Emma Stone | As melhores interpretações da atriz de Pobres Criaturas, nomeado aos Óscares em 2024

A MHD decidiu debruçar-se sobre a carreira de Emma Stone, uma das mais populares atrizes do atual firmamento de estrelas de Hollywood. Para além de “Pobres Criaturas”, filme pelo qual segue nomeada ao Óscar em 2024, quais são as grandes prestações da intérprete norte-americana? 

Através de uma votação coletiva na qual consultámos os vários membros que compõem a equipa da Magazine.HD, apurámos aqueles que são para nós os melhores papéis da atriz Emma Stone. E por mais relativa que esta seleção possa ser, algo é consensual: Emily Jean Stone, mais conhecida pelo nome artístico Emma Stone, tem vindo a protagonizar um percurso invulgarmente bem-sucedido na indústria do cinema.

A atriz de 35 anos, natural do Arizona, vencedora, em 2017,  do Óscar de Melhor Atriz por “La La Land: Melodia de Amor”, foi previamente indicada pela primeira vez para a categoria de Melhor Atriz Secundária em 2015 por “Birdman” e depois da sua vitória com “La La Land” surgiram nomeações para Melhor Atriz em “A Favorita” e ainda por “Pobres Criaturas” (em 2024). Aliás, por “Poor Things” acumula também uma nomeação para Melhor Filme, como produtora, ao lado do realizador Yorgos Lanthimos (um colaborador recente que lhe tem extraído as melhores prestações da carreira), Ed Guiney e Andrew Lowe.

Sentada na cadeira da produção e indica a Óscar após Óscar, Emma Stone é uma atriz eclética que, para lá do cinema de autor, já protagonizou comédias românticas e grandes filmes de estúdio. Seja qual for o registo, é constante a sua presença carismática, energia contagiante e expressões faciais insanas. Sem mais demoras, opinamos sobre as melhores prestações da luminosa Emma Stone!

15. THE CURSE (2023)

Começamos a viagem pelas melhores prestações da carreira de Emma Stone com uma incursão pelo mundo da televisão. Apesar de não ter integrado ainda o elenco de muitas séries, Stone sabe escolher a dedo aquelas em que participa. Uma comédia satírica com toques de thriller, “The Curse” foi criada por Nathan Fielder ( “The Rehearsal”) e Benny Safdie (co-realizador de “Uncut Gems”).

Elogiada pela crítica, a narrativa acompanha Asher (Fielder) e Withey (Stone), um casal recém-casado prestes a ter um filho e que se encontra a protagonizar um programa televisivo de remodelações de casas. Terão de enfrentar muitos desafios, inclusive uma suposta maldição. Estreada no final de 2023, em Portugal disponível na Sky Showtime, “The Curse” é uma bizarra experiência desconfortável com uma prestação excelente por parte de Emma Stone. Foi o próprio Christopher Nolan que o disse!

14. O FANTÁSTICO HOMEM-ARANHA 2 (2014)

Muitas coisas correram menos bem na segunda adaptação vez que “Homem-Aranha” foi adaptado ao grande ecrã. Divergências entre o elenco e o estúdio, entre o realizador e o estúdio, e por aí adiante, asseguraram um produto não muito coeso e uma trilogia que acabou por ver cancelado o seu filme conclusivo.

Mas o que é que sem dúvida não esteve sujeito à maré de azar? A escolha do elenco, claro está. Emma Stone foi elogiada como Gwen Stacy, e neste segundo capítulo, lançado em 2014, o seu papel assumiu algum dramatismo adicional. A sua química com Andrew Garfield, intérprete de “Spider-Man” nesta versão e na altura seu parceiro romântico para lá do ecrã, foi um dos mais determinantes prós. Com a parelha Stone-Garfield, nunca podemos dizer que a existência de “O Fantástico Homem-Aranha 2” tenha sido um erro.

13. MAGIA AO LUAR  (2014)

Em “Magic in the Moonlight“, Emma Stone entregou a sua primeira de duas performances em filmes da autoria de Woody Allen. Nesta comédia romântica de época, situada numa luminosa Riviera Francesa da década de 1920, o mágico Wei Ling Soo (Colin Firth) dedica-se a expor fraudes no reino da espiritualidade. É assim que conhece Sophie Baker (Emma Stone), uma medium que fascinou uma família abastada e que deve ser desmascarada.

Pouco e pouco, o cético homem inglês fica encantado com a jovem e acaba por se apaixonar. Apesar deste filme ter sido descartado pela crítica devido a um argumento a pender para o previsível e “clássico” dentro da filmografia de Allen, certo é que “Magia ao Luar” é divertido, cativante, e belo dos seus cenários vagarosos ao seu guarda-roupa e tonalidades coloridas. Emma Stone desempenha Sophie na perfeição , sendo tão sedutora para a audiência quanto para o Wei Ling Soo de Firth.

