimentou vários estilos e géneros, flutuando no tom e sendo por isso ora madura ora infantil, ora trágica ora cómica, ora profunda ora superficial. Mesmo tendo privilegiado quantidade e estética sobre qualidade e substância, e com um gore, violência e sexualidade por vezes gratuitos, a colectânea de contos futuristas e digitais – com 18 episódios de duração entre 6 e 17 minutos – apresentou na sua estreia uma pequena obra-prima chamada “Zima Blue”. Mas “Good Hunting”, “Beyond the Aquila Rift”, “The Witness” ou “Three Robots” também são muito bons.

– Miguel Pontares




6º SEX EDUCATION

melhores séries estreadas Sex Education
© Netflix

A série que nos colocou bem-dispostos logo no início do ano. “Sex Education” veio provar que ainda é possível fazer uma série adolescente genuína, original e com Gillian Anderson, enquanto uma mãe terapeuta sexual. Simplesmente deliciosa e merecedora deste Top. Aliás, estamos a contar os dias para a estreia da segunda temporada.

Tal como referimos na nossa análise completa, “Sex Education”

“é uma visão divertida, calorosa e constrangedora do auge da adolescência, repleta de momentos bons, crus e duros, que prima sobretudo por ser uma série sem medos. É igualmente a lufada de ar fresco que a televisão (e público adolescente) precisava depois de duas [agora três] sufocantes temporadas de ’13 Reasons Why’.”

– Inês Serra




5º YEARS AND YEARS

Emma Thompson
©HBO Portugal

Encarar a realidade é sempre algo que custa ao ser humano. Principalmente quando é necessário reconhecer os erros que temos vindo a cometer contra a própria espécie. Russell T. Davies (“A Very English Scandal”; “Doctor Who”) soube por o dedo na ferida de uma forma comicamente séria do que o futuro nos poderá reservar.

“Years and Years” parte de uma Grã-Bretanha pós-Brexit, onde os primeiros impactos desta decisão começam a ser sentidos. Do outro lado do Atlântico, Donald Trump ganha o segundo mandato e a China decide construir uma base militar em forma de ilha artificial em águas controversas, apelidada de Hong Sha Dao. Ainda no mesmo ano, a Rússia apodera-se da Ucrânia, e Trump explode uma bomba nuclear em Hong Sha Dao. O que te parece? Familiarmente possível, não?

Esta capacidade de apresentar uma previsão assustadoramente perto da nossa, foi o que nos levou a considerar “Years and Years” como uma das melhores séries estreadas em 2019. Pena que tenha sido uma mini-série.

– Inês Serra




4º EUPHORIA

Euphoria
© HBO Portugal

Polémica e ousada, a série da HBO sobre adolescentes embora não necessariamente para eles aqueceu o Verão. Com Zendaya (que desempenho!) a surpreender,”Euphoria” revelou-se uma droga, uma espiral estonteante e tecnicamente ambiciosa (só “Mr. Robot” superou a série de Sam Levinson nos movimentos de câmara) sobre a Geração Z com personagens egoístas e hedonistas, num trajecto de autodescoberta e constante ansiedade.

Mais uma prova de como a HBO não sente medo da diferença, vivendo sim apaixonada por ela, esta fotografia de uma geração que consegue ser simultaneamente sinónimo de liberdade e claustrofobia acaba por ser, entre as nossas séries estreadas de 2019, a melhor classificada entre as que prometem continuar nos próximos anos (até à data, não está confirmada uma segunda temporada de “Watchmen”).

Cada plano com Hunter Schafer é um quadro. E se pensa”mos em Jules, Rue, Fezco, Nate, Cassie, Maddy, Kat e Lexi percebemos que “Euphoria” é fonte de algumas das melhores novas personagens do ano.

– Miguel Pontares




3º WATCHMEN

HBO Portugal
© HBO Portugal

É extraordinário como a série “Watchmen” consegue captar muito melhor as sensações, a essência e a alma da banda desenhada de Alan Moore do que o filme de 2009 de Zack Snyder, que quase procurou reproduzir religiosamente inigualáveis vinhetas e pranchas. Mas não é assim tão estranho tratando-se de uma adaptação de Damon Lindelof e de uma espécie de irmão espiritual da sua série anterior, “The Leftovers”.

O que impressiona em “Watchmen” é o difícil casamento entre o respeito pelo material original e a coragem/ loucura de fazer algo (muito) diferente, construir uma identidade própria. O risco de construir praticamente duas séries lado a lado (o plot principal e o subplot de Jeremy Irons a fazer coisas) é recompensado e de que maneira com episódios como “A God Walks into Abar” e “This Extraordinary Being”.

Incrível reflexão sobre raça e a nossa sociedade, “Watchmen” é jazz composto com todas as cores disponíveis na pauta e é o tempo a ser todo ele ao mesmo tempo. E sim, a banda sonora de Trent Reznor e Atticus Ross ajuda.

– Miguel Pontares




2º WHEN THEY SEE US

When They See Us
© Netflix

Há grandes filmes e séries que só queremos ver uma vez. “When They See Us“, a série certa no momento certo sobre um conjunto de rapazes, hoje homens, no local errado à hora errada, é um desses casos.

Num ano bastante forte nas mini-séries, a obra de Ava DuVernay marcou 2019 e revelou-se um bingewatch intenso e custoso, deixando o espectador esgotado emocionalmente, impotente e angustiado. Qual murro no estômago e conto urbano que todos desejaríamos ser ficção quando foi realidade, a mini-série de 4 episódios pode ser vista como uma reflexão sobre justiça, medo e abuso de poder, como terapia de choque e formação cívica.

Estamos gratos por “Part Four”, 1 hora e meia do melhor que se fez este ano em televisão, e jamais nos sairá da memória o portentoso e emocionante retrato de sofrimento e esperança, bondade e dor de Jharrel Jerome como Korey Wise.

– Miguel Pontares




1º CHERNOBYL

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© HBO Portugal

O histórico monumento televisivo que a HBO (fortíssimo 2019 a acautelar o fim de “Game of Thrones” com “Chernobyl”, “Watchmen” ou “Euphoria”) nos deu este ano, líder confortável na votação da nossa equipa, está longe de ser a melhor série de sempre. Mas é uma mini-série perfeita.

Escrita pelo improvável Craig Mazin (o mesmo que escrevera os “Scary Movie” 3 e 4, as sequelas de “A Ressaca” e algo com o nome “O Astro-Nabo”) e realizada pelo sueco Johan Renck, “Chernobyl” tem tudo para amadurecer com a classe e distinção de “Band of Brothers”.

A receita imaculada cozinhou-se em 5 episódios, equiparando-se a excelência do elenco (Jared Harris, Emily Watson, Stellan Skarsgard, Jessie Buckley, Paul Ritter, David Dencik e Barry Keoghan, para nomear alguns) aos restantes vectores. “Chernobyl” foi terror sonoro e a melhor aula de Química das nossas vidas, foi a tensão de 90 segundos para retirar grafite de um terraço, a ansiedade medida em contadores Geiger e, acima de tudo, uma lição de como lidar com exposição e que perspectiva escolher para estabelecer a máxima empatia com o espectador, sem nunca perder a escala da tragédia.

– Miguel Pontares

Qual foi para ti a melhor estreia deste ano?

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