Estes são os filmes preferidos da favorita aos Óscares Lily Gladstone (Assassinos da Lua das Flores)
Nomeada aos Óscares, Lily Gladstone é uma das grandes atrizes do momento e estes são os seus filmes favoritos.
Está a ser um ano em grande para Lily Gladstone, a primeira nativo-americana nomeada na categoria de Melhor Atriz nos Óscares, graças à sua elogiada prestação como Mollie Bukhart em “Assassinos da Lua das Flores” de Martin Scorsese.
Filha de pai Black Feet e mãe branca, Gladstone cresceu entre a reserva de Black Feet e Seattle. Formou-se na Universidade de Montana com um bacharelato em Belas Artes em Teatro com foco em Representação e especialização em Estudos Nativos Americanos. Até aqui, o seu nome estava mais associado a filmes de baixo orçamento, tendo sido destacada pela crítica graças ao seu desempenho em “Certas Mulheres”, de Kelly Reichardt.
Nas bocas de todo o mundo, os olhos estão agora postos na cerimónia de 10 de março onde a atriz está na corrida, com um franco favoritismo, para conquistar a sua primeira estatueta dourada. Neste momento, a disputa está entre Gladstone e Emma Stone (“Pobres Criaturas”), mas com o prémio do Sindicato dos Atores do seu lado, a vantagem parece estar com Lily Gladstone.
No meio de tudo isto, a atriz que é também uma ávida consumidora do melhor que se faz na sétima arte revelou à A-Frame alguns dos seus filmes favoritos.
BALBÚRDIA NO OESTE (1974), DE MEL BROOKS
O caminho de ferro irá atravessar a pachorrenta cidade Rock Ridge e as suas terras valerão uma fortuna. Mas como é que alguém afugenta os donos daquelas terras? A solução é enviar o pior, mais duro e implacável bando de homens que houver…
Esta comédia icónica de Mel Brooks foi um dos filmes que Lily Gladstone “viu mais do que qualquer outro filme na minha infância”.
INADAPTADO (2002), DE SPIKE JONZE
Charlie Kaufman (Nicolas Cage) tem a missão de adaptar para o cinema o romance “The Orchid Thief”, de Susan Orlean (Meryl Streep). O livro conta a história de John Laroche (Chris Cooper), um fornecedor de plantas que clona orquídeas raras para vendê-las a colecionadores. Porém, além das dificuldades naturais da adaptação de um livro para o cinema, Charlie precisa de lidar também com sua baixa autoestima, a sua frustração sexual e ainda Donald, o seu irmão gémeo parasita que também sonha tornar-se guionista.
Para Gladstone, esta comédia metalinguística escrita por Charlie Kaufman é “uma masterclass em escrita, realização e representação (…) O humor naquele filme, e a maneira como ele está tão profundamente enredado com o quão bem desenvolvidos todos os personagens são, e cada ator e cada personagem que eles criam— É tudo deslumbrante”. É interessante que o próximo projeto da atriz será “The Memory Police”, com argumento assinado por Kaufman.
A DOMADORA DE BALEIAS (2002), DE NIKI CARO
A tradição Maori diz que o primeiro filho do chefe da tribo é considerado o descendente de Paikea e líder espiritual do povo. Mas após a morte do atual líder, quem assume o lugar é a sua irmã, uma menina de 11 anos desafiando o avô e mil anos de tradição.
“Como uma adolescente indígena, eu estava apenas a desenvolver a minha paixão pelo cinema. Então, quando Keisha Castle-Hughes foi nomeada [ao Óscar] como Atriz Principal – eu sei que existiram conversas sobre ela ser secundária, o que é uma loucura para mim se conheceres aquele filme – mas eu lembro-me o que aquilo representou para mim”. Curiosamente, também Gladstone enfrentou o mesmo nível de especulação com “Assassinos da Lua das Flores”, sendo que muitos argumentam que a atriz deveria ter sido submetida como secundária e não protagonista da história.
EAGLE VS. SHARK (2007), DE TAIKA WAITITI
A história de dois desajustados socialmente e as formas estranhas como eles tentam encontrar o amor, através da vingança contra os seus bullys do ensino secundário numa jornada que envolve ainda hambúrgueres e videojogos.
Para Gladstone, uma atriz que formou a sua carreira na cena independente, este é um exemplo de “uma comédia indie perfeita” que “é muito voltada para os personagens”.
WENDY E LUCY (2008), DE KELLY REICHARDT
Wendy (Michelle Williams) conduz até Ketchikan, no estado do Alasca, na esperança de uma nova vida com a sua cadela, Lucy. No entanto, quando o seu carro avaria, a frágil estrutura da sua situação financeira desaba, e ela confronta-se com uma série de decisões económicas cada vez mais terríveis, com repercussões de grande alcance para si própria e para Lucy.
Foi em “Certas Mulheres”, de Kelly Reichardt que Lily Gladstone foi dada a conhecer ao mundo do cinema, firmando desde aí uma parceria de mútua admiração com a veterana realizadora, admirando o seu estilo simples, “Esta é uma história simples sobre uma mulher e a sua cadela (…) A câmara está apenas a deixar-nos assistir ao que acontece”. “Wendy e Lucy” foi também o primeiro filme de Reichardt que Gladstone viu e isso “levou-me a todos os outros filmes” dela.
O MENTOR (2012), DE PAUL THOMAS ANDERSON
Atormentado pelos horrores da Segunda Guerra Mundial, o soldado Freddie Quell (Joaquin Phoenix) encontra no líder religioso Lancaster Dodd (Phillip Seymour Hoffman) e o seu movimento “A Causa” um suporte inesperado. Porém, quando tudo toma proporções radicais, este começa a questionar o seu guia espiritual.
Paul Thomas Anderson é “provavelmente o cineasta favorito” de Lily Gladstone e a atriz revela que este é um filme que traz conversas que ela valoriza muito, “falar sobre esta atração entre a natureza e o controlo, e poderíamos facilmente tentar codificá-la e dizer que funciona como uma acusação à Cientologia, mas não é. É, e não é. O filme vive no seu próprio mundo”.
E tu, já viste alguns destes filmes aconselhados por Lily Gladstone? És fã da atriz favorita aos Óscares?
