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Óscar Melhor Atriz Secundária | Conseguirá Lily Gladstone travar o fenómeno Barbenheimer?

Tudo indica que “Barbenheimer” vai dominar o Óscar 2024, mas Lily Gladstone em “Killers of the Flower Moon” tentará travar o fenómeno na categoria de Melhor Atriz Secundária.

Se tudo correr como é expectável, Lily Gladstone ganhará um Óscar de melhor atriz secundária pela sua aclamada prestação em “Killers of the Flower Moon”, de Martin Scorsese.

O grande problema é que, quem acompanha o Óscar, sabe que nunca nada corre como é expectável.

Vale lembrar que ano passado, por esta altura, qualquer expert que se prezasse já tinha gravado o nome de Michelle Williams (“Os Fabelmans”) na estatueta, acontece que a atriz trocou as voltas de toda a gente ao anunciar a intenção de ser considerada protagonista.

Na altura, esta revelação foi um grande choque. Desta vez, a ideia de que Gladstone pode tomar o mesmo rumo está mais presente na cabeça dos apostadores.

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Lily Gladstone foi aclamada em Cannes por “Killers of the Flower Moon” © 2023 Apple Studios

Os relatos de Cannes são distintos. Há quem diga que a atriz tem tanto ou mais preponderância que Leonardo DiCaprio, outros afirmam que é um papel destacadamente secundário e temos ainda o campo que afirma que qualquer posicionamento é justificado.

Tratando-se de um filme com uma presença maioritariamente masculina, pode haver a ideia de submeter Gladstone como protagonista por ser a personagem feminina com mais importância.

Até que nada seja dito, iremos considerar Gladstone na categoria de Melhor Atriz Secundária.

Neste momento, Gladstone é mesmo a grande favorita, sendo consensual junto de fontes como a Variety, Awardswatch e os utilizadores do Goldderby. O primeiro consenso entre estas três entidades até agora.

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Danielle Brooks prepara-se para brilhar em “The Color Puprle” © Amblin Entertainment

Quanto a quem será a sua principal concorrente, as opiniões variam. Variety continua a mostrar que tem fé em “Ferrari”, de Michael Mann e considera a antiga vencedora do Óscar Penélope Cruz no seu segundo lugar, Awardswatch acredita que a força de “Oppenheimer” irá ajudar Emily Blunt e o Goldderby coloca Taraji P. Henson e Danielle Brooks, ambas de “The Color Purple”, em 2º e 3º lugar.

Falando sobre “The Color Purple”, até aqui havia indecisão sobre se a Warner iria ou não adiar o lançamento do filme. Após o anúncio de que “Dune Parte II” estreará em março de 2024, fontes afirmam que a intenção do estúdio é manter a estreia do musical para este ano.

Sendo assim, Brooks na pele de Sofia, a amiga de Celie (Fantasia Barrino), surge como uma possível favorita, trata-se de um papel que lhe valeu uma nomeação ao Tony, e que na adaptação de Steven Spielberg valeu uma nomeação ao Óscar para Oprah Winfrey. A atriz ainda não é um nome muito consolidado na indústria do cinema, o que pode desfavorecê-la, principalmente em relação à sua competição interna.

Taraji P. Henson é uma premiada e respeitada atriz com provas dadas na TV e cinema, contando com uma nomeação ao Óscar pela sua performance em “O Estranho Caso de Benjamin Button”, de David Fincher. Trata-se de alguém acarinhada e o tipo de veterana que esta categoria gosta de reconhecer. Henson interpreta Shug Avery, papel que valeu a Margaret Avery uma nomeação ao Óscar.

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Será o ano em que as portas do Óscar se abrem para Emily Blunt? © 2022 Universal Studios. All Rights Reserved.

Mesmo que Brooks seja a performance mais aplaudida, existe a chance de Henson conseguir vencer ou pelo menos roubar-lhe votos, devido ao estatuto na indústria. Um caso recente que comprova este fenómeno foi o de Jamie Lee Curtis, que se sagrou vencedora por “Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo” quando a relativamente novata Stephanie Hsu destacava-se com um papel mais preponderante no mesmo filme.

Em relação a Penélope Cruz, mantenho o meu ceticismo com “Ferrari”, mas tratando-se de uma atriz tão querida, que conta com quatro nomeações, de onde se destaca uma vitória por “Vicky Cristina Barcelona” e uma nomeação surpresa por “Mães Paralelas” em 2022, não é descabido pensar que se houver aclamação e paixão pelo filme, Cruz consiga se afirmar na corrida. Além de que a atriz será Laura Ferrari, a esposa de Enzo, um tipo de papel que se dá muito bem nesta categoria, como comprova o sucesso de Jennifer Connely por “Uma Mente Brilhante”, Viola Davis por “Vedações” ou Alicia Vikander por “A Rapariga Dinamarquesa”.

