Foram já revelados os nomeados dos Óscares, que passamos a percorrer a pente fino | ©Netflix/ Medeia/ NOS Audiovisuais

Óscares 2023 | Os destaques e as surpresas

A temporada de prémios de cinema de 2022/2023 entra agora na sua fase decisiva e hoje, dia 24 de janeiro, é o “dia D” esta nova etapa: finalmente sabemos quais são os nomeados aos Óscares 2023, a sua 95ª edição. Mas quais são as grandes surpresas a retirar deste conjunto de nomeações? E quem foi esquecido entre os homenageados? Aqui ficam os principais destaques com o nosso artigo “Óscares 2023 | Os destaques e as surpresas” ! 

O previamente premiado Riz Ahmed (“O Som do Metal”) e Allison Williams (“M3gan”) anunciaram, hoje, 24 de janeiro, pelas 13h30 de Portugal, todos os nomeados para a 95ª edição dos Oscars. Sem grande surpresa, a narrativa alucinante de Daniel Scheinert e Daniel Kwan, “Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo”, lidera com 11 indicações, seguido de perto por “Os Espíritos de Inisherin”, de Martin McDonagh, e mais surpreendentemente por “A Oeste Nada de Novo”, de Edward Berger, candidato da Alemanha, empatados com 9 nomeações cada.

Mas quais são os grandes destaques e esquecidos deste conjunto de nomeados? A cerimónia dos Óscares 2023 decorre a 12 de março. Por agora, passamos revista às nomeações finalmente reveladas.

UM FILME PORTUGUÊS COMPETE PELA PRIMEIRA VEZ COM ICE MERCHANTS 

75º Festival de Cannes
O filme de João Gonzalez, ‘Ice Merchants’, está selecionado para a Semana da Crítica.

Como bons apoiantes que somos da cultura nacional, não poderíamos deixar de colocar nesta lista de destaques das nomeações aos Óscares a menção a um evento histórico no universo do cinema português – pela primeira vez, uma produção nacional, neste caso uma curta-metragem de animação, “Ice Merchants”, compete por uma estatueta dourada.

Do Festival de Cannes aos Prémios Annie, e com um total de mais de 100 apresentações em festivais, “Ice Merchants” era já um dos filmes mais galardoados da história do cinema português, mas a indicação histórica anunciada a 24 de janeiro de 2023 leva o filme para um outro patamar. Com apenas 26 anos,  João Gonzalez não esperava que o seu filme integrasse a lista final de candidatos ao Óscar de Melhor Curta-Metragem de Animação, mas aqui estamos.

O primeiro filme de animação português a ser premiado em Cannes é agora também o nosso primeiro indicado aos Óscares.”Ice Merchants”  conta a história “de um homem e seu filho, que saltam de pára-quedas todos os dias, da sua casa fria e vertiginosa presa no alto de um precipício, para se deslocarem à aldeia que se situa na planície abaixo, onde vendem o gelo que produzem durante a noite.”

“Para trás” ficam “O Homem do Lixo”, de Laura Gonçalves, e a curta em imagem real “O Lobo Solitário”, de Filipe Melo, outros dois filmes portugueses que também chegaram às shortlists mas não às nomeações oficiais.




UMA CORRIDA DE MELHOR ATOR
(E NAS CATEGORIAS DE REPRESENTAÇÃO, EM GERAL) REPLETA DE ESTREANTES

Óscares 2023 | Os destaques e as surpresas
Os Espíritos de Inisherin © NOS Audiovisuais

Começamos por analisar a categoria de Melhor Ator, a qual habitualmente se vê repleta de veteranos já previamente nomeados ou até vencedores – como por exemplo Denzel Washington, Leonardo DiCaprio ou Daniel Day Lewis, entre outros nomes de “A-listers”. Em 2023, dá-se uma ocorrência rara e bem-vinda – todos os nomeados a Melhor Ator são estreantes nos Óscares. Do regresso de Brendan Fraser com “A Baleia”, ao inevitável “Elvis” de Austin Butler, passando pela revelação de Paul Mescal em “Aftersun”, pelo veterano Bill Nighy em “Living” ou, por fim, por Colin Farrell em “Os Espíritos de Inisherin”, nenhum destes intérpretes contava uma nomeação às cobiçadas estatuetas douradas no seu currículo.

