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Emmys 2021 | Os Prémios da MHD vão para…

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A cerimónia de entrega dos Emmys de 2021 decorre já esta madruga, e a equipa da MHD já elegeu aqueles que para a equipa seriam os grandes vencedores.

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É já esta madrugada de domingo para segunda que os vencedores da 73ª edição dos Primetime Emmy Awards serão conhecidos. À semelhança das últimas edições, as plataformas de streaming continuam a dominar a lista de nomeados, este ano liderada pela Disney+. O serviço de streaming da The Walt Disney Company parte com um total de 146 nomeações, sendo seguido pela HBO com 130, e pela Netflix com 129.

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“The Mandalorian” arranca empatada com “The Crown” enquanto as séries com maior número de nomeações: um total de 24 cada uma | ©2020 Lucasfilm Ltd. & TM. All Rights Reserved.

Já no campo propriamente dos nomeados, existe a forte probabilidade de estarmos perante uma situação semelhante à do ano passado na categoria das Comédias. A estreante “Ted Lasso” destaca-se das restantes com 20 nomeações, o que poderá dar origem a uma entrega ao estilo de “Schitt’s Creek”. Vamos esperar para ver. Por outro lado, será este o ano em que a Netflix leva finalmente a coroa? Ou conquistarão os super-heróis a noite?

Para a equipa da Magazine.HD as escolhas já estão feitas e, se dependesse de nós, estes seriam os vencedores dos Emmys de 2021 nas principais 15 categorias:




MELHOR ATOR SECUNDÁRIO NUMA SÉRIE LIMITADA OU TELEFILME

Evan Peters Mare of Easttown
Evan Peters, “Mare of Easttown” | Photograph by Sarah Shatz/ © HBO

Em “Mare of Easttown”, Evan Peters provou que é verdadeiramente um ator multifacetado. Associado, por norma, a papeis do universo dos super-heróis ou da famosa série da FX “American Horror Story” (à excepção de “Pose“), Peters dá-nos aqui a prova que não o devemos condicionar a um ecossistema. O ator de 34 anos consegue, com facilidade e elegância, suportar (e até roubar) qualquer cena, mesmo ao lado da protagonista, Kate Winslet.

Na série da HBO, Peters dá vida ao detetive Colin Zabel, destacado para a pequena cidade de Easttown para ajudar Mare (Winslet) a encerrar um caso de desaparecimento/homicídio. Zabel é um detetive jovem que resolveu, um pouco por sorte, um caso difícil na sua cidade natal. Por sua vez, Mare é a detetive local que aceita relutantemente a sua ajuda, acabando por se aproximar mais dele do que desejaria.

A uma primeira instância, a combinação desta dupla de atores poderá parecer estranha, mas a verdade é que acaba por funcionar muito bem. Peters surpreendeu-nos muito pela positiva, num papel que exige equilíbrio, principalmente por praticamente todas as suas cenas serem ao lado de Winslet. Por estas razões, e face à concorrência, gostaríamos que o Emmy de Melhor Ator Secundário numa Série Limitada fosse entregue a Evan Peters!

– Inês Serra




MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA NUMA SÉRIE LIMITADA OU TELEFILME

WandaVision Kathryn Hahn Knives Out 2
Kathryn Hahn, “WandaVision” | ©Marvel Studios

“WandaVision” elevou a fasquia das séries futuras da MCU, mas também elevou a fasquia em termos de casting. Prova disso é como Kathryn Hahn, ainda que num papel secundário, consegue sempre roubar a atenção em todas as cenas que entra ao longo desta minissérie. Se inicialmente toma realmente uma posição secundária, é aos poucos que a entendemos como parte daquele mundo e com um relevo maior do que adivinhamos, mas com a subtileza necessária para dar sentido à sua personagem.

Revelada como antagonista principal da série, Kathryn Hahn tem claro um merecido destaque pelo ‘peso’ do seu papel, pela mestria e excelência com que o trabalhou e apresentou. Hahn é Agatha Harkness, uma poderosa bruxa, e reconhecida na Marvel Comics por ser a grande tutora de Wanda Maximoff no seu máximo potencial. Na série, a MCU leva a história por outro lado mas em toda a via com o mesmo sentido e existe aqui a habilidade que nem todas as séries têm: a interpretação é tão brilhante que por vezes esquecemo-nos dos protagonistas e queremos é continuar a ver esta personagem secundária que tanta atenção puxa.

