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É por isto que Greta Gerwig (“Barbie”) ficou de fora dos Óscares 2024

Eis a razão pela qual Greta Gerwig não foi nomeada aos Óscares 2024 por ter realizado “Barbie”, o grande fenómeno do ano.

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas revelou finalmente as suas nomeações para as 23 categorias dos Óscares 2024.

Entre as várias surpresas que marcaram os anúncios, há uma, em especial, que ainda não deixou de ser comentada e debatida nas redes sociais.

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Reconhecido em 8 categorias diferentes, “Barbie” ficou aquém das expetativas em termos de nomeações, já que falhou em duas categorias principais: Melhor Atriz para Margot Robbie e Melhor Realizadora para Greta Gerwig.

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Presença praticamente constante ao longo dos percursores televisivos, as suas nomeações eram dadas como certas por muitos membros da indústria, ainda que vários experts tenham avisado para uma possibilidade de ambas ficarem de fora.

Mas afinal, porque é que Greta Gerwig não está nomeada pelo seu trabalho histórico à frente de “Barbie”, o filme comandado por uma mulher mais bem-sucedido da história?

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Em primeiro lugar, é essencial distinguir o método de votação levado a cabo pela Academia com aquele que vigora na maioria dos outros prémios como Golden Globes, Critics’ Choice e o Directors Guild of America Awards onde Gerwig foi reconhecida.

Na Academia, o que é valorizado não é tanto a quantidade mas sim a paixão, ou seja, está estabelecido um voto preferencial que privilegia não os mais votados, mas sim aqueles que conquistam mais números “1”. Muito provavelmente, Gerwig figurou em vários rankings de votantes, mas dificilmente se destacou nos lugares cimeiros.




GRETA GERWIG: VÍTIMA DE UMA ACADEMIA MAIS INTERNACIONAL

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Para além disso, vale ter em mente que o corpo votante do departamento de realização da Academia é muito mais internacionalizado que os outros percursores. Este factor tem sido determinante quando olhamos para o histórico recente da Academia. Desde 2019 que todas as listas de Melhor Realizador incluem um ou mais cineastas internacionais, que por norma nem estão tão presentes assim em outros prémios mais americanizados.

São exemplos disso: Paweł Pawlikowski (“Guerra Fria”), Thomas Vinterberg (“Mais uma Rodada”), Ryusuke Hamaguchi (“Drive my car”), Ruben Östlund (“Triângulo da Tristeza”) e agora, Justine Triet (“Anatomia de uma Queda”) e Jonathan Glazer (“A Zona de Interesse”).

Para que estes nomes conseguissem o reconhecimento da Academia, os Óscares foram deixando de fora realizadores como Bradley Cooper (“A Star is Born”), Aaron Sorkin (“The Trial of the Chicago Seven”), Denis Villeneuve (“Duna”) ou James Cameron (“Avatar: O Caminho da Água”).

O que mostra que este corpo votante segue a sua própria vontade e está decidido a prestigiar trabalhos mais criativamente artísticos e fora da caixa, independentemente da força dos filmes individualmente.

Neste caso, Greta Gerwig sofreu o mesmo destino de Villeneuve, sendo ignorada por ter comandado uma obra comercial e popular, pouco importando que a Academia já a tinha abraçado anteriormente por “Lady Bird”.




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Terá havido algum bias por se tratar de um filme com uma estética cor-de-rosa e assumidamente feminina? Certamente, já que o histórico recente indica também alguma sobranceria e elitismo na hora de votar.

No fim de contas, Gerwig foi vítima de um ano extremamente competitivo em que não só o Top 3 estava praticamente definido (Christopher Nolan, Martin Scorsese e Yorgos Lanthimos) como também existiam dois filmes internacionais com uma enorme força que encaixavam no perfil que estes realizadores têm vindo a reconhecer.

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Mesmo sem algumas nomeações importantes, “Barbie” ainda pode conseguir transformar esta narrativa de injustiça para com Greta Gerwig e Margot Robbie numa comoção geral e começar a recuperar momentum e destacar-se em percursores essenciais como PGA, SAG ou mesmo o BAFTA, em direção a uma vitória na categoria de Melhor Filme nos Óscares.

É improvável que tal aconteça, mas quando vemos alguém como Hillary Clinton a comentar o assunto, dá que pensar até onde é que o movimento rosa pode chegar.

E tu, estás satisfeito com as nomeações aos Óscares 2024? És fã de Greta Gerwig?

One thought on “É por isto que Greta Gerwig (“Barbie”) ficou de fora dos Óscares 2024

  • Filme fraco d+ , não merecia ser indicado

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