12. SUPERBAD/ SUPERBALDAS (2007)

“Superbad” é um clássico irrefutável da comédia adolescente, lançado em 2007 e com duas grandes estrelas da cultura nerd de Hollywood – Jonah Hill e Michael Cera. Típica história de rapazes de liceu com ansiedade social que anseiam por integração, “Superbaldas” conta com a produção da referência da comédia Judd Apatow e marcou o primeiro papel no cinema na filmografia de Emma Stone depois de várias pequenas participações em comédias televisivas.

Stone tinha na altura 19 anos e embora o papel aqui desempenhado seja secundário, Jules, o interesse romântico do Seth de Jonah Hill, a verdade é que o começo numa comédia de referência viria a ser estruturante para a carreira tão determinante que a atriz construiu no género. Cinco nomeações ao Óscar depois (incluindo uma vitória e uma nomeação por produção) e o género cómico continua a ser a sua “praia” e um trunfo maior.

11. O FANTÁSTICO HOMEM-ARANHA (2012)

Em 2012, o mundo de “Homem-Aranha” no cinema recomeçou com “The Amazing Spider-Man”. Este primeiro capítulo, realizado por Marc Webb (mais conhecido pelo seu trabalho “500 Dias com Summer”), deu-nos a oportunidade de ver a história de outro prisma. Enquanto a trilogia de Sam Raimi (2002 – 2007) colocou Peter Parker e Mary Jane no centro da ação, Gwen Stacy (aqui interpretada Bryce Dallas Howard) assumiu um papel secundário. Já “O Fantástico Homem-Aranha” torna o romance de Peter e Gwen central.  Assim, pela primeira vez, pudemos testemunhar a mais agridoce história de amor no multiverso do “Spidey” (a qual Raimi havia alterado para poder criar um triângulo romântico).

E embora Kristen Dunst fosse já icónica como Mary Jane, Emma Stone foi muito elogiada por ser capaz de elevar o papel da “mera namorada” de Parker. A sua Gwen Stacy, inteligente, independente, auto-determinada, conseguiu representar com rigor a personagem original da banda desenhada e assim agradar aos fãs mais acérrimos.

10. ZOMBIELAND/ BEM-VINDO A ZOMBIELAND

Entramos no nosso top 10 das melhores prestações de Emma Stone com uma das suas participações em elenco mais fáceis de recordar. Há comédias e comédias de zombies, é o que não falta neste subgénero do terror. Algumas quase não deixam a sua marca, outras tornam-se clássicos de culto. E se a primeira longa-metragem que nos vem à mente é “Shaun of the Dead” (ou “Zombie Party”, em Portugal), de Edgar Wright, como referência primeira, “Bem-vindo a Zombieland” é um segundo lugar de caras.

Com prestações centrais igualmente cativantes de Emma Stone, Abigail Breslin, Jesse Eisenberg e Woody Harrelson, e com direito a um cameo incontornável por parte de Bill Murray, “Zombieland” é um dos convites mais tentadores para o apocalipse zombie. Stone dá vida a Wichita, uma jovem profundamente independente, engenhosa mas ainda assim com fortes princípios morais neste fim do mundo trágico-cómico.

9.  GUERRA DOS SEXOS

Uma comédia dramática biográfica num registo um pouco mais sério entre a filmografia luminosa de Stone, “Battle of the Sexes” vê a atriz a interpretar o ícone do ténis Billie Jean King. Desafiada para uma partida contra o antigo campeão Bobby Riggs (Steve Carell),  um machista nato, no rescaldo da revolução sexual em 1973, Billie Jean age como ícone feminista num evento desportivo que foi visto por mais de 90 milhões de pessoas em todo o mundo.

A partir de uma aposta, surgiu um evento com imenso impacto cultural bem além do mundo do ténis. Para Stone, esta foi uma das primeiras oportunidades para interpretar uma personagem real. Foi elogiada pela notável transformação física e pela representação das nuances específicas da vida pessoal e profissional desta importante figura histórica. Por este papel, recebeu nomeações a vários prémios, como o Golden Globe ou o Critics Choice Awards.

8. BIRDMAN OU (A INESPERADA VIRTUDE DA IGNORÂNCIA ) (2014)

Quem se recorde do papel de Emma Stone em “Birdman” partilhará a impressão de que esta foi a primeira vez em que realmente compreendemos que, para lá da sua natural cadência cómica, a atriz tem também muito para dar no campo do drama. Em 2015, por este seu papel, foi nomeada na categoria de Melhor Atriz Secundária (a sua primeira nomeação ao Oscar), entre muitas outras distinções.

Na comédia negra insana e aclamada de Alejandro G. Iñárritu, vencedora de quatro estatuetas da Academia, Stone foi Sam Thomson, a filha da personagem principal – o controverso Riggan de Michael Keaton, um ator conhecido pelo antigo papel de super-herói que tenta recuperar a carreira através de uma produção da Broadway por si encenada. Já Sam é também uma atriz falhada e toxicodependente em recuperação. Apesar de o seu papel existir muito para suportar o protagonismo de Keaton, Stone conseguiu habitar com convicção a pele de uma jovem com uma difícil relação com o seu pai e com muitos demónios próprios.

