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Óscares 2024 | Será que Emily Blunt merece vencer por Oppenheimer?

Com a cerimónia dos Óscares a aproximar-se, vale a pena olhar para as nomeadas em Melhor Atriz Secundária. Qual delas merece vencer?

Após muitos meses de antecipação, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas revelou as suas nomeações para as 23 categorias dos Óscares 2024 a 23 de janeiro de 2024. No artigo de hoje, iremos debruçar-nos sobre a categoria de Melhor Atriz Secundária. Desta vez, não iremos falar sobre previsões, até porque nada parece deter Da’Vine Joy Randolph (“Os Excluídos”) que tem dominado o circuito de crítica e já triunfou nos Globos de Ouro e nos Critics’ Choice.

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De uma forma geral, este é um grupo composto por cinco atrizes bastante talentosas a quem lhes foi entregue uma tarefa um pouco ingrata, com personagens não tão bem trabalhadas ou desenvolvidas. Porém, nenhuma destas profissionais está a dormir em serviço. Todos estes desempenhos são no mínimo bons, ainda que nem todos estejam ao mesmo nível.

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Entre as opções mais viáveis, destaca-se as ausências de Cara Jade Meyers, a vibrante Anna Brown, irmã de Mollie (Lily Gladstone) em “Assassinos da Lua das Flores”; Julianne Moore na pele da perturbadora Gracie em “May December” e Sandra Hüller, a gélida Hedwig em “A Zona de Interesse” que não encaixava totalmente nesta categoria mas era aqui que estava a ser considerada.

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A cerimónia dos Óscares decorre já no dia 10 de março, desta vez uma hora mais cedo, pelas 23h30 de Portugal e contará com a apresentação de Jimmy Kimmel pela 4ª vez.




MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA – RANKING

5. EMILY BLUNT OPPENHEIMER

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No papel de Kitty Oppenheimer, a esposa de J. Robert Oppenheimer (Cillian Murphy), Emily Blunt não tem muito com que trabalhar, dado que Christopher Nolan não é o tipo de realizador que se interessa em dar espaço às personagens femininas nas suas histórias.

A atriz fica assim renegada no ingrato papel de esposa, que inicialmente surge como o apoio de Robert, mas mais tarde acaba por aparecer para o condenar e reclamar sobre a falta de atenção. Tudo naquela personagem acaba por ser um mistério, não há realmente uma construção segura em estabelecer quem ela é… Porém, Blunt não está nomeada na categoria de Melhor Personagem, mas sim de atriz secundária, sendo que o que devemos julgar é o que a atriz faz com o material.

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Pois bem, não dá para negar o talento de Emily Blunt que aproveita cada momento, por mais pequeno ou incoerente que seja, para brilhar. Na sua chamada “oscar scene” em que Kitty confronta o procurador Roger Robb (Jason Clarke), a atriz impressiona e comprova que havia algo muito mais interessante a explorar com a sua personagem e o seu desempenho que Nolan deixou passar totalmente em branco. Ao fim e ao cabo, o esforço hercúleo de Blunt para elevar o rascunho de personagem que lhe deram é admirável, mas longe de ser digno de Óscar.




4. JODIE FOSTERNYAD

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30 anos depois de Nell (1994), a sua última nomeação aos Óscares, a veterana Jodie Foster regressa às premiações. Não é que a atriz tenha estado afastada do cinema, mas nos últimos anos poucas vezes o seu nome esteve envolvido em projetos integrados na temporada de premiações.

Em “Nyad”, Jodie Foster é Bonnie Stoll, a melhor amiga e treinadora de Diana (Annete Bening) que a irá ajudar a alcançar o seu objetivo: percorrer a nado Cuba e Flórida aos 64 anos. Embora, Foster tenha cerca de 1h de screentime, a natureza da sua personagem faz com que seja uma mera coadjuvante na jornada da protagonista, sem nenhum arco paralelo.

