TOP Filmes 2015 by MHD

Estamos na iminência de dizer adeus ao velhote 2015 e a dar as boas vindas a um entusiasmaste 2016. Como sempre, em época de balanços fazemos a retrospetiva cinematográfica do ano elegendo aqueles que são, na opinião da MHD, os melhores filmes que estrearam no circuito comercial em Portugal em 2015. Este é o nosso TOP Filmes 2015.

Os 11 membros votantes da Magazine.HD da secção de Cinema ordenaram os dez filmes favoritos de cada um, sendo essas classificações individuais convertidas em pontos, numa lógica progressiva. A lista seguinte – TOP Filmes 2015 MHD – traduz o somatório de todas as pontuações atribuídas.

10. O DESAPARECIMENTO DE ELEANOR RIGBY

Injustamente esquecido algures no cinematograficamente sobrepovoado 2015, “O Desaparecimento de Eleanor Rigby” não deixa de ser, para a MHD, uma das mais corajosas e singulares experiências do ano.

De facto, não são raras as ocasiões em que o Cinema decide explorar a dinâmica do amor e da perda, mas a produção de Ned Benson destaca-se dos demais por uma abordagem única e surpreendentemente fresca: aqui não vemos a história desenrolar-se na terceira pessoa, mas acompanhamos cada uma das personagens (e o seu respetivo ponto de vista) num filme individual e imparcial.

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© Unison Films

Nuclearmente, é um poderoso estudo sobre as formas divergentes como as pessoas experienciam e cooperam com a tragédia e o (des)amor, auxiliado por duas das melhores performances das carreiras de Jessica Chastain e James McAvoy. Desenrolando-se sem pressas e com imediatismo e intimismo, é maduro e excepcionalmente caracterizado.

Infelizmente, a decisão de criar também a versão Eles  paralelamente às versões Ele e Ela retira toda a unicidade da obra, já que nada acrescenta a qualquer uma delas, sendo apenas uma combinação “best of” de ambas, uma espécie de atalho para os mais preguiçosos que não queiram arriscar a visão bipartida em dois filmes.

Deixamos por isso, como conselho final, que apostem apenas e sem medo nas versões individuais e garantimos que não conseguirão resistir a terminar uma sem devorar imediatamente a outra.

por: Catarina D’Oliveira




9. A PONTE DOS ESPIÕES

A Ponte dos Espiões” é um filme menos espectacular do que outros dos velhos tempos do mago Steven Spielberg, que é para muitos ainda o maior realizador de Hollywood vivo. Assim, o veterano realizador (o tempo passa por todos!), na linha de “A Lista de Schindler“, regressou aos dramas históricos cinzentos, agora com esta história baseada em factos verídicos, sobre a troca de espiões entre os EUA e a URSS, nos anos 50, logo no inicio da Guerra Fria e nos primeiros dias da construção da Cortina de Ferro.

Ponte dos Espiões
Photo by Jaap Buitendijk – © DreamWorks II Distribution Co., LLC and Twentieth Century Fox Film Corporation. All Rights Reserved

A Ponte dos Espiões” é um drama sóbrio e bem construído, sobre um momento crucial da história contemporânea, dirigido por um cineasta que tem ainda um grande instinto e uma forte capacidade para criar impactos emocionais no espectador.

É um trabalho de realização tranquilo, narrativo e histórico, onde Tom Hanks representa mais uma vez o tipo de homem comum, que acaba por fazer algo de excepcional, mas sobretudo um filme onde brilha o actor revelação do ano, Mark Rylance, no papel do aparentemente inofensivo espião Rudolf Abel, que consegue uma interpretação surpreendente, hipnotizante e envolvente, que certamente lhe valerá pelo menos uma passadeira vermelha para o Óscar de Melhor Actor Secundário. “A Ponte dos Espiões” é um excelente filme dedicado os admiradores da obra de Spielberg e para os amantes das histórias mais ‘soft’ e com menos acção sobre a espionagem.

por: José Vieira Mendes




8. WHIPLASH

Whiplash” é adrenalina cinematográfica pura. Mais tenso do que um thriller de ação, o drama (ou tragédia?) musical de Chazelle tem vida a ser bombeada em todas as suas artérias.