7. CRUELLA (2021)

Excêntrica, divertida, com olhos gigantes e expressivos, e trejeitos faciais que lhe são tão próprios, quem é que acredita que Emma Stone não nasceu para desempenhar o papel de Cruella? É verdade que há uma enorme saturação no que diz respeito à Disney apresentar, uma e outra vez, novas versões de imagem real dos seus clássicos animados. Não obstante, com o seu guarda-roupa exímio por Jenny Beavan e direção de arte atenta por Martin Foley e companhia, o realizador Craig Gillespie (“Eu, Tonya”) conseguiu garantir alguma vitalidade a esta prequela centrada na vilã de “101 Dálmatas”.

Grande parte desse vigor vem precisamente da prestação central, claro está. Capaz de dar uma nova profundidade à personagem, Emma abraçou a vilã e deu-lhe um arco mais complexo. Menos unidimensional e com mais a dizer, assim é a Cruella pela voz e rosto de Stone.

6. AS SERVIÇAIS (2011)

“The Help” foi o primeiro grande “filme de Óscares” da então muito jovem Emma Stone, com 22 anos ao encarnar este papel. Uma longa-metragem capaz de comover meio mundo, “As Serviçais” narra a história de uma autora que, durante o Movimento dos Direitos Civis, decide escrever um livro do ponto de vista das empregadas domésticas afro-americanas a trabalhar para famílias brancas.

O elenco da obra é um dos seus maiores trunfos, com as prestações de Viola Davis, Jessica Chastain e Octavia Spencer indicadas ao Óscar. Emma Stone interpreta Eugenia “Skeeter” Phelan, a jovem aspirante a escritora que decide escrever sobre as serviçais de Jackson, Mississippi, desafiando as normas sociais dos seus pares e as tensões próprias da época. Embora muito competente, Stone não teve o destaque e aclamação das suas co-protagonistas. Todavia, aqui começámos a compreender a sua versatilidade, essencial para o estatuto que viria a atingir em Hollywood.

5. AMOR, ESTÚPIDO E LOUCO (20111)

Versatilidade para que te quero, deveras! No mesmo ano em que Emma Stone encarnou Eugenia “Skeeter” Phela em “The Help”, foi também a jovem advogada Hannah em “Crazy Stupid Love”, uma das comédias românticas mais charmosas do século XXI. Ninguém falha nesta comédia de enganos, onde a natureza irrefletida do amor é uma e outra vez reforçada e apresentada como inevitavelmente charmosa e mágica.

Steve Carell é um pai em crise existencial, Julianne Moore uma esposa desencantada, Ryan Gosling um engatatão sem aparente redenção, e Ana Leigh Tipton a mais desenvergonhada adolescente com hormonas aos saltos. Todos eles inesquecíveis, sem dúvida. Quanto a Stone, teve direito a algumas das mais icónicas falas do filme. O momento em que aponta para um Ryan Gosling de tronco nu e diz “It’s Like You’re Photoshopped“(“Parece que Foste Criado no Photoshop”) elevou-se ao pódio dos momentos de rom-coms de forma quase imediata.

Além disso, esta foi a primeira de três vezes que Emma Stone e Ryan Gosling representaram um par romântico e a química fala por si.

4. EASY A/ELA É FÁCIL

3. POBRES CRIATURAS (2023)

2. A FAVORITA

1. LA LA LAND – A MELODIA DO AMOR (2016)

“La La Land” valeu a Emma Stone o Óscar de Melhor Atriz em 2017. O belo musical de Damien Chazelle valeu-lhe também a Volpi Cup em Veneza, o primeiro sinal da aclamação generalizada que aí viria ao longo da temporada. Na obra vencedora de 6 prémios da Academia e de centenas e centenas de outras distinções, Emma é Mia, uma aspirante a atriz que tenta deixar a sua marca na indústria de Hollywood. Na Cidade dos Anjos conhece Sebastian (Gosling), um músico de jazz apaixonado por uma arte negligenciada.

Sonhadores, ambiciosos, personificações da cultura da “La La Land”, Sebastian e Mia vivem um belo romance musicado. Tudo parece banal quando assim descrito, mas a homenagem ao cinema de Chazelle é especial e o grande projeto da sua carreira (até ver). A música criada pelo compositor Justin Hurwitz é poderosa e o seu epilogo, tão estrondoso na versão áudio quanto na cena filmada, promete ter lugar cativo na história do cinema.

Emma Stone é estrondosa como Mia, mostrando dotes musicais que lhe desconhecíamos. A mera recordação da sua interpretação da canção “Audition (The Fools Who Dream)” promete trazer lágrimas aos olhos dos fãs de “La La Land”. Para a redação da MHD, esta continua a ser a sua prestação mais memorável.