Por falar em esposa, Emily Blunt parece ter o papel ideal para conseguir a tão aguardada nomeação. Reconhecida nos percursores televisivos por filmes como “O Diabo veste prada”, “A Jovem Vitória”, “A Rapariga no Comboio”, “O Regresso de Mary Poppins” e uma vitória surpreendente por “Um Lugar Silencioso” no Sindicato de Atores, dá a impressão que Blunt esteve sempre à porta do Óscar.

No papel de Kitty Oppenheimer, Blunt não tem muito com que trabalhar, Nolan não é um realizador conhecido por dar espaço às suas personagens femininas de terem relevo na história. No entanto, Blunt é uma atriz talentosa que aproveita as poucas cenas que tem para brilhar, conseguindo até a tão cobiçada “oscar scene”, muito perto do final do filme.

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Da’Vine Joy Randolph tem tudo para impressionar em “The Holdovers” © Miramax

Se “Oppenheimer” for mesmo este grande concorrente ao Óscar e Blunt for constantemente lembrada em todos os percursores televisivos, torna-se difícil de imaginar um cenário em que a atriz não será reconhecida. Até porque a competição interna é com Florence Pugh, uma nomeada ao Óscar, com uma carreira menor, num papel ainda mais ingrato.

Mas a medida que os concorrentes são vistos, é possível que muitas candidatas passem a perna a Blunt e a tornem não tão prioritária assim.

Outro nome considerado pela Variety e Awardswatch no top5 mas que está em 6ºlugar no Goldderby é Da’Vine Joy Randolph por “The Holdovers”.

Já muito foi dito sobre este filme de Alexander Payne que é visto como um dos candidatos mais fortes para a temporada de premiações. Na pele de uma cozinheira que perdeu um filho na guerra do Vietname, podemos esperar um grande brilharete de uma atriz que já se tem destacado na indústria no filme Chamem-me Dolemitee  em séries como a comédia “Homicídios ao Domicílio” ou a polémica “The Idol”.

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Julianne Moore procura regressar ao Óscar com “May December” © Gloria Sanchez Productions

Ajuda também que Randolph integrará o elenco de “Rustin”, filme que será um grande concorrente para Colman Domingo em Melhor Ator. Se Domingo for mesmo um candidato forte, é possível que traga algumas das suas colegas para a corrida, ao exemplo de Jeff Bridges que trouxe Maggie Gyllenhaal em “Crazy Heart”.

Além de Randolph, Domingo estará acompanhado de CCH Pounder ou Audra McDonald, nomes incontornáveis do património cultural afroamericano, dependendo de quem se destacar mais, não é absurdo imaginar que uma delas pode conquistar a sua primeira nomeação ao Óscar.

O Goldderby considera ainda Julianne Moore por “May December”, de Todd Haynes, aquisição da Netflix em Cannes. A premiada atriz recebeu algumas críticas positivas pela sua performance num filme que surpreendeu no festival por ter uma vertente mais “campy” do que o esperado.

No filme, Moore interpreta uma mulher que se viu envolvida num escândalo mediático devido a um relacionamento controverso com o personagem de Charles Melton. 20 anos depois, as feridas voltam a ser abertas quando a personagem de Natalie Portman viaja até ao lar do casal para se preparar para um filme sobre eles.

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Conhecida na TV, America Ferrera é uma das grandes surpresas da temporada © 2020 Universal Television LLC.

Haynes é um realizador que o Óscar nunca abraçou por completo, mas que já conseguiu reconhecimento para os seus atores, incluindo a própria Moore, nomeada por “Longe do Paraíso”. O sucesso de Moore nesta corrida irá depender de como o filme será recebido e da força dos seus outros colegas nas suas respetivas categorias.

Se Portman for uma candidata forte e o filme for levado a sério, é possível que Moore regresse às premiações.

A Variety aponta ainda America Ferrera, mas não por “Barbie”. A eterna “Betty Feia” está no elenco de “Dumb Money”, o próximo filme de Craig Gillespie (“Eu, Tonya”), que parece tentar emular o sucesso de “A Queda de Wall Street”, ao lado de nomes como Paul Dano, Seth Rogen, Sebastian Stan, Pete Davidson, Shailene Woodley e muitos outros.

O filme acompanha o caos em Wall Street após as ações da GameStop dispararem devido a um movimento organizado por pequenos investidores no fórum WallStreetBets, do Reddit, causando biliões em perdas para grandes fundos de investimento.

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Será a força de “Barbie” suficiente para impulsionar duas atrizes na corrida? © 2023 Warner Bros. Ent.

Ferrera será Jenny, uma enfermeira que em busca de uma vida melhor investe na GameStop. Até aqui, há algum ceticismo sobre se o filme conseguirá ganhar espaço na corrida do Óscar e mesmo que Ferrera seja um destaque no filme mencionado, tudo indica que “Barbie” pode ser a forma mais fácil de reconhecer este grande ano da sua carreira.

No sucesso de Greta Gerwig, Ferrera é Gloria, uma mulher desencantada com a vida que encontra algum alento a brincar com Barbies. A subestimada atriz opera a alto nível, encontrado uma empatia que a conecta muito facilmente com a audiência. A sua Gloria tem ainda um monólogo catártico que serve para ajudar as Barbies na sua jornada, uma grande cena em que a atriz brilha muito.

