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Estes 8 filmes têm mais de 3 horas mas são autênticas pérolas do cinema

A longa duração pode assustar alguns espectadores, mas estes são oito pérolas do cinema que merecem mesmo ser vistas.

Muito se tem falado sobre filmes longos com o lançamento de “Oppenheimer” e “Assassinos da Lua das Flores”, mas é importante entender que o mais importante no cinema não é a duração, mas sim o ritmo.

O ritmo é determinado pela forma como os acontecimentos vão se desenrolando em tela e é o ponto fulcral nesta equação. Há filmes com hora e meia que parecem muito mais longos que “Oppenheimer”, por exemplo.

No entanto, é compreensível que quando procurámos algo para ver, um compromisso de três horas pode soar um pouco exagerado, levando a que optemos por algo um pouco mais curto.

Por isso mesmo, é que reunimos uma lista de 8 filmes com mais de três horas que são autênticas pérolas do cinema:

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O PADRINHO PARTE II (1974), DE FRANCIS FORD COPPOLA

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Em 1950, Michael Corleone (Al Pacino), agora à frente da família, tenta expandir o negócio do crime em Las Vegas, Los Angeles e Cuba. Paralelamente, é revelada a história de Vito Corleone (Robert De Niro), e a sua jornada de Sicília a Nova Iorque.

Esta oscarizada sequela do clássico de Coppola tem 3h22 e há até quem considere superior ao original. Mesmo não defendendo essa posição, é inegável a sua qualidade e vale muito a pena pela forma como repensa a ideia de uma sequela, aproveitando para criar paralelismos entre as jornadas de pai e filho separados por décadas. Um modelo que viria ser aproveitado por vários filmes, inclusive “Mamma Mia! Here We Go Again“.

De Niro conquistou o seu primeiro Óscar por viver um inexperiente mas ambicioso Don Corleone, Pacino encontrou uma das maiores interpretações da sua carreira em Michael, um homem atormentado pelo seu legado, mas é John Cazale e a tragédia do seu Fredo que marca esta grande obra do cinema.




MALCOLM X (1992), DE SPIKE LEE

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Uma homenagem ao controverso ativista negro e líder da luta pela libertação negra que chegou ao fundo do poço durante seu encarceramento nos anos 50, tornou-se um muçulmano negro e, mais tarde, líder da Nação do Islão. O seu assassinato em 1965 deixou um legado de autodeterminação e orgulho racial.

Em “Malcolm X”, Spike Lee transporta para o cinema a jornada desta icónica figura ao longo das várias fases da sua vida durante 3h22. Para Lee, havia uma necessidade de que o filme operasse como um épico, ao exemplo de “Lawrence da Arabia” ou “Doutor Jivago”, ambos de David Lean.

Denzel Washington emana presença e carisma, segurando a longa duração desta que é uma experiência obrigatória e necessária. Um filme tão violento e expressivo que nos atira para o racismo latente na sociedade.

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MAGNOLIA (1999), DE PAUL THOMAS ANDERSON

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Um mosaico épico de personagens relacionados em busca de amor, perdão e significado no San Fernando Valley.

Paul Thomas Anderson é um dos realizadores mais importantes do cinema contemporâneo e em “Magnolia”, ele apresenta vários personagens e várias histórias entrelaçadas num épico de 3h08 minutos. Um dos aspetos mais interessantes é como o cineasta dá este tratamento a algo da vida quotidiana. O que para muitos podia ser banal, para Anderson é filmado com um enorme fascínio e um grande aproveitamento dramático.

“Magnolia” é um dramalhão no melhor sentido da palavra, simultaneamente barulhento e intimista. Trata-se de um projeto absurdamente ambicioso e que tinha tudo para não funcionar, mas graças à visão artística comprometida resulta.

Com um elenco coeso e muito bem utilizado que traz nomes como Phillip Seymour Hoffman, Tom Cruise, Julianne Moore, Phillip Baker Hall, Melora Walters, John C. Reilly, Jason Robards, William H. Macy em topo de forma, “Magnolia” é um dos grandes épicos familiares americanos dos últimos 30 anos.