Não se pode dizer que haja uma grande amplitude de crescimento de personagem, mas há uma certa perícia (fascinante até) de como a mesma é apresentada ao público. E o mérito não vem só dos argumentistas mas também do talento de Kathryn Hahn, que tantas vezes ao longo da carreira se tem dedicado ao papel secundário. Aqui é secundário, mas é de realçar o quão notável e quão interessante a faz enquanto actriz. Porque um secundário que se quer principal é sempre merecedor de um prémio!

– Marta Kong Nunes




MELHOR ATOR NUMA SÉRIE LIMITADA OU TELEFILME

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Paul Bettany, “WandaVision” | ©2021 Marvel Studios

Está na Marvel desde o início mas só começou a ser “uma cara” uns filmes depois. A voz original de Jarvis, Paul Bettany teve uma evolução como nenhum outro actor teve neste universo; começou como uma voz, uma ideia, passou para uma criação de inteligência artificial e apresentou-se em “WandaVision como um ‘homem de pele e osso’ (bem, pelo menos em termos de aparência).

Tendo-nos habituado a papéis de relevo em vários filmes, e mostrando por várias vezes a sua capacidade de ser protagonista, é aqui que o talento de Bettany emerge realmente, não pelo género mas pela dualidade de estilos que apresenta nesta sua versão de Vision. De forma exímia, desde o primeiro episódio da série, o actor mostra-se capaz de ser um homem super lógico a um homem divertido, apaixonado e cómico, conferindo-lhe uma versatilidade num único papel como não nos lembramos há muito.

Dotado de uma experiência notável na representação, Bettany é exímio em conferir emoção a um super-herói que é na verdade um ‘robot’, ainda que super sofisticado e avançado para a humanidade. É protagonista por seu direito e talento mas é também um actor generoso, ajudando todos os que estão em cena com ele, incluindo a sua coprotagonista, Elizabeth Olsen, também nomeada nesta edição dos Emmys.

– Marta Kong Nunes




MELHOR ATRIZ NUMA SÉRIE LIMITADA OU TELEFILME

WandaVision
Elizabeth Olsen, “WandaVision” | ©2021 Marvel Studios

Elizabeth Olsen poderá fazer história se realmente for a vencedora desta categoria (e nós assim o esperamos que faça!). Dos grandes filmes, onde teve um protagonismo relativo, a actriz tomou as rédeas de “WandaVision” e foi a grande estrela da série. Apesar de dividir o ecrã com Paul Bettany, que também a ajudou na construção da personagem, ela é a grande força motora da primeira série da MCU.

A actriz destaca-se pela profundidade que deu à sua personagem, ao passado que construiu e, acima de tudo, à carga de emoção que consegue trazer a cada momento definidor dos episódios. Com um timing excepcional para a comédia, Elizabeth Olsen fascina-nos pela rapidez com que a vemos a ser a imponente e poderosa Wanda Maximoff, como de repente é uma mulher dos anos 50 a tentar safar-se na cozinha, ou uma mãe a tentar lidar com dois miúdos sem entrar em paranóia.

Ciente do seu talento, Olsen consegue em “WandaVision” equilibrar tudo o que uma mulher pode e deve ser: atenta, generosa, divertida, poderosa, protectora, ambiciosa e, claro, humana! Ninguém consegue ficar indiferente à sua Wanda Maximoff nesta pequena cidade criada por si, e é inevitável que nos relacionemos com a sua perda e os seus sentimentos. Kudos! Porque elevou a fasquia para as actrizes prestes a entrar na MCU.

– Marta Kong Nunes




MELHOR ATRIZ NUMA SÉRIE DE COMÉDIA

Kaley Cuoco
Kaley Cuoco, “The Flight Attendant” | © HBO Portugal

“The Flight Attendant” tornou-se uma das séries do ano de 2020 precisamente por não ser vulgar e imediata. As suas teias de mentiras e dúvidas fazem-nos querer acreditar na protagonista, nos seus devaneios e no seu amor. Faz sentido? Sim, se virem a série vão ver que faz. Com um enredo que capta atenção, é um misto de drama e comédia mas que sabe equilibrar bem a balança.