Por se tratar de um momento tão marcante do filme, é difícil imaginar que Ferrera não será convidada para a festa quando as nomeações para o filme começarem a surgir.

Há ainda quem cogita um momento Jamie Lee Curtis para a veterana Rhea Perlman (“Cheers”) que interpreta Ruth Handler, a criadora da boneca Barbie, que se revela uma personagem-chave na história e consegue emocionar e impactar com pouco tempo em tela.

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Jodie Foster estará ao lado de Annete Bening em “Nyad” © TM Films, SunnyMarch

Não descarto a hipótese, mas tudo irá depender da campanha que a atriz e a distribuidora irão executar, assim como o nível de paixão que “Barbie” terá na hora das premiações.

Quem também pode usufruir do sucesso de outro filme, “Anatomie d´une Chute”, para conquistar uma nomeação é Sandra Hüller, a estrela de dois dos filmes mais aclamados em Cannes.  No papel da esposa de um oficial nazi em “The Zone of Interest”, não é descabido imaginar que a atriz possa ser a Marina de Tavira (“Roma”) e surpreender na manhã de nomeações.

Um nome que não tem sido muito mencionado, mas devia ser, é o de Jodie Foster por “Nyad”. Vencedora de dois Óscars e altamente respeitada na indústria, Foster surgirá ao lado de Annete Bening como Bonnie Stoll, a sua treinadora e amiga de longa data.

Acreditando que Bening é a favorita ao Óscar de Melhor Atriz, volta a teoria de que a sua força pode ser o suficiente para impulsionar as chances de Foster, que deverá ter bastante destaque no filme com oportunidades para emocionar.

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Rosamund Pike luta por uma já muito merecida segunda nomeação ao Óscar © 20th Century Fox

Quem também ainda está fora dos radares, mas deverá tomá-los de assalto quando o seu filme estrear é Rosamund Pike por “Saltburn”, de Emerald Fennell. Descrito como um conto perverso de desejo e privilégio, não se sabe quem a atriz nomeada ao Óscar interpreta, mas as reações-teste destacam-na como a grande performance do filme.

Se “Saltburn” for mesmo o candidato que se espera e Pike for tão memorável como se diz por aí, a sua segunda nomeação deverá ser inevitável.

Vale ainda referir Viola Davis que teve algum buzz no início do ano ao interpretar Deloris Jordan, a mãe de Michael Jordan, em “Air”, de Ben Affleck. Mas tal como o filme em si, é um burburinho que parece estar bastante esquecido.

A atriz tem perfil para ser um daqueles nomes que surge nos percursores televisivos, mas que não chega à premiação principal, como Nicole Kidman em “The Paperboy – Um Rapaz do Sul” ou Ruth Negga por “Identidade”.

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Jodie Comer é uma das atrizes mais promissoras da sua geração e deverá chegar ao Óscar nos próximos anos © HBO Portugal

Ao contrário das outras categorias que abordámos até agora, existe um certo mistério sobre quem irá ou não se destacar nos seus respetivos filmes. Em anos anteriores, nomes como Jean Smart (“Babylon”), Toni Collette (“Nightmare Alley – Beco das Almas Perdidas”) ou até mesmo, Sadie Sink (“A Baleia”) eram previsões populares que se dissipavam, mal os filmes eram vistos e se percebia que a sua presença não era tão forte quanto se esperava.

E depois há nomes como Anjuane Ellis em “King Richard: Para Além do Jogo” ou Kerry Condon em “Os Espíritos de Inisherin” que eram pouco consideradas, mas que com a estreia dos filmes ganham um bilhete direto para a corrida do Óscar.

Por isso mesmo, quando falámos de outros nomes que podem surgir, haverá sempre algo que se revelará disparatado a aparecer ou a estar em falta na lista. Mas por agora, destaco ainda Vanessa Kirby por “Napoleão”, de Ridley Scott, Carey Mulligan por “Saltburn”, Jodie Comer por “The Bikeriders”, de Jeff Nichols, Margaret Qualley por “Poor Things”, de Yorgos Lanthimos, Tilda Swinton por “The Killer”, de David Fincher, Claire Foy por “All of Us Strangers”, de Andrew Haigh, Kaimana por “Next Goal Wins”, de Taika Waititi e Anjuane Ellis por “The Nickel Boys”, de RAmell Ross.

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Portanto, considerando que a maior parte dos candidatos ainda estão por ser vistos, estas são as cinco atrizes que considero mais prováveis de conquistar a nomeação nesta categoria:

  1. Lily Gladstone – “Killers of the Flower Moon”
  2. Da’Vine Joy Randolph – “The Holdovers”
  3. Danielle Brooks – “The Color Purple”
  4. America Ferrera – “Barbie”
  5. Jodie Foster – “Nyad”

E tu, quais são as atrizes que mais gostarias de ver nomeadas?

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