Diz a teoria que o diamante é um pedaço de carvão que se deu bem sobre pressão, e talvez não existe melhor analogia para introduzir a sensação de Sundance e o mais recente filme de Damien Chazelle.

O tema direto da relação estudante-mentor é fascinante o suficiente – para trás das costas ficam os discursos inspiradores de John Keating no “Clube dos Poetas Mortos” (1989), porque Fletcher foi nascido e criado no universo de “Nascido para Matar” (1987) – mas o realizador americano transfigura-o num comentário social sobre a sobrevivência num mundo impiedoso, sempre pronto a puxar o tapete por debaixo dos nossos pés. E na nossa era, a das medalhas de honra, diplomas de participação e palmadinhas nas costas, não viveremos todos os dias o perigo do “bom trabalho” que refere o castrador Fletcher? A abordagem pode e deve ser questionada – levantando o véu sobre o tratamento abusivo entre professores e alunos – mas o tema polémico da pressão e dedicação não é, no fundo, de discussão necessária para o verdadeiro sucesso? A posição do filme é deliciosamente ambivalente.

Miles Teller
Miles Teller, “Whiplash” | © AXN Portugal

Com interpretações notáveis de J.K. Simmons (com uma abrangência notável entre o “mentor porreiro” e o sociopata inflexível) e Milles Teller, “Whiplash” é uma assustadora exploração da génese criativa, um triunfante ensaio sobre o crescimento mas também, e sobretudo, uma indagação perversa, desconcertante e invertida sobre o trabalho do génio e a escadaria para o reconhecimento máximo. As suas conclusões são perturbadoras e fascinantes, colocando a questão de que, por vezes, os meios justificam os fins, elevando os bons a excecionais, e os comuns mortais a lendas.

Acabamos a escorrer ansiedade, a acertar o ritmo do coração e a digerir uma das combinações máximas da sétima (e da primeira) arte da última década.

O jazz não está morto. E o Cinema também não.

por: Catarina D’Oliveira




7. PERDIDO EM MARTE

“Perdido em Marte” é um filme sobre sobrevivência, e um regresso à ribalta  do melhor cinema de ficção científica, graças à genialidade do mestre Ridley Scott.

Baseado no romance de Andy Weir, cujo lançamento gratuito e integral online para Kindle o tornou rapidamente num bestseller de proporções galácticas, “Perdido em Marte” é um filme sobre sobrevivência e perseverança, disciplinas injustamente esquecidas dos compêndios escolares e genericamente reservadas a estudos de gestão avançada.

Perdido em Marte top filmes 2015
© Canal Hollywood

Na sequência duma tempestade em Marte o Astronauta Mark Watney  (Matt Damon) é aí dado como morto e deixado para trás pela tripulação da missão a que pertencia, liderada por Melissa Lewis (Jessica Chastain num curto mas extraordinário desempenho), tudo sob sob o controlo habitual da NASA (Jeff Daniels com autoridade máxima e um papel com sabor a nomeação). Será que Watney vai conseguir sobreviver a tempo da NASA o trazer de volta, é a questão com milhões de kms que suporta duas das mais belas horas perante uma grande tela.

Em excelente forma, Ridley Scott realizou uma epopeia grandiosa, exemplar do ponto de vista técnico, aliando uma belíssima cinematografia (as paisagens de Marte), uma montagem perfeita e um cast de eleição ao prodigioso argumento. Consegue ainda reverter a tensão e dramatismo das adversidades infindáveis num saudável humor para o qual Matt Damon parece especialmente talhado, com um dos melhores papeis da sua carreira.