Mas não haveria equilíbrio aqui se não fosse Kaley Cuoco, e por isso é que a destacamos para o prémio de Melhor Actriz em Série de Comédia. Sim, sabemos que não é uma escolha consensual, e se calhar é mesmo um “long shot” para a actriz mas acreditamos que esta foi a escolha certa de Cuoco para um pós-Teoria do Big Bang. Em si mesma, Kaley tanto trouxe à série uma bubbly hospedeira de bordo, como no outro nos apresentou uma mulher tresloucada quase, bêbada, e uma adulta cheia de daddy issues. E talvez por isso tenha chamado a atenção dos críticos e tenha conseguido a sua nomeação aos Globos de Ouro 2021 (há que deixar essa nota, porque este reconhecimento para os Emmys 2021 não é caso único durante a award season.

E há a realçar que esta série da HBO veio precisamente ajudar a impulsionar Kaley Cuoco para outros caminhos na nossa opinião. Tem a capacidade de continuar a mostrar as suas capacidades cómicas, que as tem, mas revelou-se aqui como uma boa actriz também a equilibrar emoções e a mostrar que há mais em si do que ser a “rapariga da porta ao lado”.

– Marta Kong Nunes




MELHOR ATOR NUMA SÉRIE DE COMÉDIA

ted lasso
Jason Sudeikis, “Ted Lasso” | © AppleTV

Jason Sudeikis é não só o protagonista deste delicioso original da Apple TV+, como um dos responsáveis pela sua adaptação. Sudeikis pegou no conceito do popular sketch da NBC Sports, “An American Coach in London”, e literalmente reaproveitou a grande maioria das piadas deste curto clipe e expandiu a ideia para uma série com pés, cabeça e acima de tudo muito coração.

A série valeu-lhe um total de três nomeações aos Emmys, tanto pela sua interpretação como Ted Lasso, mas também pela escrita dos hilariantes argumentos da série. O ator de 46 anos dilui-se inteiramente em Ted, um treinador de futebol americano, da liga juvenil, natural de Kansas que, contra todas as expectativas e racionalidade, é contratado para se tornar treinador de uma equipa profissional e de primeira liga em Inglaterra.

Há que reconhecer: “Ted Lasso” é, desde o primeiro minuto, um abraço em formato de comédia televisiva. Sem dúvida o conteúdo esperançoso de que todos precisávamos em época de confinamento. Ted é um raio de luz mas nunca se torna maçador, repetitivo, previsível ou excessivo. É uma personagem magistralmente bem construída e invulgar: um tipo porreiro, não problemático e ainda assim falível – como qualquer um de nós. Sem dúvida brilhante, marcante, inesquecível, assim é o tão afável Jason Sudeikis nesta série que ele próprio produz. Podem entregar-lhe o Emmy!

– Maggie Silva




MELHOR ATOR SECUNDÁRIO NUMA SÉRIE DE COMÉDIA

emmys 2021 ted lasso
Brett Goldstein, “Ted Lasso” | © 2021 Apple

“Ted Lasso” domina praticamente esta categoria: Brett Goldstein vs. Brendan Hunt vs. Nick Mohammed vs. Jeremy Swift. A estatueta seria bem entregue a qualquer um deles. No entanto, ainda não inventaram prémios partilhados, por isso a nossa escolha recai sobre Brett Goldstein, que dá vida a Roy Kent, uma ex-estrela do Chelsea FC e um dos jogadores favoritos dos fãs, que vê o seu talento a diminuir à medida que o final da sua carreira se aproxima.

À semelhança de Jason Sudeikis (o protagonista Ted) e de um dos seus co-nomeados, Hunt, Goldstein também assina o argumento desta calorosa comédia, capaz de instalar uma dose de bom humor a cada episódio. Aliás, foi por esta via que o ator britânico acabou por integrar o elenco da série. Ainda durante os dias iniciais de escrita, antes de quaisquer gravações, Goldstein sentiu uma ligação a uma das personagens, Roy Kent, decidindo que o tinha de interpretar. O resultado foi uma personagem que tem conquistado os fãs, mesmo com a dose de “resmunguice” a que já nos habitou. Quem consegue resistir aquela encantadora cena de Karaoke entre Roy e Rebecca (Hannah Waddingham)?

