O filme nomeado aos Óscares que Quentin Tarantino considera “terrível”

Recentemente, Quentin Tarantino lançou algumas críticas a um western muito adorado pela comunidade cinéfila.

Para muitos, Quentin Tarantino é indissociável do cinema contemporâneo americano,tendo já nos oferecido obras muito aclamadas como “Cães Danados” (1992), “Pulp Fiction” (1994) e “Era uma vez em… Hollywood” (2019).

Porém, antes de ser cineasta Tarantino é também ele um cinéfilo, sendo um grande conhecedor de tudo o que se faz por aí, do melhor e do pior. Como tal, o vencedor do Óscar nunca se inibe em dar a sua opinião sobre o cinema, de uma forma geral.

É isso que torna Tarantino especial, o espírito crítico com que analisa qualquer autor, género ou obra. O cineasta não mede as suas palavras. Seja um clássico adorado ou uma grande estrela de Hollywood, ninguém está a salvo das opiniões do realizador que já prepara “The Movie Critic”, o seu último filme.

Apesar da intenção em deixar o cinema , Tarantino não parece ter em vista afastar-se por completo da indústria. Neste momento, tudo indica que a sua prioridade será a escrita. Em 2022, Tarantino deu a conhecer  “Cinema Speculation”, uma obra que reúne alguns textos de crítica, relatos pessoais e também com caráter teórico que aborda alguns dos filmes mais importantes da década de 70 que Tarantino teve a oportunidade de ver quando era mais jovem.

Recentemente, o realizador surgiu no “Pure Cinema Podcast”  onde partilhou opiniões no mínimo controversas sobre um western revisionista de Robert Altman bastante acarinhado pelo mundo cinéfilo.

Reconhecido por clássicos como “MASH” (1970) ou “Nashville” (1975), Robert Altman é um dos cineastas mais influentes da sua geração, porém nem sempre se consegue agradar a toda a gente. No passado, Quentin Tarantino já revelou a sua experiência pessoal com o realizador, “Ele não gostou de mim e eu não gostei dele”.

Lançado em 1971, “McCabe & Mrs. Miller” traz a história da parceria improvável entre o jogador profissional John Q. McCabe (Warren Beatty) e a madame de bordel Constance Miller (Julie Christie) que se unem para abrir um negócio muito prazeroso para a comunidade mineira.

O cineasta afirma que “tenho uma relação interessante com este filme porque acho que a primeira bobina do filme tem a pior mistura da história do cinema de Hollywood“.

Para Quentin Taranto, isto é um trabalho que ele considera fora do padrão de Hollywood,  “Hollywood talvez não atinja sempre o seu ápice, mas também não atinge os seus mínimos.”

Sobre o filme que valeu uma nomeação ao Óscar de Melhor Atriz para Julie Christie, Quentin Tarantino diz também que apresenta “um forte nível de mediocridade”, considerando-o terrível e o trabalho de um “pothead que não conhece nada melhor”.

Tarantino vai ainda mais longe e especula que Betty pode ter intervido e prestado assistência na realização da obra, “Uma vez, eu perguntei a Warren Beatty sobre isso e ele disse: ‘Bem, tu não achas que aquele pothead poderia ter conseguido aquele desempenho da Julie Christie, pois não?’”. Algo que Tarantino concorda “’Não, ele provavelmente não conseguiria ter feito isso. Não digas mais’. E Warren Beatty é fantástico, e é óbvio que Warren Beatty estava a seguir as suas próprias ordens. Ele não estava a ouvir o Altman.”

Apesar de todos estes criticismos, Quentin Tarantino acabou por exibir uma versão Technicolor em 35mm anos mais tarde no seu New Beverly Cinema, admitindo que mudou a sua opinião na obra, “Eu realmente gostei muito”.  Tarantino vai até mais longe e classifica o final como “perfeito”.

TRAILER | ROBERT ALTMAN APRESENTA MCCABE & MRS. MILLER

E tu, és fã de Quentin Tarantino? E de Robert Altman?