A cerimónia dos Óscares tem vindo a ser desacreditada nos últimos anos, em parte devido à sua tendência para perpetuar o status quo. Em 2023, e não só na categoria de Melhor Ator (vejamos Stephanie Hsu ou Barry Keoghan, talentosos intérpretes no início da casa dos 30, indicados hoje pela primeira vez), há muito sangue novo e também a consagração de carreiras longas, até então não reconhecidas pela Academia.

Num total de 20 nomeações de representação divididas por quatro categorias, encontramos apenas 4 repetentes – Cate Blanchett, Michelle Williams, Judd Hirsch e Angela Bassett. Esta é uma ocorrência inesperada, invulgar, e muito bem-vinda.




SURPRESA – PAUL MESCAL EM AFTERSUN 

Aftersun
Aftersun © via Cinemundo

Não deixemos margem para dúvida – a interpretação de Paul Mescal em “Aftersun”, uma produção distribuída pela A24 nos EUA, sem dúvida tem vindo a ser bastante falada ao longo da temporada de prémios e desde o seu grande “breakthrough” em “Normal People” que Mescal está na calha para voos mais altos. O ano passado, teve até um pequeno papel em “A Filha Perdida”, um dos filmes da temporada.

Ainda assim, rapidamente se tornou evidente que “Aftersun”, um indie que só este mês chega a Portugal (no dia 26, pela mão da Medeia Filmes), muitos meses depois da estreia no país de origem, não seria um dos títulos mais indicados aos Óscar.es Por isso, é relativamente surpreendente ver Mescal entre os nomeados a uma das mais importantes estatuetas da noite. Aliás, Paul Mescal falhou a indicação ao Screen Actor Guild Awards, um dos prémios mais indicativos para as categorias de representação, uma vez que estes se tratam dos prémios da Academia de Representação de Hollywood. Não obstante, aqui vemos o nome de Adam Sandler trocado pelo de Paul Mescal com agradável (relativa) surpresa.




OS FILMES DE GUERRA NUNCA SAIEM DE MODA COM A OESTE NADA DE NOVO

BAFTA 2023 Finalistas
All Quiet on the Western Front (A Oeste Nada de Novo) ©Reiner Bajo

“A Oeste Nada de Novo” sempre esteve na calha para os Óscares 2023, mas acima de tudo imaginávamos o filme nomeado para Melhor Filme Internacional ( tal como foi) e quiçá numa ou outra categoria adicional. Todavia, a obra alemã superou todas as expectativas ao ser nomeado para um total de 9 Óscares – os quais incluem Melhor Filme, Melhor Argumento Adaptado e Melhor Fotografia. 

Esta narrativa distribuída pela Netflix, acerca dos horrores da Primeira Guerra Mundial, tem sido uma presença estável na presente corrida aos prémios em 2022/2023 e chega aos Óscares como um algo inesperado favorito (não à vitória na categoria principal da noite, mas como um dos três títulos mais nomeados).




SURPRESA – ANDREA RISEBOROUGH NA CATEGORIA DE MELHOR ATRIZ POR TO LESLIE

To leslie
“To Leslie” (2022) |© Momentum Pictures

“To Leslie” é um drama de baixo orçamento que não fez qualquer moça na presente temporada de prémios, apesar de ter recebido boas críticas, particularmente no que diz respeito à prestação de Andrea Riseborough. Esta atriz talentosa tem vindo a destacar-se no universo do camp, alternativo, ou terror, mas premiações mais “mainstream” estavam, até agora, longe do seu currículo.

Todavia, uma campanha discreta e invulgar (e dizem as más línguas, muita pressão por parte dos seus amigos famosos) acabou por conseguir que Andrea “ultrapassasse” outras potenciais favoritas aos Óscares,  nomeadamente Danielle Deadwyler por “Till” e Jennifer Lawrence, uma antiga favorita, por Causeway”. Aliás, estas duas atrizes tiveram uma campanha de talk shows e roundtables bem mais visível.

Este filme, co-protagonizado pela vencedora do Óscar Allison Janney, inspira-se em factos verídicos para contar a história de uma mãe solteira do Texas que vence a lotaria, apenas para gastar o dinheiro a um ritmo alucinante, deixando um rasto de destruição no seu caminho. Narra-se a história da sua redenção.

A longa-metragem estreou, por agora, em muito poucos países, não tendo ainda data para Portugal.