– Inês Serra




MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA NUMA SÉRIE DE COMÉDIA

Juno Temple em série com Miles Teller 2021
Juno Temple, “Ted Lasso” | © 2021 Apple

Conhecida por papéis onde é uma personagem problemática, e certamente em filmes de tom mais dramático, Juno Temple surpreendeu os fãs e a crítica ao entrar no mundo de “Ted Lasso”. A série de comédia da Apple Tv+ que conquistou de rompante a televisão no verão de 2020 pode estar centrada no mundo do futebol, e num elenco maioritariamente masculino sim, mas Juno consegue dar o ar da sua graça (e mostrar de forma caricata os seus dotes para a comédia) com a sua personagem, a influencer Keely.

Temple é essencialmente uma personagem secundária, já que não faz parte da equipa de futebol, mas é a sua presença enquanto namorada de uma das estrelas da equipa que a torna parte do enredo. E é nisso que Juno personificou de corpo e alma a personagem; a actriz tem a habilidade de mostrar Keeley como a rapariga glamorosa, e modelo, que é famosa apenas pelo acto de quase o ser, deixando-se assim envolver em várias situações caricatas e até num triângulo amoroso.

No entanto, o seu talento para equilibrar a comédia com a essência da personagem é notável porque, com tudo a indicar que poderia ser uma personagem oca e sem inteligência, Juno consegue mostrar precisamente o contrário com subtileza nos seus maneirismos e forma de interpretar Keeley. Ela pode parecer uma modelo fútil, e uma ‘mulher típica de um jogador de futebol’ (se é que se pode usar este termo mas admitamos, existem alguns estereótipos e a série teria tudo para cair neste cliché), mas está longe de o ser na verdade. Mas sem dúvida, uma primeia incursão a fundo na comédia que surpreendeu a todos… pela positiva.

– Marta Kong Nunes




MELHOR ATRIZ NUMA SÉRIE DRAMÁTICA

emmys 2021 the crown
Emma Corrin, “The Crown” | © Netflix

As parecenças físicas são inegáveis, contudo não são de todo a única característica que distingue Emma Corrin neste papel e no destaque da equipa MHD para o prémio de Melhor Atriz numa Série Dramática. Apesar da ainda curta carreira, esta interpretação colocou todos os holofotes direcionados para Corrin, num destaque que com certeza deixará precedentes para o resto da sua carreira. Afinal, não é todos os dias que nos é dada a responsabilidade de dar vida a uma das personalidades mais icónicas de sempre, a Princesa Diana.

A atriz britânica deu então os seus primeiros passos numa grande produção com toda a poupa e circunstância e não desiludiu. Considerada por muitos uma interpretação quase perfeita de Lady Di, as críticas foram também elas muito positivas e paralelamente à história de vida de Diana, também uma jovem desconhecida do público foi assim escolhida e torna-se uma estrela em ascensão na sua área. A sua prematura carreira não revelou imaturidade neste papel, conseguindo corresponder e superar a expectativa de todos, reconhecida agora com a primeira nomeação aos Emmys e vencendo, na nossa opinião, o prémio nesta cobiçada categoria dos Emmys.

– Filipa Carvalho




MELHOR ATOR NUMA SÉRIE DRAMÁTICA

emmys 2021 this is us
Sterling K. Brown, “This is Us” | © FOX Life

Sterling K. Brown tem sido uma presença permanente nos Emmys desde a estreia de “This is Us”. O drama já lhe valeu um total de cinco nomeações e uma vitória (logo na primeira temporada) para o seu desempenho enquanto Randall Pearson, o irmão adoptivo de Kate e Kevin que se debate frequentemente com questões existenciais. E esta última temporada foi a derradeira prova disso.

Este ano, sem “Succession“, “Ozark” ou “Better Call Saul”, o caminho volta a estar praticamente livre para Brown levar para casa a sua segunda estatueta. E merecida! A quinta temporada de “This is Us” foi uma viagem emocionalmente esgotante para Randall, que já de si é neurótico, mas este último lote de episódios foi o derradeiro teste. E Brown, mais uma vez, assumiu a personagem e transmitiu-nos o turbilhão de emoções a que já nos habitou. É um ator sem medo de se entregar e que merece o devido reconhecimento.

“This is Us” também está de volta à corrida para Melhor Série Dramática, após um ano de interrupção. O drama de Dan Fogelman conquista assim a sua quarta nomeação, sem nunca ter levado para casa a estatueta. E, embora não seja por falta de mérito, a concorrência é feroz, não sendo os Emmys de 2021 excepção. Quiçá aconteça como “The Americans” ou “Schitt’s Creek” e ganhe finalmente quando o prémio quando a série terminar em 2022.

