Esta obra-prima da HBO determinou o futuro das minisséries
Há uma minissérie da HBO que abriu as portas para o futuro e que merece ser recordada como uma das maiores conquistas da história da televisão.
A peça revolucionária de Tony Kushner, estreou na Broadway em 1991 e explorava a vidas de personagens nova-iorquinos no meio da crise da SIDA do final dos anos 80. Rapidamente, tornou-se um estrondoso sucesso e conquistou numerosos prémios, incluindo os Tony Awards e o Prémio Pulitzer de Drama.
Como tudo aquilo que faz sucesso, acabou por se estudar uma forma de a adaptar para o ecrã. Por se tratar de uma peça com quase oito horas, condensar tudo aquilo num filme seria impraticável. O icónico Robert Altman esteve envolvido no projeto a certa altura mas acabou por abandonar a adaptação.
Foi então que numa era em que ainda havia uma grande brecha entre a Televisão e o Cinema que esta condecorada peça foi transformada numa minissérie de seis episódios para a HBO.
Desta forma, foi permitido que a essência da obra não fosse sacrificada, com ajuda de um orçamento bastante significativo para a altura, 60 milhões de dólares.
Ao comando deste projeto, a rede de televisão recrutou um nome que impunha respeito na indústria, o veterano Mike Nichols, vencedor do Óscar de Melhor Realizador por “A Primeira Noite” (“The Graduate“). No entanto, o nível de nomes conseguidos para este projeto não parou por aqui, já que os oscarizados Meryl Streep, Al Pacino e Emma Thompson encabeçaram um elenco que contou ainda com Patrick Wilson, Jeffrey Wright, Mary-Louise Parker, Justin Kirk, Ben Shenkman, James Cromwell e Michael Gambon.
Aclamada pela crítica ainda como uma das maiores minisséries da história, “Angels in America” foi a primeira série a conquistar todos os prémios na categoria de Minissérie/Telefilme da cerimónia principal dos Emmys, acumulando um total de 11 estatuetas. Nas categorias de representação, Streep (Melhor Atriz), Pacino (Melhor Ator), Wright (Melhor Ator Secundário) e Louise-Parker (Melhor Atriz Secundária) levaram o ouro. Tanto Kushner, que escreveu a adaptação, e Nichols, que realizou a série, foram também reconhecidos na sua categoria.
Atualmente, “Schitt’s Creek” e “The Crown” já conseguiram repetir o feito em comédia e drama, respectivamente.
“Angels in America” tornou-se uma referência para adaptações bem-sucedidas que permaneceram fiéis ao material original, marcando um momento crucial, que demonstrou a eficácia da minissérie como uma opção viável e igualmente prestigiosa de contar uma história com uma extensão não tão adequada para um filme tradicional. O seu sucesso abriu caminho para produções posteriores de alta qualidade que também se tornaram campeãs nas premiações e marcaram o público como “Chernobyl” (HBO) ou “The Queen’s Gambit” (Netflix).
Ao longo dos anos, a HBO firmou o seu nome com “The Sopranos“, “Six Feet Under”, “Game of Thrones” ou mais recentemente, “Succession”. “Angels in America” é também um título que merece ser mencionado nesta lista e que deve ser recordado como uma série que mudou o futuro da HBO e da própria indústria, ajudando a calar o preconceito contra a televisão.
TRAILER | ANGELS IN AMERICA, A IMPONENTE MINISSÉRIE DA HBO
E tu, já viste esta minissérie?