Aquém de Interstellar (2014), embora o filme de Nolan pertença a outra galáxia, “Perdidos em Marte” (2015) completa e consolida uma trilogia iniciada com Gravity (2013) trazendo, de novo e da melhor forma, o Sci-Fi para o seu devido lugar no atual panorama cinematográfico.

por: Rui Ribeiro




6. AS MIL E UMA NOITE

Em 1558, Camões conclui “Os Lusíadas”, em 2015, Miguel Gomes completou também ele uma epopeia, mas desta vez é o cinema o meio escolhido e a natureza do projeto não é uma simples glorificação nacionalista, mas sim um grito enfurecido contra injustiças presentes e uma inventiva canção de amor à resiliência dos portugueses face à austeridade.

O cinema de intenções políticas parece ser algo um tanto ou quanto démodé no panorama do cinema contemporâneo. Hoje em dia, filmes com tais ambições parecem desviar o seu olhar para o passado, para longe da ardente controvérsia da atualidade. Há uma certa segurança em falar de feminismo a partir do movimento sufragista no início do século passado. Tais seguranças não existem em “As Mil e Uma Noitesde Miguel Gomes, um projeto tão ousado na sua ideologia como na sua concretização formal, cuja experimentação e obstinada bravura estrutural desafiam as infelizes convenções do cinema contemporâneo.

As Mil e Uma Noites
As Mil e Uma Noites | © O Som e a Fúria

A partir do trabalho de uma equipa de jornalistas que ia compilando notícias nacionais, Miguel Gomes construiu um épico cinematográfico que se desenrola com base na estrutura da obra de origens orientais com que partilha o título. Assim se criou uma narrativa episódica, levemente unida pela história da rainha Xerazade, e que, pelo meio, vai brincando com uma série de registos cinematográficos incluindo o documentário.

“As Mil e Uma Noites”, um projeto de ambições monumentais, poderia, portanto, ter sido uma aborrecida exploração de miséria nacional construída por um visionário formalista como um serio exercício artístico. Felizmente, o filme não se deixa sufocar por tal respeitabilidade carrancuda, estando recheado de momentos de um humor tão ridículo como acídico, tão hilariante como cortante, e por uma alegria experimental que sugere o surreal. Gomes não é um estreante nestes registos, mas em “As Mil e Uma Noites”, o realizador abraça por completo a glória do nonsense e do sonho. Mesmo que fosse uma experiência fracassada, esta trilogia mereceria admiração, pelo que, o sucesso da obra final é de particular êxtase para os amantes de cinema. Um sonho cinematográfico que serve de carta de amor a Portugal, “As Mil e Uma Noites” é, sem dúvida, um dos filmes mais essenciais de 2015 e, muito provavelmente, os anos cimentarão a posição desta obra como uma das joias mais luminosas na história do cinema português.

por: Cláudio Alves




5. EX-MACHINA

Ex-Machina” é uma futurista incursão pelo cinema de ficção científica que inverte as noções do género e se apoia numa economia visual notável para dar espaço à exploração de ideias provocadoras e de essencial discussão.

Com “Ex-Machina” o realizador Alex Garland edifica um profundo e entusiasmaste produto de ficção científica que faz muito mais com o seu orçamento reduzido do que dezenas de outras produções com muito maior margem de manobra financeira.

"Ex Machina" Análise Destaque
“Ex Machina” | © Universal Pictures

Parte do sucesso da película surge do próprio retrato que faz da Inteligência Artificial, substituindo a habitual visão negativa de que “os robôs chegaram para nos eliminar” por um cenário de desejo de harmonia entre espécies, funcionando o próprio Homem como o vilão frente a uma entidade que só deseja uma existência digna e, no fundo, comum.

Funcionando como um exemplo perfeito daquilo que a verdadeira ficção científica pode ser, Ex-Machina é inventivo e desafiador sem se esquecer de entreter, transformando-se num tremendo triunfo de Alex Garland, que reúne três jovens talentos em estado de graça em Hollywood para criar um pequeno filme cheio de enormes ideias.

por: Catarina D’Oliveira




4. STAR WARS: O DESPERTAR DA FORÇA

Com “Star Wars: O Despertar da Força, J.J. Abrams sabia que tinha uma tarefa hercúlea pela frente: por um lado, edificar um renovado “Episódio IV” para conquistar as gerações jovens; por outro, criar um poderoso portal nostálgico para os fãs da velha-guarda que, depois da desilusão relativa dos Episódios I-III esperavam, com já pouca esperança, reacender a chama.