– Inês Serra




MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA NUMA SÉRIE DRAMÁTICA

emmys 2021 Madeline Brewer The Handmaid's Tale
Madeline Brewer, “The Handmaid’s Tale” | © Hulu

Desde 2017 no universo de “The Handmaid’s Tale”, finalmente encontramos a rebelde Janine dentro do lote das nomeadas para Melhor Atriz Secundária numa Série Dramática – uma distinção, para nós, bastante atrasada. O seu lado irreverente valeu-lhe alguns dissabores entre as servas, mas é mesmo toda a perseverança que demonstra mesmo contra as probabilidades, que faz com que a sua interpretação seja para nós merecedora do prémio que eleva o que de melhor se faz em televisão.

Com um passado e um presente bem pesados, Madeline Brewer tem sido exímia ao longo das quatro temporadas a dar vida a Janine e apesar de já ter contracenado em outras produções, tais como “Orange Is The New Black“, foi nesta série que encontrou o seu lugar de destaque, ao lado da companheira e aliada June. De salientar também que Brewer é a única estreante na sua categoria, e também a única atriz em falta do maravilho elenco que compõe a adaptação de Margaret Atwood a receber uma nomeação por parte da Academia de Artes e Ciências da Televisão. Se dependesse da nossa equipa, Brewer seria a justa vencedora.

– Filipa Carvalho




MELHOR ATOR SECUNDÁRIO NUMA SÉRIE DRAMÁTICA

emmys 2021
Michael K. Williams, “Lovecraft Country” | © HBO Portugal

Apesar de ter ficado conhecido do público pelo seu papel como Omar Little na série “The Wire”, Michael K. Williams tem uma carreira repleta de personagens com historiais marcantes e memoráveis e esta não foi exceção. Muito haverá ainda por dizer sobre este que foi o último trabalho antes da sua trágica morte, que marca o compasso para uma das causas mais defendidas nos últimos anos.

Perdido, muitas vezes sem saber como corresponder ao papel de pai e principalmente em se sentir confortável na sua pele, foi assim que o encontrámos Montrose em “Lovecraft Country”. Uma interpretação impactante, na desmistificação do homem bissexual dos anos 50 e uma força da natureza quando finalmente se assume como é, numa época onde claramente ainda pouco se sabia sobre a comunidade LGBTQ+ e em que o preconceito era ainda o maior dos obstáculos para quem se assumia fora ‘dos padrões da sociedade’.

Williams era conhecido por conferir um lado extremamente humano às suas personagens e conseguiu que sentíssemos a vergonha, quando se encontrava com o companheiro somente em espaços fechados, mas também o poder de finalmente poder dizer: “estou aqui e sou válido”, quando afirmou a sua orientação sexual ao filho. Uma interpretação exímia desta dualidade, contra os muros que precisam ainda ser quebrados para a aceitação de todos, tal como somos. Ver este como o seu último papel é também uma mensagem de esperança num futuro onde mostraremos as nossas cicatrizes sem medo, como Montrose e Williams fizeram, nas causas que defenderam. Merece sem dúvida, em nome de toda a equipa Magazine.HD, o prémio de Melhor Actor Secundário numa Série Dramática nesta edição dos Emmys.

– Filipa Carvalho




MELHOR SÉRIE DE COMÉDIA

Ted Lasso primeira temporada em análise crítica
“Ted Lasso” | © 2021 Apple

A categoria de comédia desta edição dos Emmys é um tanto ao pouco confusa.. No entanto, uma coisa é certa, praticamente todos apostam em “Ted Lasso” para levar a estatueta. O original da Apple TV+ arranca com 20 nomeações, de entre as quais Melhor Série de Comédia, Melhor Ator numa Série de Comédia, Melhor Atriz Secundária numa Série de Comédia e também Melhor Ator Secundário. Aliás, este número faz com que seja o nomeado estreante na respetiva categoria com mais indicações, superando, por exemplo, “Glee”, cuja primeira temporada recebeu 16 distinções e quatro Emmys.