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Este é um papel que traz Foster no alto das suas capacidades, uma prestação muito natural, vivida e sentida. Vale também a pena destacar a química com Annete Bening, já que as atrizes combinam de uma forma em tela que vende muito bem a ideia de que isto é apenas um recorte de uma amizade longa e com muita história por contar.




3. DA’VINE JOY RANDOLPHOS EXCLUÍDOS

© Cinemundo

Em “Os Excluídos”, Da’Vine Joy Randolph interpreta Mary Lamb, a cozinheira da escola que tem de lidar com a perda recente do seu filho. Esta é uma personagem que fica sempre um pouco à margem do duo principal (Paul Giamatti e Dominic Sessa), acabando por nunca ser tão bem explorada quanto podia.

A presença de Lamb na história é meramente funcional, está no filme para que o carrancudo personagem de Giamatti possa ter alguém com quem demonstra alguma empatia e compaixão. Por não ser uma prioridade, o arco da cozinheira acaba por soar incompleto e simplista.

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No entanto, o que Da’Vine Joy Randolph traz para cada cena é digno de destaque. De cigarro na mão e com a sua atitude vincada, Randolph irradia carisma e adiciona um peso adicional a cada momento. Para além disso, a contracena da atriz com Giamatti é deliciosa, dois atores no topo das suas capacidades a entregar diálogos tão engraçados quanto dramaticamente relevante. É uma pena que o filme abandone essa dinâmica na sua segunda metade.




2. DANIELLE BROOKSA COR PÚRPURA

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Sofia de “A Cor Púrpura” é um papel que já valeu muitas distinções a quem a interpreta, incluindo a Oprah Winfrey nomeada ao Óscar pela versão de Steven Spielberg e à própria Danielle Brooks nomeada ao Tony pelo musical.

Nesta versão cinematográfica que acaba de estrear nos cinemas portugueses, a atriz é vítima de um filme apressado que trata os personagens de forma muito redutora. Ao longo das mais de duas horas que compõem a obra, a sua Sofia vai saindo de cena e voltando sem grande propósito ou desenvolvimento.

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Todavia, Brooks assume uma presença larger than life e cada vez que a sua Sofia entra dentro de uma cena, o holofote fica centrado nela. Com o seu atrevimento e carisma gritante, a atriz injeta uma adrenalina muito necessária no filme. Quando a longa-metragem chega ao fim, é Danielle Brooks com o seu grito do Ipiranga “HELL NO!” que fica marcada na memória.




1. AMERICA FERRERABARBIE

© Warner Bros.

Antes de “Barbie” estrear, pouca gente imaginaria que seria este o filme a trazer o reconhecimento mais do que merecido para America Ferrera, a eterna “Ugly Betty”. Na pele de Gloria, Ferrera é a escolhida de Greta Gerwig para funcionar como os olhos do público, aquela mulher frustrada e descontente com a sua vida que se refugia na ideia da Barbie e de um mundo de fantasia para conseguir lidar com o seu dia-a-dia. De imediato, Ferrera cria um grande elo de ligação com o público, contando a história completa da sua personagem só com o recurso ao seu olhar terno. É um desempenho profundamente empático e relacionável.

Para além de trazer um muito necessário senso de realidade à obra, Ferrera opera também a alto nível nos momentos mais cómicos do filme, formando uma dupla inesperadamente cativante com Margot Robbie.

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Para terminar, vale a pena adereçar o elefante na  sala: o controverso monólogo. É Gloria quem tem a tarefa de expressar alguns dos temas do filme através de uma explosão catártica que se tornou viral. Nem toda a gente é fã deste momento assumidamente expositivo, porém no contexto do filme, ele funciona porque Ferrera entrega o texto com uma paixão notória como se a sua personagem tivesse aquela raiva acumulada desde sempre e só agora a conseguisse libertar.

E tu, a quem darias o Óscar de Melhor Atriz Secundária?

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