Nesse sentido, “O Despertar da Força” funciona particularmente bem porque faz-nos sentir que o verdadeiro Star Wars está de volta, ao fazer algo simples – deixar-se dirigir por alguém que, como nós, cresceu com a saga. Assim, o Episódio VII entende a forma como a audiência se ligou à trilogia original e trabalha a partir dessa premissa, trazendo de volta a leveza pop, com uma abordagem que, apesar de se desenrolar numa escala inimaginável ao comum dos mortais (afinal é um gigante blockbuster), continua a parecer humilde e simples.

O sentido de descoberta está bem patente no DNA da produção – foi um filme especificamente criado para ser visto “virgem”, e assim o manteremos, o máximo possível. No entanto, a história segue um paralelismo estrutural e narrativo com “Episódio IV: Uma Nova Esperança (1977) – alguns dirão até, possivelmente, demasiado reminiscente – tomando forma cerca de 30 anos depois de Luke, Leia e Han Solo salvarem a galáxia.

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Star Wars: O Despertar da Força © Nos Audiovisuais

Tecnicamente falando, a utilização dos efeitos é calorosamente old-school e diminuída ao absoluto mínimo necessário e sem nunca se sobrepor à emoção da história e ao arco dos seus protagonistas, pelo que poderão saltitar de alegria por o fenómeno “Hobbit” não afetar a galáxia longínqua – nada de maquilhagem substituída por CGI ou cenários plastificados e totalmente edificados por tecnologia digital.

Deixando a massa de seguidores superiormente satisfeita mas pejada de questões por responder – sobre o filme e os que se seguirão – “Episódio VII” é, mesmo imperfeito, um sucesso retumbante mas, sobretudo, um prazeroso suspiro de alívio. Porque alguém finalmente voltou a compreender aquilo que procuramos e que só conhecemos quando um filme chamado Star Wars estreou, há quase 40 anos.

por: Catarina D’Oliveira




3. BIRDMAN

Vencedor do Óscar de Melhor Filme na última edição da Academia, “Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) destaca-se como uma sátira ao mundo do espectáculo e ao próprio deslumbramento que dele surge – o extremo, a extravagância, o exagero.

Auxiliado por uma metáfora constante com a embustice dos super-heróis e a vida que não existe, Alejandro González Iñárritu ressuscita um pensamento introspetivo alinhado com a perpétua luta na definição de nós mesmos. E assim nos estremece.

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© 2014 – Fox Searchlight

As personagens transluzem medo e abrigam-se atrás de máscaras que sabem não ser as suas faces, mas preferem ser cegas por defeito. Porque não há outra opção exequível. A Inesperada Virtude da Ignorância reflete sobre a melancolia que surge da sede de querer significar algo para os outros em detrimento de nós mesmos. A inquietação com os juízos alheios, a falsa aparência, a farsa do mundo do teatro e do cinema, a exaltação na forma de arte. Num universo em que cada vez mais se entende que o sucesso ou reconhecimento suplicam pelo absurdo, insere-se uma lógica quase sádica que nos lança olhares de censura e leva a questionar os limites do feito e da recompensa.

por: –




2. INSIDE OUT – DIVERTIDA-MENTE

A Pixar regressou às grandes obras – mesmo que outras tantas não tenham sido um completo fracasso – e com Inside Out – Divertida-Mente prova em grande escala o ambiente de fantasia que os seus cineastas habitam.

Apontado não apenas como um dos melhores filmes de animação do ano, mas como uma verdadeira obra-prima já galardoada com inúmeros troféus (só falta mesmo o Globo de Ouro e o Óscar), Inside Out – Divertida-Mente é simultaneamente uma viagem ao imaginário de Riley, uma criança de 11 anos, e uma maneira de nos conhecermos melhor como seres humanos e como espetadores modernos que somos.