Sem “Schitt’s Creek” entre os nomeados, talvez só “The Kominsky Method” (a Academia parece ter um ‘fraquinho’ por despedidas) apresente uma real ameaça à série cocriada por Brendan Hunt, Joe Kelly e Bill Lawrence. “Ted Lasso” pode ser descrita como uma comédia futebolística com um imenso coração, baseada no popular sketch da NBC Sports, “An American Coach in London”, que o próprio Jason Sudeikis transformou em, para já, duas brilhantes temporadas. A mesma tem sido aplaudida tanto pelo público, como pela crítica, tendo recebido já o Globo de Ouro para o seu protagonista, Sudeikis, e a nomeação para Melhor Série – Comédia ou Musical.

Para já, “Ted Lasso” arranca com três Emmys nas categorias técnicas de Melhor Elenco numa Série de Comédia, Melhor Edição com câmara única e Mistura de Som. Resta saber se também irá marcar nos restantes campos esta madruga. Por nós, seria um SIM!

– Inês Serra




MELHOR SÉRIE LIMITADA

WandaVision Poster Marvel
“WandaVision” | © 2020 Marvel Studios

É a primeira série oficial da MCU e pode-se dizer que deixou a fasquia bem alta para as suas sucessoras (que neste momento foram apenas “Falcon and the Winter Soldier” e “Loki”). “WandaVision” sempre prometeu ser diferente, desde os primeiros vislumbres dados pela Marvel Studios e Disney+. Nunca nos teria passado pela cabeça que uma série MCU iria ser a preto e branco, ou que se pudesse destacar numa cerimónia como os Emmys.

Num enredo que envolveu muitas teorias, e numa história que se aguentou quase todos os episódios sem inúmeras referências a todos os filmes já lançados da MCU, “WandaVision” destacou-se pelos seus detalhes, pelo seu elenco e pela sua importância para aquela que será a “próxima fase” de super-heróis no cinema e na televisão. Como mini-série pode ter demorado um pouco a arrancar mas quando o fez, fê-lo em plenitude. Os protagonistas, Elizabeth Olsen e Paul Bettany, foram capazes de nos presentear com interpretações fenomenais e que nunca antes havíamos visto no mundo dos super-heróis, e não foi apenas uma novidade como uma lufada de ar fresco, porque criou a ligação que os espectadores precisam de sentir numa série.

“WandaVision” não é uma série de origem, ou um filme de acção dividido em vários partes. “WandaVision” é uma série de luto, uma ode às relações, sejam elas de família ou de amor, e uma série com o propósito de nos encontrarmos. É quase impossível não sentirmos a dor da protagonista e deixar-nos criar uma relação com ela. A série é prova que o universo, se continuar rodeado de bons argumentistas e amantes das histórias, pode funcionar tão bem na televisão como no grande ecrã. E sim, pode ser a primeira a fazer história com super-heróis a levarem o Emmy para casa!

– Marta Kong Nunes




MELHOR SÉRIE DRAMÁTICA

emmys The Boys Amazon
“The Boys” | © Jan Thijs

Podemos dizer que 2021 é o ano dos super-heróis nos Emmys. “The Mandalorian“, “WandaVision” e “The Boys” entram este ano para a história da televisão numa das categorias mais cobiçadas: Melhor Série Dramática. A série de Eric Kripke já nos tinha despertado a atenção aquando o lançamento em 2019, mas curiosamente a Academia de Artes e Ciências da Televisão apenas a considerou para Melhor Edição de som… numa Comédia o ano passado.

Felizmente este ano redimiu-se, e “The Boys” arranca com cinco nomeações de entre as quais Melhor Série Dramática e Melhor Argumento numa Série Dramática. Ficaram a faltar nomeações para o fantástico elenco, nomeadamente para Antony Starr que dá vida ao super-herói preferido da América, Homelander, que esconde um lado sem qualquer réstia de moral e com um grave défice de atenção. Talvez para uma próxima edição, por agora já ficamos bastante satisfeitos (e surpresos) pela Academia ter saído da zona de conforto.

“The Boys” faz parte do catálogo da Amazon Prime Video e prima por ser uma série inteligente e com a dose certa de humor negro. Um elenco, como já referimos, que não poderia funcionar melhor. Um argumento bem construído e evolui de episódio para episódio, tanto que a segunda temporada acaba por superar a primeira (apesar de serem igualmente excelentes). Não é a típica história de super-heróis, muito pelo contrário. Sabemos que a concorrência (à excepção de “Bridgerton”) é feroz, mas a nossa equipa entregaria o Emmy de Melhor Série Dramática de 2021 a “The Boys”.

– Inês Serra

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