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Nem Cillian Murphy nem Bradley Cooper, há um novo favorito aos Óscares de Melhor Ator

A corrida de Melhor Ator nos Óscares 2024 está cada vez mais disputada, agora que Cillian Murphy e Bradley Cooper ganharam um novo e forte rival.

Numa altura em que a corrida aos Óscares parece já estar mais ou menos consolidada para as duas categorias de atores secundários, vale a pena olhar para os atores principais onde há bastante margem para surpresas.

Em Melhor Ator, Cillian Murphy tem surgido como o grande favorito desde a estreia de “Oppenheimer”, beneficiando até aqui do estatuto de frontrunner do seu filme e da forma como a sua prestação tem sido abraçada e aclamada pela crítica.

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Porém, sempre aqui se alertou que apesar de ser uma performance num biopic é muito mais introspetiva e discreta do que o tipo de desempenhos mais expansivos e chamativos que têm vindo a ser premiados, como é o caso de Gary Oldman em “Darkest Hour” ou Rami Malek em “Bohemian Rhapsody”.

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Nesse aspeto, Bradley Cooper por “Maestro”  sempre se destacou como uma forte ameaça que viria a começar a ganhar momentum com as vitórias nos percursores televisivos. Aliado ao facto de estar soterrado em maquilhagem e apoiado na ideia de imitação de uma figura conhecida, Cooper teria ainda a narrativa da carreira.

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Todavia, ao contrário do que muitos experts esperavam, o ator ainda não conseguiu materializar esse buzz numa vitória em nenhuma das premiações. Nos Globos de Ouro em Drama, Cooper foi derrotado por Cillian Murphy e no Critics’ Choice por Paul Giamatti (“Os Excluídos“).


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No Critics’ Choice, que se assume como um importante percursor e procura estar alinhado com os Óscares , aquilo que parecia ser uma batalha entre Murphy e Cooper ganhou um novo oponente em Paul Giamatti.

Aos 56 anos, Paul Giamatti é aquilo que se pode chamar de um “actor’s actor“, figura muito acarinhada na indústria que já trabalhou em todos os géneros e com todo o tipo de pessoas. É alguém muito bem conectado e por quem as pessoas sempre gostaram de torcer.

Giamatti tem também atrelado ao seu nome uma das mais históricas snubs aos Óscares por “Sideways”, de Alexander Payne, no ano de 2005. Seria poético que na sua reunião com Payne, Giamatti conseguisse não só a nomeação que lhe era devida, mas também uma vitória mais do que merecida.

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Se a prestação de Murphy vai um pouco contra o tipo de papéis que temos visto serem reconhecidos, Giamatti seria ainda mais revolucionário por se tratar de um papel cómico que oferece ao ator a possibilidade de trabalhar as suas melhores qualidades em serviço de um personagem carrancudo e frustrado.

Um dos argumentos contra Giamatti é que “está só a fazer dele próprio” ou “está a fazer o que sempre faz”, e isso é algo que o pode fragilizar na conversa. Principalmente quando comparado com a exuberância de Cooper ou a subtileza letal de Murphy.

A acrescentar a isto, há ainda o facto de ser uma prestação cómica, algo que não costuma ser premiado nesta categoria. Os últimos exemplos são: Jean Dujardin por “O Artista” em 2012, Robert Benigni por “A Vida em Bela” em 1999 e Jack Nicholson por “Melhor É impossível” em 1998.


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Todavia, a força de “Os Excluídos” em Melhor Filme, a aclamação da prestação de Giamatti (o segundo ator mais premiado pela crítica) e a vontade de celebrar este grande veterano da indústria, podem contribuir para uma quebra neste fraco precedente e conseguir tornar Paul Giamatti num inesperado vencedor do Óscar.

Com o Globo de Ouro de comédia e o Critics’ Choice já do seu lado, Giamatti conseguiu surgir no Sindicato de Atores (SAG) e também conquista a sua primeira nomeação ao BAFTA. Há um mundo, em que Giamatti consegue triunfar nestas duas cerimónias. No entanto, para ser considerado um candidato sério, ele só precisa de vencer um deles.

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Quando pensamos no caso de Giamatti, o precedente que vem logo a memória é o de Michael Keaton (“Birdman”), que nem a protagonizar o vencedor do Óscar de Melhor Filme conseguiu transformar a sua narrativa de regresso numa vitória em Melhor Ator, perdendo no SAG e no BAFTA para aquele que viria a derrotá-lo, Eddie Redmayne (“A Teoria de Tudo”).

Neste momento, Giamatti já ultrapassou Bradley Cooper nas apostas do GoldDerby, resta ver quando e se que conseguirá ultrapassar Cillian Murphy.

Irá Leonardo DiCaprio conseguir mais uma nomeação ao Óscar? © 2023 Paramount Pictures

Para além dos três nomes já mencionados que deverão surgir nas nomeações ao Óscar dia 23 de janeiro, temos ainda Jeffrey Wright (“American Fiction”) muito bem encaminhado com nomeações aos Globos, Critics’ e SAG.

A última vaga é disputada por Colman Domingo (“Rustin”) que apesar da fragilidade do filme, conseguiu marcar presença nos quatro percursores e Leonardo DiCaprio (“Assassinos da Lua das Flores”) que com um candidato muito forte, falhou o SAG e BAFTA. Nomes como Barry Keoghan (“Saltburn”) ou Andrew Scott (“All of Us Strangers”) também podem aparecer, mas é mais improvável.

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“Os Excluídos” chega aos cinemas portugueses já no dia 14 de fevereiro.

TRAILER | PAUL GIAMATTI A CAMINHO DOS ÓSCARES

E tu, acreditas que Paul Giamatti pode derrotar Cillian Murphy e Bradley Cooper nos Óscares?

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