O IRLANDÊS (2019), DE MARTIN SCORSESE

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“The Irishman” é um épico de Martin Scorsese sobre o crime organizado americano no pós-guerra, seguindo a figura de Frank Sheeran (Robert De Niro), combatente da Segunda Guerra Mundial e convertido em assassino contrato da Máfia, numa história que abrange várias décadas e relata um dos maiores mistérios por resolver nos Estados Unidos: o desaparecimento do dirigente sindicalista Jimmy Hoffa (Al Pacino). “O Irlandês” leva-nos numa viagem através do crime organizado, com os seus meandros, rivalidades e ligações à esfera política.

Scorsese regressa ao género de cinema a que mais o associam para um olhar melancólico, contemplativo e refletivo sobre um mundo que tão bem conhece durante 3 horas e 29 minutos. Sem perder garra nem valor de entretenimento, “O Irlandês” é uma carta de despedida e uma declaração de amor de um homem que lida com o seu próprio legado e a sua mortalidade. Ver Scorsese a comandar De Niro, Pacino e Joe Pesci neste tipo de história soa como algo muito especial que nunca mais vai voltar a acontecer.

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RRR (2022), DE S.S RAJAMOULI

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Na Índia pré-independência, um guerreiro corajoso enviado nma missão perigosa trava uma amizade inesperada com um polícia que serve o exército britânico.

“RRR” é um fenómeno que não se manifestou muito no nosso país, mas chegou até ao palco do Óscar onde venceu uma merecida estatueta pela eletrizante canção original “Naatu Naatu”. Em três horas e sete minutos, somos apresentados a um cinema extravagante, exagerado e que não tem qualquer problema em abraçar o melodrama e um estilo mais aproximado da novela.

É impossível resistir ao charme e energia deste filme que não para um minuto e nos atira para ambiciosas e gigantescas cenas de ação que envolvem até animais selvagens.

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BABYLON (2022), DE DAMIAN CHAZELLE

© Paramount Pictures

Decadência, depravação e excessos escandalosos levam à ascensão e queda de vários sonhadores ambiciosos na Hollywood dos anos 1920.

O oscarizado Damien Chazelle apresenta um épico cheio de extremos em 3 horas e 9 minutos. Com muita escatologia e loucura, Chazelle mostra uma jornada de transformação que se destaca por surpreender e nos fazer importar com os personagens.

O elenco está recheado de pequenas e memoráveis participações, mas é a magnetizante Margot Robbie que nos prende ao filme.

Pontuado por uma pulsante e exuberante banda sonora de Justin Hurwitz, “Babylon” é um filme sobre a podridão da indústria do cinema que se alimenta dos sonhos e dos sonhadores.

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OPPENHEIMER (2023), DE CHRISTOPHER NOLAN

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O épico de Christopher Nolan sobre a vida de J. Robert Oppenheimer (Cillian Murphy), o chamado pai da bomba atómica, que para salvar o mundo teve que arriscar destruí-lo.

Durante três horas, Christopher Nolan não faz uma biografia com o nível de profundidade da wikipédia,  optando por mergulhar na mente de Oppenheimer e transmitir um retrato completo e profundo sobre o seu complexo legado e a forma como ele lidou com isso.

Murphy apresenta uma prestação meticulosa e contemplativa neste filme que não entrega respostas e deixa o espectador a refletir e a questionar-se muito depois de já ter terminado.

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ASSASSINOS DA LUA DAS FLORES (2023), DE MARTIN SCORSESE

©2023 Paramount Pictures

Na viragem do século 20, o petróleo trouxe fortuna à Nação Osage, e os seus habitantes tornaram-se pessoas ricas de um dia para o outro. A riqueza destes Nativos Americanos, rapidamente atraiu intrusos brancos, que manipularam, extorquiram tudo o puderam, até recorrerem ao assassinato.

Durante três horas e vinte e seis minutos, Martin Scorsese leva ao cinema  esta denuncia de brutalidade e da banalidade do mal causada pela ganância e pelo sentido de desumanização de um povo.

O filme procura mergulhar naquela cultura, encontrando em Lily Gladstone e o seu poderoso rosto uma arma secreta de empatia, tragédia e compaixão.

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E tu, qual destes filmes é que vais ver primeiro?

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