SURPRESA – BRIAN TYREE HENRY NOMEADO POR CAUSEWAY

LFF 2022
Brian Tyree Henry e Jennifer Lawrence em “Causeway” © AppleTV

Por falar em “Causeway”, o drama sobre stress pós-traumático da Apple, realizador por Lila Neugebauer e protagonizado por Jennifer Lawrence, não conseguiu destacar-se entre o ruído devido ao seu argumento algo genérico. Todavia, as suas duas prestações centrais foram alvo de forte promoção durante esta temporada, não fossem elas a alma do filme, e eis que tais esforços acabaram por obter resultados práticos.

Brian Tyree Henry foi nomeado ao Óscar de Melhor Ator Secundário pela sua interpretação central como o mecânico James, o parceiro de recuperação da Lynsey de Lawrence. O ator, que também foi louvado, no passado, pelas sua prestações em “Se Esta Rua Falasse” ou “Atlanta” é assim um dos muitos estreantes entre os nomeados de 2023.




SNUBS – MELHOR FILME INTERNACIONAL COM VÁRIAS OMISSÕES NOTÁVEIS

decisao de partir critica leffest
“Decision to Leave” | © Alambique Filmes

 

Do aclamado drama histórico “Corsage” ao filme de terror político “Holy Spider”, passando pelo universalmente louvado thriller melodramático “Decisão de Partir”, até ao biográfico Bardo” de Iñárritu, que parecia um nomeado certo no início da corrida, várias foram as omissões notáveis na competitiva categoria de Melhor Filme Internacional.

Nomeados foram títulos como o devastador “Close”, representante da Bélgica, ou ainda “EO”, da Polónia, uma parábola sobre a crueldade humana. O vencedor dos Globos de Ouro na categoria equiparável, “Argentina 1985″, representante argentino, voltou a conquistar um lugar, tal como, sem surpresa, “Nada de Novo a Oeste” ou ainda “The Quiet Girl”, ligeiramente tremido ao longo da corrida, e agora oficialmente o primeiro nomeado da Irlanda.




ANTIGOS PADRÕES – AUSÊNCIA DE FILMES REALIZADOS POR MULHERES
NA CATEGORIA DE REALIZAÇÃO E MELHOR FILME

women talking a voz das mulheres critica
“Women Talking – A Voz das Mulheres” | © Orion Pictures

 

Uma vez mais, os filmes realizados por mulheres voltaram a cair num padrão de pouca visibilidade na corrida de 2022/2023, isto depois de, pela primeira vez, mulheres vencerem, por dois anos consecutivos, a estatueta de realização – Chloe Zhao por “Nomadland” e, logo de seguida, Jane Campion por “O Poder do Cão”.

Nesta temporada, filmes como “A Mulher Rei” (de Gina Prince-Bythewood)  ou “Ela Disse” (de Maria Schrader) foram colocados de parte, e “Women Talking – A Voz das Mulheres” , da aclamada atriz e realizadora Sarah Polley acabou por ficar aquém das expectativas para os Óscares, conseguindo apenas duas nomeações – Argumento Adaptado e Melhor Filme – categorias importantes, mas que ainda assim não chegam para representar o potencial do filme. Já “Aftersun”, de  Charlotte Wells, merece apenas o reconhecimento para Paul Mescal e nada mais, não obstante os louvores tecidos a esta obra profunda sobre família, luto e memória.




SURPRESA – ANGELA BASSET É A PRIMEIRA PESSOA NOMEADA
POR UMA PERFORMANCE NUM FILME DA MARVEL

Black Panther Wakanda Forever
Angela Bassett em “Black Panther  – Wakanda Forever”| Photo courtesy of Marvel Studios. © 2022 MARVEL.

Em 2022, a lenda viva que é Angela Bassett representou na perfeição o papel de uma mulher poderosa enlutada na sequela de “Black Panther”, “Black Panther  – Wakanda Forever”. As suas indicações recentes não deixavam margem para dúvida de que se iria tornar na primeira intérprete de um filme Marvel nomeada para um Óscar.

Esta foi a sua segunda indicação, depois de uma nomeação há trinta anos por “Tina – What’s Love Got to Do with It”, filme no qual interpretou com mestria o astro Tina Turner.




SNUB – ELA DISSE FALHA EM TODAS AS CATEGORIAS (ATÉ ARGUMENTO)

Óscar 2023
© Cinemundo Lda

“Ela Disse” é um filme sobre o movimento #metoo sincero e relevante, suportado por boas prestações centrais por parte de Carrey Mulligan (“Uma Miúda com Potencial”) e Zoe Kazan (“The Big Sick”), e que apenas falhou no momento de lançamento – quando a poeira em relação ao escândalo de Weinstein já ia assentado. Bem amado pelos críticos, este filme detalha, com a devida precisão jornalística, o início deste importante movimento.

