Emma Stone ou Lily Gladstone, quem irá vencer o Óscar de Melhor Atriz?
A disputa por Melhor Atriz é uma das corridas mais empolgantes dos Óscares 2024. Será a vez de Lily Gladstone?
A 96ª cerimónia dos Óscares acontece já no Domingo, dia 10 de março, pelas 23h00 em Portugal Continental e contará com Jimmy Kimmel na apresentação pela quarta vez. Será uma noite que se antecipa previsível, em que o nome de “Oppenheimer” vai ser muito ouvido.
Com várias corridas praticamente fechadas, é interessante olhar para as poucas onde ainda parece haver alguma margem para surpresas.
Depois de um período em que havia uma indecisão sobre quem seria a favorita à estatueta de Melhor Atriz, o caminho abriu-se para Emma Stone que conquistou algumas das críticas mais fortes da sua carreira com a estreia de “Pobres Criaturas” em Veneza.
Tudo parecia alinhado para um segundo Óscar de Emma Stone até que Lily Gladstone (“Assassinos da Lua das Flores”), dada como favorita na categoria de Melhor Atriz Secundária, revelou que a sua intenção iria ser considerada como protagonista.
Quando os círculos de crítica regionais começaram a atribuir os seus prémios, a sensação foi de que a maré tinha mudado e Lily Gladstone estava a caminho de uma histórica vitória nos Óscares. Durante esse período, Gladstone conquistou não só o New York Film Critics Circle e o National Board of Review, como acumulou cerca de 30 vitórias na temporada.
Porém, nem sempre a crítica e os percursores televisivos se encontram em sintonia… Na primeira cerimónia televisiva do ano, os Golden Globes, ambas conseguiram uma vitória, já que concorriam em categorias diferentes (Drama e Comédia/Musical, respectivamente). Não foi uma noite muito útil para decifrar o que se iria desenrolar no resto da temporada, Lily Gladstone fez história e a vitória de Emma Stone foi recebida com bastante entusiasmo.
Só ganharíamos algum senso da corrida, na semana seguinte, quando as duas se enfrentaram pela primeira vez no Critics’ Choice, que é votado por críticos e entusiastas da temporada. Por norma, esta é uma entrega de prémios que procura prever os Óscares e raramente se desvia do favoritismo da altura. Como Lily Gladstone seguia firme nas odds do GoldDerby para vencer nos Óscares, a sensação é que este seria um lugar muito fácil para a atriz conseguir uma vitória. Foi aqui que se deu a primeira reviravolta da temporada, já que Emma Stone acabou por vencer, algo que já não era assim tão esperado.
Depois de Gladstone ter este golpe bastante duro na corrida, seguiu-se mais um péssimo presságio: a atriz ficou de fora da lista dos BAFTA. Vistos como um dos percursores televisivos mais importantes, por priveligiar a perspetiva da ala mais internacional da Academia, o facto de que Gladstone não conseguiu figurar nem no Top 3 popular nem nos três nomes escolhidos pelo júri deixou-nos a temer o pior.
Sem a sua principal rival em vista, Emma Stone teve um triunfo fácil nos BAFTA, onde o seu filme venceu ao todo 5 troféus. Esta conquista de Stone fechou um pouco a porta à possibilidade de Sandra Hüller (“Anatomia de uma Queda”) conquistar o Óscar de Melhor Atriz.
Com o Critics’ Choice e o BAFTA do seu lado, Emma Stone partiu para a cerimónia do Sindicato de Atores (SAG) com um enorme favoritismo. Todavia, a corrida de Melhor Atriz voltou a surpreender com o triunfo histórico de Lily Gladstone.
Quando o seu nome foi chamado, era percetível o entusiasmo de todas aquelas pessoas por Gladstone e pela sua performance. Com mais um discurso memorável, que deixou até John Lithgow em lágrimas, Gladstone alcançou ali o boost que a sua campanha precisava. É importante destacar que os atores são o departamento mais numeroso da Academia, portanto esta vitória mostra que a atriz tem o apoio dos colegas. O triunfo de Gladstone no SAG é também muito significativo, quando pensamos em como este é um dos grupos com um gosto mais popular e que prefere reconhecer desempenhos mais chamativos.
Vista como o “coração pulsante” da nova obra-prima de Martin Scorsese, o seu tipo de desempenho é muito mais silenciosamente letal do que aquilo a que estamos habituados ver premiado. Do seu lado, Gladstone tem também a narrativa de ser a primeira nativo-americana nomeada na categoria de Melhor Atriz. A narrativa pouco importaria se a performance de Gladstone não fosse uma das mais aclamadas do ano, e vale a pena ter em conta que num caso como este ajuda a fortalecer as suas chances e a fazer com que as pessoas sintam algum entusiasmo em apoiar a sua vitória.
Por outro lado, Emma Stone é a protagonista do segundo filme mais nomeado da cerimónia, visa a sua segunda estatueta com uma prestação que é o oposto de Gladstone, um trabalho bastante chamativo em que o compromisso envolvido é perfeitamente identificável. No entanto, será que há alguma urgência ou entusiasmo em dar um segundo Óscar a Emma Stone, ainda nos seus 35 anos?
Muitos irão apontar para a corrida do ano passado em que Michelle Yeoh (“Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo”) conseguiu conquistar o Óscar, só com o SAG e o Globo de Ouro de Melhor Atriz de Comédia contra Cate Blanchett (“TÁR”) que iria vencer o seu terceiro Óscar e tinha triunfado no Critics’ Choice e no BAFTA. A grande diferença é que Yeoh estava no filme mais popular da temporada passada, ao passo que Gladstone é a única chance de “Assassinos da Lua das Flores” não sair da cerimónia de mãos a abanar.
Neste caso, há mais entusiasmo e paixão por “Pobres Criaturas” do que pelo filme de Scorsese, o que pode acabar por ser decisivo na Hora H. Todavia, acredito que o entusiasmo por Lily Gladstone vai prevalecer e a atriz conseguirá conquistar um muito merecido Óscar.
E tu, estás do lado de Emma Stone ou Lily Gladstone? Quem acreditas que vai triunfar?