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© 2015 – Disney/Pixar

As cinco emoções presentes na mente da criança que se muda para São Francisco são a Alegria (Amy Poehler), a Tristeza (Phyllis Smith), o Medo (Bill Hader), a Repulsa (Mindy Kaling) e o Raiva (Lewis Black) e todas elas aparentam ser também características que dispomos quando estamos sentados numa sala de cinema. Cada qual tem um papel imprescindível no decorrer do filme e são as suas trapalhadas que muito nos divertem, mas na verdade os locais recônditos da mente onde se inserem são digitalmente trabalhados ao pormenor e arrastam-nos a cada instante para o mundo da fantasia típico da Disney/ Pixar (o próprio realizador Pete Docter foi responsável por Up – Altamente!, em 2009).

Além disso, as barreiras entre imaginário e cinema dissuadem-se porque deparamos-nos com uma verdadeira Hollywood, não aquela artificial de dramas intensos sobre o degradação das suas estrelas, mas o mundo que enquanto crianças nos fazia sonhar. Ora o onírico de Riley parece uma fábrica de sonhos com atores a mostrar a sua artificialidade ora consegue produzir um amigo imaginário Bing Bong, prova do tempo inocente e ingénuo, em breve ele próprio se juntará às mais adoradas personagens secundárias da Pixar.

Enfim… sentimos em Inside Out uma certa nostalgia porque quando a sua projeção termina, damo-nos conta que não estávamos mergulhados no real, mas se 2015 nos fez rir, chorar e rir outra vez foi graças a este filme. Existirá melhor emoção do que essa?

por: Virgílio Jesus




1. MAD MAX: ESTRADA DA FÚRIA

O legado de Ellen Ripley pertence a Furiosa. E “Mad Max: Estrada da Fúria” pertence ao primeiro lugar dessas listas intermináveis de melhores filmes de 2015. Mas o que haveremos de fazer?  É mesmo o melhor. Se à partida para 2015 não conseguíamos conter a excitação por ver os “Star Wars“, os “Vingadores” e os “The Hunger Games” desta vida, a verdade é que, no fim de contas, só há um blockbuster de 2015 que nos vamos recordar quando já estivermos ‘mais para Valhalla do que para cá’.

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©HBO Max

Chegado aos cinemas precisamente trinta anos depois de “Mad Max: Beyond Thunderdome”, mas encarado como um upgrade direto de “The Road Warrior” (para muitos, o melhor filme do franchise), “Mad Max: Estrada da Fúria” resgata os temas basilares da trilogia pós-apocalíptica australiana – a escassez de recursos naturais, a procura desenfreada pelo Éden perdido ou a esperança na salvação humana executada por um guerreiro da estrada – e incute-lhe ideias novas como a objetificação humana, a falácia da esperança e um posicionamento certeiro sobre o papel da mulher na sociedade, sem se estender em declarações políticas feministas.

A realidade é que, para lá da alucinante viagem pela Wasteland ao longo de duas horas (há cenas que ainda hoje não nos saem da cabeça) recheada de efeitos da era pré-digital que muito saudamos e de atributos técnicos indescritíveis, fica fundamentalmente para a história Charlize Theron e a sua Furiosa, num papel que perdurará nos manuais de ‘como atingir a perfeição’.

E fazendo jus aos sábios ensinamentos de Max, ter esperança é mesmo um erro. Poucos foram os filmes que ousaram fazer sombra à memória daquela intrépida noite de maio em que caminhamos furiosamente rumo a Valhalla. Pensar que a concorrência ficou sem combustível, teve um furo no pneu, ou simplesmente de se despistou  ao admirar os andores embebidos em óleo do tirano Immorten Joe, seria desonestidade intelectual. A verdade é só esta: “Max Max: Estrada da Fúria” tinha um motor tremendamente mais potente. Tão potente que o colocará para sempre lá no cimo das igrejas dos cinéfilos, onde se fazem adorações a “O Padrinho“, juras de amor eterno a Kubrick e peregrinações por Ingrid Bergman. Agora, também Max e Furiosa terão o seu altar. Rezemos por mais milagres como este.

por: Daniel E. S. Rodrigues

E para ti? Qual foram os melhores filmes de 2015?

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