A obra merecia, pelo menos, uma nomeação para Argumento Adaptado, devido à forma como honra a investigação original levada a cabo por Jodi Kantor e Megan Twohey, a qual acabou por transformar tantas vidas. O filme fez pelo #Metoo o que “Spotlight” fez pelo escândalo na Igreja Católica, e sem dúvida, dentro do género, é um esforço mais honesto e merecedor que “Bombshell”. Por isso mesmo, lamentamos a sua total exclusão.




O TRIÂNGULO DA TRISTEZA CONQUISTA NOMEAÇÕES PARA REALIZAÇÃO E MELHOR FILME

Triângulo da Tristeza
Triângulo da Tristeza | Fredrik Wenzel © Plattform Produktion

Depois de falhar a nomeação aos Directors Guild Awards 2023, parecia improvável que o satírico “O Triângulo da Tristeza” conquistasse uma nomeação para Melhor Realização. Mas eis que tal acabou mesmo por acontecer. O filme que valeu a Ruben Östlund a segunda Palma de Ouro da sua carreira segue com nomeações a Melhor Filme, Melhor Argumento Original e ainda Realização – somando Östlund duas nomeações em seu nome.

Contudo, e numa nota mais negativa, Dolly De Leon. a primeira atriz das Filipinas a conseguir indicações aos BAFTA e aos Globos de Ouro, pela sua prestação essencial no filme, e uma presença assídua nesta temporada de prémios, não chegou à nomeação.




ÓSCARES 2023 | OS DESTAQUES E AS SURPRESAS
SNUB – ZERO NOMEAÇÕES PARA A MULHER REI

A mulher rei Óscares 2023 | Os destaques e as surpresas
A Mulher Rei (The Woman King) © Big Picture Films

Invulgar e poderosa, esta história sobre uma líder tribal africana liderada por Viola Davis e realizada por Gina Prince-Bythewood fez uma forte campanha de Óscares. Em vão, contudo, sendo que este blockbuster épico chega agora aos Óscares sem nenhuma nomeação, nem sequer para Davis, como se previa, que viu o seu lugar como que “tomado” pela surpresa de Andrea Riseborough.




SNUB – BABYLON COM MUITO POUCO AMOR E NENHUM PARA MARGOT ROBBIE

Babylon © 2023 PARAMOUNT PICTURES

Em teoria e quando o primeiro trailer surgiu, “Babylon” tinha tudo para se tornar o grande filme da temporada. Damien Chazelle rapidamente se tornou um autor “querido” da Academia depois dos seus Whiplash” e “La La Land”, e “Babylon”, com nomes como Margot Robbie e Brad Pitt no elenco principal, uma história sobre o deboche da velha Hollywood, cheirava a Óscar.

Todavia, os primeiros visionamentos de “Babylon” revelaram um filme divisivo e pouco apreciado. Agora, confirmou-se a sua falta de pujança nesta corrida. O filme ainda conseguiu conquistar três nomeações – Design de Produção, Guarda-Roupa e Banda Sonora para o grande Justin Hurwitz, mas convenhamos que o início da corrida deixava indiciar bem mais.

 




SURPRESA – ANA DE ARMAS CONSEGUIU MESMO CONQUISTAR A NOMEAÇÃO POR BLONDE

Ana de Armas
Blonde © 2022 Netflix

Sim, sabemos que a atriz cubana nunca vencerá a estatueta, mas a verdade é que no início da corrida, a sua nomeação parecia certa e ultimamente o caso estava bem mais tremido.

“Blonde”, uma versão ficcionada da vida de Marilyn Monroe, chateou mais do que encantou, com as suas liberdades criativas e o seu foco doentio única e exclusivamente nos aspectos mais trágicos da vida da estrela. Embora o argumento deixe muito a desejar, a verdade é que Ana de Armas está perfeita e irrepreensível (tirando o ocasional sotaque hispânico a espreitar aqui e ali) como Marilyn.

E sim, “Blonde” pode ser o campeão de nomeações nos Razzies de 2023 (embora a própria Ana não tenha sido nomeada, como poderia?) , mas Hollywood reconheceu, ainda assim, a prestação de Ana, uma grande promessa da indústria desde que nos encantou em “Blade Runner 2049” e mais recentemente em “Knives Out“.




SNUB – NOPE É IGNORADO, ATÉ NAS CATEGORIAS TÉCNICAS

nope critica primeiras impressoes
“Nope” | © Cinemundo

Em 2022, Jordan Peele, o homem que revolucionou o género do terror com o seu “Get Out – Foge”, está longe dos seus tempos áureos junto da Academia de Hollywood. “Nope”, uma comédia de terror arrojada, é o primeiro grande blockbuster de verão realizado pelo ator, realizador, argumentista e produtor, previamente conhecido pelos seus sketches cómicos.

Uma produção em grande, numa homenagem negra às artes do espectáculo, “Nope” foi filmado em IMAX, com uma lente incisiva e curiosa, que coloca uma tónica bem distinta nas narrativas de extra-terrestres. Mesmo que as prestações centrais de Daniel Kaluuya e Keke Palmer fossem ignoradas, o argumento, o som inventivo e a imagética da obra bem mereciam não ter sido completamente colocados de parte pela Academia.




SNUB – PAUL DANO FALHA A NOMEAÇÃO POR OS FABELMANS
SURPRESA – MICHELLE WILLIAMS POR OS FABELMANS

John Williams
Paul Dano e Michelle Williams em “The Fabelmans” | © Universal Studios

Paul Dano, um excelente ator que em 2022 nos entregou prestações competentes e valorosas tanto em “The Batman” como “The Fabelmans”, estava “na calha” para a nomeação por este segundo filme. Apesar de pender mais para o reino do indie, o que complica a entrada na corrida aos grandes prémios, Dano tem várias prestações excelentes no passado que lhe podiam ter já conquistado uma nomeação – de um irmão neurótico em “Uma Família à Beira de um Ataque de Nervos” ao temível pastor Eli Sunday em “Haverá Sangue”, passando agora por esta prestação como pai de Spielberg. Ainda não foi desta.

A sua parceira de cena, sempre nomeada e nunca vencedora Michelle Williams (“A Minha Semana com Marilyn”), conseguiu a indicações por este mesmo filme, isto depois de snubs importantes nos BAFTA e SAGs. A eterna Jen de “Dawson’s Creek” soma agora a sua quinta nomeação, com um “q” de surpresa (ou pelo menos incerteza).




ÓSCARES 2023 | OS DESTAQUES E AS SURPRESAS – JOHN WILIAMS QUEBRA RECORDES 

Os Fabelmans
“Os Fabelmans” ©Universal Pictures

John Williams, um dos maiores compositores de sempre, e um parceiro no crime de Spielberg há muitas décadas, tornou-se, agora, a pessoa mais velha nomeada ao Óscar aos 90 anos de idade. O compositor recebeu a sua 53ª indicação a um Óscar por “Os Fabelmans”, e é agora a única pessoa a ser nomeada ao longo de sete décadas distintas!

Além disso, Williams é também a pessoa viva com mais nomeações (embora Walt Disney, com 59, possa vir a roubar-lhe o título depois de se juntarem no além). Por agora, o título é seu e esperamos que ainda aí venham várias bandas-sonoras de sucesso.




MICHELLE YEOH FAZ HISTÓRIA COM A SUA NOMEAÇÃO PARA MELHOR ATRIZ 

Tudo Em Todo o Lado Ao Mesmo Tempo © NOS Audiovisuais

Que Michelle Yeoh seria nomeada na categoria de Melhor Atriz pela sua prestação em Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo” não é novidade alguma, e qualquer pessoa que acompanhe a award season já o contava com dado adquirido. Mas sabias que a representação da comunidade asiática é tão reduzida que Yeoh é apenas a segunda mulher asiática a receber uma nomeação? Nos 95 anos de história dos Oscars? É verdade, a primeira foi Merle Oberon, no bem longínquo ano de 1936, pelo filme “The Dark Angel”.

Só foram precisos 87 anos (!!) para uma atriz asiática voltar às luzes da ribalta nesta categoria. Aliás, Yeoh, atriz com 60 anos de idade e uma longa carreira, em Hollywood e além fronteiras, é a primeira atriz nomeada que se identifica como asiática. Merle Oberon, embora tivesse essa ascendência, e tivesse nascido na Índia, era mestiça e conseguia “passar” por branca.

ÓSCARES 2023 | OS DESTAQUES E AS SURPRESAS
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